ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 25/04/2020 13:15
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
PARTE 53
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Os seres humanos são todos iguais, dignos e insubstituíveis. Todos possuem, igualmente, o direito de serem felizes e de viverem em paz. Originalmente, ninguém pode arrebatar a paz e a felicidade das pessoas. Essa é a conclusão oriunda dos princípios do budismo que expõe a existência da condição de buda inerente à vida de todos os seres humanos. Porém, não seria esse o ponto de vista de todas as ideologias e religiões que buscam a felicidade das pessoas?
Como disse Josei Toda, embora haja diferenças em suas crenças religiosas ou ideológicas, certamente haveria imediato consenso entre Cristo, Maomé e outros sábios do mundo em relação ao objetivo fundamental da felicidade do homem. É certo que eles desenhariam um diagrama de paz, de coexistência e de prosperidade mútua, desatando o complexo emaranhado da história formada por visão distorcida, discriminação, antagonismo
e ódio.
Para a paz e a felicidade do homem, o que se exige dos religiosos é a iniciativa de lidarem com as diversas questões da humanidade, com mútuo respeito em relação ao espírito de salvação dos respectivos pontos de partida, mesmo que haja diferenças nos seus ensinamentos.
Em especial, o Sutra do Lótus, o alicerce do Budismo Nichiren, elucida que todas as pessoas são de incomparável dignidade e possuem inerente a vida do buda. Portanto, como seguimos esse ensinamento, nosso modo de vida deve ser o de nos relacionarmos com pessoas de quaisquer religiões com o máximo respeito.
Nesse globo terrestre vivem pessoas com diferenças de vários aspectos, tais como de ideologia, de religião, de nação e de etnia. Ideologias e modos de vida que excluem, discriminam e isolam as pessoas, prendendo-se a essas diferenças, provocam disputas, destroem a paz e são a causa principal da infelicidade da raça humana. Pode-se dizer que são conceitos de natureza realmente maligna.
A proposta de Josei Toda de cidadania global, da ideia de que todos os seres humanos são igualmente da etnia terrestre, nada mais é que a ideologia de união da humanidade que combate essa natureza maligna.
O ponto primordial para o qual os religiosos devem retornar são o homem e a vida, deixando de lado todo tipo de diferenças. Embora possa parecer categórico, o diálogo embasado nesse ponto comum e universal se torna a força para criar a paz, mudando o rumo de mútua desconfiança para mútua compreensão, de fragmentação para união e de hostilidade para amizade.
PARTE 54
O homem veio sempre buscando a solução da desordem e confusão no poder das armas. Julgava-se que esse era o método mais rápido e eficiente, sempre disponível. Porém, o uso de armas só piorava ainda mais a situação, aumentando o rancor e o ódio, sem trazer solução para os problemas.
Por outro lado, o diálogo visando a interrupção das guerras e o fim das discriminações é uma tarefa de transformação da vida que inspira a mudança interna do coração das pessoas. Por isso mesmo, ela é gradual e exige persistência e tenacidade.
Quando eclode uma guerra, com seguidas retaliações e constantes massacres horrorosos, cria-se uma sensação de impotência em abrir o caminho da paz por meio do diálogo, tendendo-se à desistência e à perda de esperança. Na verdade, aí existe a maior barreira para a paz.
Aos olhos do budismo, o que se encontra no fundo dessa perda de esperança nada mais é que a escuridão fundamental da vida, isto é, a ilusão básica do ser humano que não lhe permite acreditar na natureza de buda existente nas pessoas. De outro ponto de vista, a realização da paz perene no mundo é a luta contra essa escuridão do ser humano. A questão essencial se encontra na batalha da vida de se acreditar ou não no próprio ser humano.
Nós devemos ter a consciência de que aí está nossa missão como budista de construção da paz.
Mesmo na época da Guerra Fria entre o Leste e o Oeste, e dos conflitos sino-soviéticos, na qualidade de budista que almeja a paz, Shin’ichi Yamamoto promoveu, de forma proativa, encontros e diálogos com líderes de cada país, por exemplo, com o primeiro-ministro Aleksey Kosygin da União Soviética, o primeiro-ministro Zhou Enlai da China, e com o secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger.
Além disso, dedicou ainda esforços em diálogos nos meios religiosos e civilizacionais, e até agora, no século 21, trocou opiniões com líderes e intelectuais do cristianismo, do judaísmo, do islamismo, do hinduísmo e também dos países socialistas, dialogando diretamente com essas pessoas.
Ele sentiu profundamente que, apesar das diferenças de religião, de ideologia, de nação e de etnia, todos buscam igualmente a paz. Ao definir o eixo das coordenadas de que todos são igualmente seres humanos, não seria nada impossível esquematizar o diagrama chamado paz.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.