ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 02/05/2020 10:07
RELATO
Sem desistir, Diana decidiu ser feliz e viver de forma grandiosa
Reprodução/Foto-RN176 Diana; o companheiro, Jailton; e a filha, Sofia, no Centro Cultural Campestre, Itapevi, SP.
Em certa fase da vida, refleti sobre a minha trajetória e me dei conta do porquê estava sofrendo. E, recitando Nam-myoho-renge-kyo evidenciei a coragem para mudar tudo. A angústia deu lugar a uma alegria jamais sentida, e agora eu tinha forças para mudar o curso da minha história. O presidente Ikeda diz: “A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a força motriz capaz de transformar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quando o solo se move, tudo o que existe sobre ele também se movimenta” (BS, ed. 1.569, 26 ago. 2000, p. A7).
Prática contínua
Vim de uma família maravilhosa que já praticava o budismo quando nasci. Minhas duas irmãs e eu crescemos em meio às atividades da BSGI, sem preocupações. Eu brincava na rua descalça, tinha muitos amigos. Vivia num ambiente confortável, harmonioso e feliz. Isso me deu a estrutura para vencer desafios, como os acidentes que sofri na infância e que poderiam ter causado algum trauma, ou quando passei pela dor da perda da minha querida avó, Emília, que morava conosco. Logo percebi que os sofrimentos são aprendizados e que deveria sempre avançar.
Segui me esforçando para realizar meus sonhos. Cursei magistério com bolsa de estudo e, aos 14 anos, ganhava meu próprio dinheiro.
Na organização, atuei na liderança da Divisão Feminina de Jovens e me descobri ainda mais apaixonada pela educação ao alfabetizar jovens e adultos [atual Academia Magia da Leitura].
Em 2002, prestei concurso na Prefeitura de Osasco, SP, para professora e fui aprovada. No ano seguinte, entrei para a faculdade de pedagogia, sendo a primeira entre minhas irmãs a cursar uma universidade. Na mesma época, tive a grande chance de assumir a coordenação pedagógica na prefeitura, e permaneço nessa função até hoje.
Reprodução/Foto-RN176 Atividade do Bloco Jardim Oriente, com novos membros (dez. 2019)
Nova trajetória
Casei-me em 2008 e dois anos depois engravidei da minha filha, Sofia. A gestação seguiu tranquila mesmo quando, nos últimos três meses, tive de fazer repouso por recomendação médica. Recitei daimoku com a convicção de que a melhor herança que podemos dar aos filhos, enquanto estão em nossa barriga, é recitar Nam-myoho-renge-kyo. Meu bebê nasceu saudável, de parto natural, sem dor, num excelente hospital. Quanta felicidade!
Em contrapartida, estava infeliz no casamento, sentindo-me sozinha. Refletia sobre a nossa história e sobre as atitudes negativas que tinha junto ao meu marido, fazendo-me desviar dos ensinamentos do budismo, e como isso afetaria minha filha.
Eu precisava mudar aquela condição, mas o tempo foi passando e tudo piorou. O divisor de águas foi em 2015, quando a Sofia tinha 5 anos. Comecei a apresentar fortes dores na nuca e na cabeça, e muita fraqueza, até que precisei de ajuda médica.
Na sala de espera para ser atendida, com meu marido e minha filha, tive um ataque de choro incontrolável. Fazia força para falar, mas as palavras não saíam, não conseguia me mexer e tive muita falta de ar. Quando me colocaram numa cadeira de rodas, minha cabeça pendeu, sem sustentação. Minhas mãos ficaram tortas para trás e achei que estivesse sofrendo um acidente vascular cerebral (AVC). Aquilo foi chocante para Sofia, que dizia ao pai que não queria que eu morresse.
Naquele instante ecoou em minha mente que precisava viver, que aquilo não era um AVC e que eu tinha o Nam-myoho-renge-kyo. Então, orei mentalmente com todas as forças e, aos poucos, eu me senti melhor. Ao perceber que o carinho e a atenção da minha filha, segurando minha mão, foram a melhor coisa que podia ter naquele momento, determinei viver de forma grandiosa dali para a frente.
Mais tarde descobri que o mal súbito havia sido em decorrência da hipertensão por estresse que adquiri ao longo dos anos infelizes e, por isso, deveria assumir a responsabilidade pela minha felicidade.
Ainda mais forte
A recitação do daimoku me trouxe confiança para avançar em minha meta. Nichikan Shonin, restaurador dos ensinamentos do buda Nichiren Daishonin, diz: “Se crer neste Gohonzon e professar o Nam-myoho-renge-kyo, não há oração sem resposta, nem pecado imperdoável. Toda fortuna será concedida e toda justiça será provada” (BS, ed. 2.254, 6 dez. 2014, p. B4).
Reprodução/Foto-RN176 Equipe da Ginástica Montada, na qual ela lidera o estudo do budismo
Encorajada, dei o primeiro passo e me divorciei. Enfrentei críticas, mas segui convicta. Nessa fase, conheci Jailton numa reunião de budismo. Juntos, participamos da criação de um grupo cultural no distrito para dar suporte às atividades, e ao nos aproximar, a afinidade só aumentava. Sobretudo, tínhamos a mesma garra para lutar pelo grandioso movimento da paz, o kosen-rufu. Nós nos apaixonamos e decidimos ficar juntos. Ele, sempre brincalhão, conquistou Sofia. Ganhei três filhos do coração, Jeann, Jeniffer e Jonathan, vindos do relacionamento anterior de Jailton.
Estava diante da pessoa que tanto almejava, um grande companheiro na prática da fé. Seguimos nos esforçando pela expansão do budismo em Taboão da Serra, SP, onde moramos, à frente do Bloco Jardim Oriente. Também lideramos o estudo do budismo pelo Núcleo de Ginástica Montada na localidade e temos a boa sorte de entregar os jornais e revistas para os membros, como Mensageiros da Esperança. Neste momento de pandemia, emprestamos a eles exemplares do romance Nova Revolução Humana e outros livros, embalados e agraciados com sachê de álcool em gel, para que se sintam incentivados.
Hoje, tenho consciência da minha missão de conduzir a prática budista para meu próprio bem, pela felicidade das pessoas ao meu redor e da sociedade, como digna discípula de Ikeda sensei para realizar o kosen-rufu nos quatro quadrantes da Terra.
Diana Yuri Takahashi, 37 anos. Coord. pedagógica. Vice-resp. pela DF do Bloco Jardim Oriente. RM Morumbi, CNSP, CGESP.