ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 20/06/2020 16:33
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Origem”, volume 29
PARTE 1
Ao decolar e ultrapassar a camada de nuvens, a aeronave sobrevoava debaixo de um lindo céu azul e sobre um verdadeiro mar prateado banhado por deslumbrantes raios de sol.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI
A comitiva da Soka Gakkai em visita à Índia, liderada por Shin’ichi Yamamoto, partiu de Kagoshima, às 11 horas, no dia 3 de fevereiro de 1979, rumo ao seu primeiro destino Hong Kong. Os membros da região de Kyushu se despediram do grupo no aeroporto
de Kagoshima.
Observando pela janela do avião, Shin’ichi disse à sua esposa, Mineko, que estava ao seu lado:
— Olhando para o alto da superfície nos dias nublados, não se enxerga o sol. Quando persistem vários dias de chuva ou de neve, encobertos por nuvens escuras, tem-se a sensação de que tal clima continue por longo tempo e a tendência é de até os corações ficarem fechados e obscuros. Porém, acima das nuvens, ele está sempre brilhando radiantemente. Da mesma forma, ao elevarmos nossa condição de vida e rompermos as nuvens, nossa existência também será como essa grande estrela do sistema solar. Além disso, mesmo nos dias em que pareça estarmos diante das tempestades, a prática da fé possibilita vivermos com o sol em nosso coração. Sempre que observo o sol a bordo de um avião, relembro um poema composto por Toda sensei:
Aos povos da Ásia
que oram para vislumbrar a Lua
entre as frestas das nuvens,
enviemos, em vez disso,
a luz do Sol.
Sob as nuvens baixas, o povo da Ásia se curva em reverência com o desejo de ver o brilho da lua e com a vontade de ser feliz. O mestre decidiu lhes enviar o brilho do sol, isto é, o Budismo de Nichiren Daishonin, que é a fonte luminosa da paz e da felicidade. Nesse poema do mestre, sinto sua ardente paixão, sua determinada fé e seu amor benevolente pela realização do kosen-rufu da Ásia, o que me faz reafirmar minha própria disposição.
Com sorriso no rosto, Mineko disse-lhe meneando a cabeça:
— Nessa viagem à Índia, vamos corresponder a esse sentimento de Toda sensei, pouco que seja.
— Sim. De fato, surgiram companheiros na Índia que avançam pelo kosen-rufu. O mestre deve ficar feliz.
Ao se lembrarem do venerado mestre, o diálogo entre os dois se intensificava. A ardente paixão surgia no coração, e a coragem manifestava em seu interior.
Relembrando-se de Josei Toda, Shin’ichi firmava fortemente a decisão de edificar o sólido alicerce visando verdadeiramente o kosen-rufu mundial.
PARTE 2
O avião a jato, em que Shin’ichi e os demais do grupo estavam, fazia um voo tranquilo e, após sobrevoar Taiwan, se aproximou de Hong Kong. Com sentimento de gratidão, Shin’ichi dedicou um poema de próprio punho ao exímio comandante: “Oro pela felicidade do condutor das asas”. E, próximo do poema, registrou: “Muito obrigado. Oro pela sua boa saúde e pela brilhante atuação”.
Após pouco mais de três horas do aeroporto de Kagoshima, o avião da comitiva aterrissou às 13h20, horário local, no aeroporto de Kai Tak, em Hong Kong. Ali, Chen Jinghe, o diretor do
Instituto de Pesquisas da Cultura Chinesa da Universidade Chinesa de Hong Kong, e os membros da SGI-Hong Kong recepcionaram a comitiva. A visita de Shin’ichi a Hong Kong ocorria depois de cinco anos após a sua última estada em 1974. Como era época de ano-novo pelo calendário lunar, as ruas estavam animadas com muita gente e ornamentadas com dizeres festivos e lanternas vermelhas. Logo após chegar ao hotel, ele se dirigiu à sede de Hong Kong, localizada em Kaulun Tong, e, às 15 horas, tirou foto comemorativa no jardim com cerca de trinta membros que ali se encontravam.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI
— Fico muito feliz em encontrá-los!
Entre os membros, havia alguns estudantes japoneses intercambistas da Universidade Chinesa de Hong Kong e pessoas que moravam nos arredores.
— Vamos, então, recitar gongyo juntos.
Deslocaram-se para a sala de oração do andar térreo da sede e deram início ao gongyo. Em seguida, começou um diálogo.
Para os estudantes intercambistas, ele afirmou:
— O período do intercâmbio passa muito rápido. Valorizem cada dia e se dediquem aos estudos.
Para as pessoas dos arredores, disse:
— O mais importante é o esforço ininterrupto no estudo do budismo, a continuidade nas atividades da organização e a seriedade na recitação do daimoku. Um recém-nascido não se torna adulto em uma semana ou em dez dias. Da mesma forma, a ação contínua na fé, na prática e no estudo por dez, vinte anos possibilita abrir uma condição de felicidade que nem sequer se poderia imaginar. A verdadeira comprovação do budismo se encontra na construção de uma felicidade, tanto material como espiritual, por meio da fé. A felicidade dos senhores será, em si, o kosen-rufu, e a comprovação, a própria vitória.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.