ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 25/04/2020 13:20
Matéria para a reunião de palestra de maio
Trecho do Gosho
“Aqueles que se tornarem discípulos e seguidores leigos de Nichiren deveriam compreender os profundos laços cármicos que compartilham com ele e propagar o Sutra do Lótus da mesma maneira que ele faz. Ser conhecido como devoto do Sutra do Lótus é um destino amargo, porém inevitável.” (CEND, v. II, p. 260)
Explanação
Os bodisatvas da terra
A expressão “bodisatva da terra” consta no Sutra do Lótus. No 15o capítulo, “Emergindo da Terra”, desse sutra, Shakyamuni convoca os verdadeiros discípulos da grande terra e confia-lhes plenamente a missão de propagar o Sutra do Lótus. E no 21o capítulo, “Poderes Sobrenaturais d’Aquele que Assim Chega”, os bodisatvas da terra fazem o juramento seigan de ensinar a Lei Mística para as pessoas, correspondendo ao desejo de Shakyamuni de propagar seu ensinamento após a sua morte. O discípulo faz do grande desejo de concretizar o kosen-rufu do seu mestre, o Buda do remoto passado, o seu próprio desejo; ele o herda e busca realizá-lo. Por sua vez, o mestre aceita esse juramento seigan e lhes confia a propagação da Lei Mística. O desejo eterno do Buda não se concretiza sem o surgimento dos bodisatvas da terra. Quando uma pessoa se levanta com a consciência de um bodisatva da terra, então duas, três e incontáveis outras pessoas despertarão, e unindo forças elas se incentivarão mutuamente.
Assumir a condição de bodisatvas da terra
Nichiren Daishonin estava com 58 anos [em 1279] ao redigir essa carta. O ponto principal desse escrito é a recomendação que ele faz a seus discípulos para que despertem para a sua missão como devotos do Sutra do Lótus.
Na explanação desse escrito, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, salienta o objetivo de Nichiren Daishonin ao escrever a carta:
No trecho que estamos examinando, ele [Nichiren] expressa que seus discípulos devem seguir seu exemplo, propagando o Sutra do Lótus assim como ele, empenhando-se firmemente para conduzir as pessoas à felicidade, de acordo com o espírito do Sutra do Lótus de ampla propagação, ou kosen-rufu. (Terceira Civilização, ed. 613, set. 2019)
Em um discurso proferido pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, em 24 de junho de 2008, no Centro Cultural Soka, Japão, durante um conselho para representantes de divisões, ele explica a razão de se propagar o budismo para as pessoas.
Propagar [o budismo] de todas as maneiras possíveis. É por esse meio que as ideias se expandem. Existem diversas formas de se propagar, como pelo diálogo ou por cartas. (…) Os ideogramas que formam a palavra kosen de kosen-rufu significam “luta para propagar amplamente” o budismo. O shakubuku também é uma ação para expressar e transmitir a grandiosidade do budismo. Não deixa de ser, portanto, uma “propagação”. Expressar claramente a grandiosidade daquilo que é realmente grandioso e transmitir isso de maneira ampla. Bradar incansavelmente pela justiça com coragem e altivez. Essa é, sem dúvida alguma, a força da vitória. Foi exatamente dessa maneira que a Soka Gakkai veio se expandindo no mundo inteiro. Não há como o budismo se propagar e se expandir sem o uso das palavras e sem a ação. (BS, ed. 1.950, 9 ago. 2008, p. A2)
“Sigam-me os bons”
Essa frase é conhecida por ter sido dita por um personagem muito famoso da TV. Ele, com seus poderes, combatia as maldades na tentativa de criar uma sociedade mais justa. Com essa analogia (do super-herói), temos a oportunidade, como bodisatvas da terra, de atuar neste momento, pondo em evidência a filosofia humanística de valorizar o ser humano.
