ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 18/04/2020 08:10
Izis tornou a paixão pela música o impulso para viver grandiosamente
RELATO
Reprodução/Foto-RN176 Izis dirige espetáculo musical (dez. 2019).
Há vinte anos, dedico-me em atuar no Asas da Paz Kotekitai do Brasil [banda da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)]. Esse grupo foi um laboratório em que escolhi a música como profissão.
Motivada, aos 11 anos, ingressei num renomado conservatório de música de Manaus, AM, onde moro. Aos 15, dava aulas de educação musical e musicalização infantil em escolas, e atuava em atividades culturais e artísticas do Amazonas.
Eu me formei em música, com habilitação em flauta transversal e, hoje, ao viver dessa arte, sinto que, independentemente de qualquer coisa, devemos seguir nossos sonhos, visualizando um futuro brilhante!
A força da fé
Venho de família simples, que já praticava o budismo quando nasci. Minha mãe e minha avó são as mulheres mais corajosas que conheço e sempre me apoiaram, mesmo quando decidi ser artista (risos).
Eu ainda era criança quando minha avó foi diagnosticada com artrite reumatoide, doença que afeta as membranas sinoviais de múltiplas articulações e órgãos internos, e pode levar à morte.
Nessa condição, vivenciei a força do daimoku da família e dos amigos Soka e comecei a nutrir forte fé no Gohonzon. Foram dois anos de muitos desafios até que a doença regrediu. Minha avó, que já não mexia nenhum músculo, aos poucos começou a caminhar e a realizar suas atividades normalmente.
Reprodução/Foto-RN176 No Teatro Amazonas, AM, com equipe de produção do Serviço Social do Comércio (Sesc) Amazonas, onde trabalha (out. 2019)
Com o coração repleto de gratidão, queria cuidar da minha família. No entanto, eu me sentia dividida entre seguir o sonho de viver da música e ajudar em casa financeiramente, impasse que me causava depressão e ansiedade.
Certo dia, li num BS um direcionamento do presidente Ikeda que dizia aos jovens para que tivessem sonhos, por mais que parecessem impossíveis, buscando realizá-los com alegria.
Era o encorajamento que precisava para avançar! E, mesmo ao ser reprovada em vários vestibulares, me via como uma grande profissional que contribuiria para o desenvolvimento da sociedade e da minha família.
Viver os sonhos
Em 2009, dediquei-me como nunca na organização e na Kotekitai, e intensifiquei a recitação do daimoku. E, em meio aos preparativos da convenção dos jovens do 3 de Maio, um grande amigo decidiu praticar o budismo com meus incentivos.
Em paralelo, estudava música até quinze horas por dia; e, buscando conhecimento, conversava com pessoas da área.
Reprodução/Foto-RN176 Em atividade da banda Asas da Paz Kotekitai (maio 2019)
No ano seguinte, fui aprovada com nota louvável nas quatro provas exigidas para cursar música na universidade do estado. Eu sabia que essa era minha missão, e assim que coloquei os pés na instituição, determinei contribuir para o fomento, a valorização e o desenvolvimento musical na terra dos sonhos do Mestre, o Brasil, por meio da excelência do meu trabalho.
Na organização, segui me empenhando para contribuir com o movimento de transformação social, o kosen-rufu. Assim, assumi a liderança da Kotekitai de Manaus em 2013, ano do cinquentenário do grupo, com o desejo de levar paz e esperança às pessoas, e polir meu coração a cada dia, mesmo em meio aos afazeres artísticos.
Logo concluí a faculdade e dei continuidade aos estudos, ingressando num curso de especialização de produção cultural com ênfase em elaboração de projetos socioculturais para as linguagens de artes cênicas e de música.
Trabalho numa empresa cujos valores estão de acordo com a minha missão de transformar a sociedade, coordenando ações de cultura por meio da música, fomentando e valorizando essa linguagem no Amazonas e no país inteiro. Além disso, conquistei uma condição financeira que me permite ajudar a família e atuar com tranquilidade pelo kosen-rufu. Venci!
Reviver um juramento
Nos últimos dois anos, enfrentei muitos desafios para superar a falta de confiança. Tive de ser forte e vencer a mim mesma. Nichiren Daishonin afirma num escrito: “Jamais se comporte de modo desonroso. Não se deixe perturbar pela avareza, pelo desejo de fama e nem pela ira”(CEND, v. II, p. 55).
Enfrentar esses problemas me impulsionou a realizar o sonho de conhecer as terras do Mestre, o Japão. Então, em janeiro deste ano [2020], tive a oportunidade de participar de um curso de aprimoramento da SGI naquele país, renovando meu juramento e em gratidão aos esforços de minha mãe, avó e irmãs.
Reprodução/Foto-RN176 Izis durante curso de aprimoramento da SGI, no Japão (jan. 2020)
Conhecer cada detalhe da vida gloriosa dos Três Mestres do Kosen-rufu me fez acreditar ainda mais que minha vida, a de todos os membros do meu país e a sociedade como um todo também possuem o imenso potencial da transformação positiva. Portanto, é preciso perseverar. E hoje, à frente da Divisão Feminina de Jovens da RM Manaus, busco incentivar cada integrante para que manifeste o seu melhor.
Num trecho do escrito Abertura dos Olhos, Nichiren Daishonin cita: “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos e maldades, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda” (CEND, v. I, p. 296). Assim, sigo confiando no Mestre, a quem tenho profunda gratidão, com a convicção de que todo esforço é revolução humana; é o grande tesouro da minha juventude.
Izis Andrade, 31 anos. Produtora cultural. Resp. pela DFJ da RM Manaus e supervisora dos núcleos Manaus e Amazonas do Asas da Paz Kotekitai do Brasil, CRE Oeste, CGRE.