ROTANEWS176 E UOL 11/12/2015 23h07 Danilo Lavieri, Guilherme Palenzuela e Luiza Oliveira
Reprodução/Foto-JC camisa comemorativa de Rogério Ceni
Foi nesta sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, que o goleiro Rogério Ceni, 42, encerrou a carreira de 25 anos com festa para mais de 60 mil espectadores no Morumbi, que reuniu os jogadores que foram campeões mundiais pelo clube em 1992, 1993 e 2005. E a carreira de goleiro se encerrou na linha: pouco depois da metade do primeiro tempo, Ceni pediu substituição, imediatamente trocou de camisa por uma de linha, e entrou para reforçar o meio de campo do combinado de 2005. Depois, tocou e cantou com a banda Ira!, antes de fechar o maior evento da história do Morumbi. A partida não teve final, foi encerrada antes com o anúncio “a carreira de Rogério Ceni nunca terá um apito final”.
A festa começou antes do apito inicial. Enquanto o Morumbi já lotava, os times começaram a ser anunciados, em ordem cronológica, do reserva menos lembrado até o protagonista. O primeiro a causar enorme comoção foi o ex-meia Raí, campeão mundial em 92, que mesmo aos 50 anos mostrou extrema técnica e proporcionou lances de efeito. Depois, o ex-goleiro Zetti e o técnico Muricy Ramalho, ex-auxiliar de Telê Santana também fizeram a torcida explodir em gritos emocionados.
Antes da entrada de Rogério. a comoção maior dos são-paulinos foi com o uruguaio Diego Lugano, que joga atualmente pelo Cerro Porteño (PAR) e tem a possibilidade de voltar ao São Paulo em 2016 discutida pela diretoria. De volta ao Morumbi após nove anos, Lugano foi quem mais arrancou gritos da torcida. O “volta, Lugano” se perpetuou durante toda a partida. Quando Ceni foi para a linha e deu a braçadeira de capitão ao uruguaio, então, a comoção foi maior ainda. A única ressalva da torcida foi para o meia Danilo, que justificou que não poderia comparecer à festa por hoje pertencer ao Corinthians: breves insultos, misturados aos cantos de apoio para outros ídolos que entravam em campo.
O show de rock que precedeu a entrada de Rogério Ceni entrou em ação novamente antes de o dono da festa subir ao gramado. Houve pirotecnia, fogos de artifício, labaredas virtuais e bandeiras – uma delas voou pendurada por balões. Antes do apito inicial, os capitães das conquistas – Raí, Ronaldão e Ceni – levantaram os três troféus mundiais conquistados no Japão, em cerimônia que contou com participação de Angelina Juvêncio, viúva do ex-presidente Juvenal Juvêncio, falecido na última quarta-feira, e também de Rochelle Portugal Gouvêa, viúva do ex-presidente Marcelo Portugal Gouvêa, campeão mundial em 2005.
O time de 2005 venceu por 5 a 3, com gols de Amoroso, Aloísio, Josué, Thiago Ribeiro e Rogério Ceni, de pênalti – o destaque, porém, foi o gol de pênalti convertido pelo goleiro Zetti, que tomou coragem para atravessar o campo e tentar o chute ao ter o nome gritado pelos são-paulinos. Chutou no ângulo. Comemorou, demorou para voltar ao gol, e Rogério Ceni, já na linha, tentou chutar para fazer um gol do meio de campo. A bola cruzou o campo, pingou na frente do gol e passou rente ao travessão. Os outros dois gols do combinado da Era Telê foram marcados por Cafu.
No intervalo, Ceni foi convidado pelo Ira! para participar do show. Recebeu do vocalista Nasi e do guitarrista Edgar Scandurra uma guitarra, que rapidamente pegou e tentou arriscar alguns acordes. Cantou, com a banda, o sucesso “Envelheço na Cidade”, e ainda ficou mais no palco antes de voltar para o segundo tempo, ainda na linha
Reprodução/Foto-JC Rogério Ceni acena emocionadamente para torcida do Tricolor longo de 25 anos construiu uma história de 18 títulos, 131 gols e 1237 jogos.
No segundo tempo, Raí, antes de sair, tentou repetir a cobrança de falta que resultou em um dos gols do Mundial de 1992 contra o Barcelona. Rolou a bola, deu breve parada e chutou – passou perto. Ao deixar o gramado, foi para perto da torcida no anel inferior e celebrou a festa com alguns são-paulinos.
O jogo foi encerrado antes do fim do segundo tempo, com anúncio de contagem regressiva ainda com a bola rolando. O locutor do Morumbi contou de dez a zero, antes de uma queima de fogos, e bradou: “a carreira de Rogério Ceni nunca terá um apito final”.