Exemplo disso é o primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi. Em 1939, ele viajou para Yame, província de Fukuoka, Kyushu, para realizar shakubuku, apresentando os ensinamentos de Nichiren Daishonin para a cunhada de um membro de Tóquio. Quando essa senhora decidiu se tornar budista, no dia seguinte, Makiguchi sensei lhe disse: “Vamos pôr a fé em prática!”. Então, foi com ela e seu marido, que havia decidido iniciar a prática pouco tempo antes, visitar um casal que conhecia em Unzen, província vizinha de Nagasaki, e compartilhar com eles o Budismo Nichiren.
O segundo presidente da organização, Josei Toda, quando assumiu a presidência, em 3 de maio de 1951, anunciou o objetivo de 750 mil novas famílias. A organização na época era composta por 3 mil famílias. Ele declarou: “Agora é a hora de propagar o Gohonzon”.
Em 1960, quando assumiu como terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, discípulo de Josei Toda declarou: “A partir de hoje, representando os discípulos de Toda sensei, peço-lhes permissão para comandar, um passo avante, a concretização do kosen-rufu de comprovação (kosen-rufu de kegi)” (BS, ed. 2.256, 31 dez. 2014, p. F4). Em menos de cinco anos a Soka Gakkai atingiu mais de 3 milhões de famílias (Ibidem).
Compartilhar vitórias cada vez mais
Na explanação do escrito que estamos estudando para a reunião de palestra de maio, o presidente Ikeda reforça nossa conduta como discípulos e praticantes do Budismo Nichiren: “Ao nascermos neste mundo, nós nos dedicamos à felicidade do próximo e vivemos de maneira edificante conquistando o apreço de incontáveis pessoas pelos esforços para auxiliá-las. Esse é o modo de vida mais valioso e gratificante que se pode ter como ser humano. (…). Se conseguirmos fazer isso, as sementes do estado de buda que plantamos no coração delas infalivelmente acabarão brotando e se desenvolvendo” (Terceira Civilização, ed. 613, set. 2019).
Renovar a decisão
Em discurso proferido em 1996, o presidente Ikeda explana as virtudes dos quatro bodisatvas líderes dos bodisatvas da terra e a relação delas com a nossa própria vida (leia na íntegra no BS, ed. 2.342, 8 out. 2016, p. B1):
Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei, assumiu o papel de líder dos bodisatvas da terra. Contanto que nos dediquemos à realização do kosen-rufu nos esforçando na prática budista com o mesmo espírito e determinação dele, as poderosas funções desses quatro bodisatvas também se manifestarão em nossa vida. Nada poderia ser mais maravilhoso.
“Eu serei a pessoa mais feliz!”; “Vou ensinar meu amigo a recitar daimoku”; “Vou vencer todas as questões da minha vida” — esses exemplos de determinação fazem surgir a vida do bodisatva da terra. Nós somos as pessoas que vivem pela missão de transmitir esperança e expandir a Lei Mística para a felicidade de todas as pessoas ao redor.
Sobre o escrito
A carta é datada do décimo sexto dia do nono mês. Apesar de não ter a indicação do ano, acredita-se que tenha sido redigida em 1279. Nesse escrito, Nichiren Daishonin revela o significado de seu nome, “Nichiren”, referindo-se a ele próprio como o Buda que possibilitará a iluminação para todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei. E declara que seus discípulos também devem se esforçar para transmitir o supremo ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo para toda a humanidade.
Quem foi Jakunichi-bo
Jakunichi-bo Nikke era um jovem discípulo, filho do senhor feudal de Okitsu, província de Kazusa. Sua família se tornou seguidora de Nichiren Daishonin no início da era Bun’ei (1264-1275).
Ele se tornou sacerdote e, mais tarde, fundou o templo Tanjo-ji, em Kominato, enaltecendo o local de nascimento de Nichiren Daishonin.
Material de apoio
Leia mais:
CEND, v. II, p. 259.
Terceira Civilização, ed. 613, set. 2019.
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