RELATO
ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 15/02/2020 09:00
Para Wiverson, a convicção é a base para transformar os desafios em esperança
Reprodução/Foto-RN176 Wiverson e a esposa, Renata, trabalham na sorveteria que idealizaram juntos em Bauru, interior de São Paulo
Meus dois irmãos e eu crescemos, com o apoio dos nossos pais, em meio às atividades da Soka Gakkai, e isso nos preparou para superar as adversidades da vida.
No início, as dificuldades eram muitas, principalmente as financeiras. Meu pai trabalhava duro para suprir as necessidades da família, enquanto minha mãe cuidava de nós e se dedicava arduamente pela nossa educação. Apesar de tudo, tivemos uma infância feliz.
Expandir a vida
Nossa vida mudou repentinamente em fevereiro de 2001, quando meu pai decidiu sair de casa e pediu o divórcio. Esse processo foi tão traumático para minha mãe que ela passou a ter graves crises de depressão e desenvolveu transtorno do pânico.
Apesar de muito jovens, meus irmãos e eu percebemos que recitar Nam-myoho-renge-kyo era a melhor alternativa, e assim o fizemos ao máximo! Somada ao apoio dos amigos Soka e da família, a sincera oração nos permitiu vencer aquele sofrimento juntos, e com a recuperação da nossa mãe, despertamos para uma nova postura na fé.
Reprodução/Foto-RN176 Wiverson com membros da localidade e familiares ao retornar de um curso de aprimoramento no Japão, em 2017
Em outubro de 2001, ingressei no Gajokai (grupo de bastidores da Divisão Masculina de Jovens) e me esforçava para participar das atividades. Muitas vezes viajava de Lençois Paulista (minha cidade) até Bauru, SP. Embora fosse um trajeto curto, pegava o primeiro ônibus da manhã, e na volta aguardava quase duas horas na rodoviária para conseguir passagens mais baratas. Esse desafio para participar dos encontros se tornou um verdadeiro tesouro da minha juventude.
Cinco anos depois, em 2006, voltei a conviver com meu pai e passamos a trabalhar juntos. Mesmo que tenha sido uma experiência curta, esse contato foi importante para o nosso desenvolvimento.
Ser feliz
Entrei para a faculdade de relações públicas, concluindo o curso em 2013. Nessa época, também liderava a Divisão dos Universitários (DUni), atuando com o espírito de “venha o que vier”. As grandiosas oportunidades que tive se tornaram o grande alicerce da minha vida.
Ainda em 2013, iniciou-se um novo capítulo da minha história, agora com o casamento. Considero-o um momento sublime de grande vitória! Minha companheira, Renata, é uma digna discípula de Ikeda sensei, e acalentamos os mesmos ideais; avançamos juntos. Essa parceria foi determinante nos anos seguintes, como em 2015, quando passamos por uma crise financeira decorrente de projetos que não estavam dando certo. Nesse ínterim, minha esposa engravidou, porém teve um aborto espontâneo, e em dezembro do mesmo ano seu pai foi vítima de latrocínio. Contudo, permanecemos fortes e encontramos na prática budista a confiança de que precisávamos para vencer.
Reprodução/Foto-RN176 Com integrantes do grupo Gajokai, do qual é secretário na organização
Com novos projetos profissionais, nós nos mudamos para a cidade de Bauru. Reaproximei-me do meu pai e tive a chance de fazer parte da sua significativa mudança interior. Com isso, ele que estava afastado da BSGI desde a época do divórcio retomou a prática budista. Foi muito emocionante e senti quanto sou grato aos meus pais por permitirem me aprimorar.
Viver com esperança
Em agosto de 2017, vivi um momento ímpar em minha vida, ao participar do histórico curso de aprimoramento dos duzentos jovens, no Japão. Lembro-me do brilho nos olhos da minha esposa quando contei que tinha sido selecionado. Ao retornar ao Brasil, descobrimos que ela estava grávida novamente, entretanto passamos por um novo aborto e mais uma vez superamos essa dor com a prática da fé e com o estudo do budismo.
Com a ajuda dos médicos, foi descoberta uma anomalia genética que provocou os abortos. Confiantes, concluímos que isso não nos impediria de ter um filho, e tal como já acalentávamos, com o coração leve e cheio de esperança, demos início ao processo de adoção, em setembro de 2018.
Nesse período, montamos nossa sorveteria, cujo nome traça uma relação com a pintora mexicana Frida Khalo. Inspirados por sua força e persistência, temos a chance de nos lapidar em meio aos desafios diários de um negócio, sempre embasados na prática da fé e nos incentivos de Ikeda sensei.
Diariamente, decidimos por meio do nosso trabalho contribuir de diversas formas para o movimento pelo kosen-rufu e criar em nossa sorveteria um ambiente no qual todos possam sentir alegria.
Realmente sou uma pessoa afortunada por ter encontrado o budismo e por jamais me distanciar da prática da fé. É uma honra viver a juventude com Ikeda sensei e servir a esse nobre propósito que é o kosen-rufu, o movimento pela paz promovido na Soka Gakkai.
Wiverson Consalter, 32 anos. Empresário. Vice-resp. pela DMJ da RM Bauru e secretário do grupo Gajokai da CNOP, CGESP.