As mulheres Soka são radiantes sóis da esperança!

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 27/06/2020 10:16

ENCONTRO COM O MESTRE

Encontro com o Mestre desta edição traz um ensaio recente do presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, no qual ele enaltece a força feminina em todo o mundo. Ikeda sensei também destaca a importância das mulheres da SGI para a consolidação do kosen-rufu.

Reprodução/Foto-RN176 Dr. Daisaku Ikeda e sua esposa Sra. Kaneko Ikeda, ele  é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista  e atualmente é o Mestre e Terceiro Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI. Numa de suas visitas à Europa, Ikeda sensei e sua esposa, Kaneko, colhem flores do campo à beira da estrada no subúrbio de Paris, com o sentimento de oferecer um buquê aos companheiros (França, maio 1973) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

  1. DAISAKU IKEDA

O dia 6 de junho assinala o aniversário de nascimento do nosso presidente fundador, Tsunesaburo Makiguchi (1871–1944), que morreu na prisão em defesa de suas crenças.

Em 4 de junho, celebra-se o Dia do Ikeda Kayo Kai da Divisão Feminina de Jovens da SGI, e em 10 de junho, comemora-se o aniversário de fundação da Divisão Feminina.

No Japão, as integrantes dessas duas divisões estão avançando juntas com grande disposição, compartilhando um único tema: “Mês das Mulheres — Laços de Esperança”. Minha esposa, Kaneko, e eu sentimos que essa é uma maneira realmente maravilhosa de festejar o mês de nascimento de Makiguchi sensei.

Por várias vezes, ele citou as seguintes palavras de Nichiren Daishonin dirigidas às mulheres que integravam a organização dos primórdios do nosso movimento: “Quando o céu está límpido, a terra se ilumina. De maneira semelhante, quando uma pessoa conhece o Sutra do Lótus, ela compreende o significado de todas as questões seculares” (CEND, v. I, p. 395). Makiguchi sensei as encorajava dizendo: “No instante em que o sol desponta, a terra imediatamente se enche de luz. Do mesmo modo, espero que iluminem sua vida cotidiana com uma fé poderosa o suficiente para remover as nuvens escuras do céu. Façam de seus problemas um trampolim!”.

Com esse espírito jovem e aberto, Makiguchi sensei sempre procurava iluminar e enriquecer a própria vida e a dos outros, criando valor junto com eles. Certa vez, ao incentivar uma jovem adolescente, perguntou-lhe sobre os assuntos pelos quais se interessava. Quando ela respondeu que gostava de música, ele disse: “Gostaria de ouvir suas músicas favoritas!”.

Hoje, as componentes da Divisão Feminina de Jovens ao redor do mundo estão empregando sua criatividade e originalidade para se encorajarem mutuamente, ao mesmo tempo em que se esforçam juntas com uma atitude positiva e otimista. Sua jovem vida, irradiando o “brilho eterno de seu coração” — como expressa o verso da canção Juramento do Ikeda Kayo Kai —, mantém-se invencível diante de vários desafios e adversidades que enfrentam.

Seus esforços dinâmicos e joviais, manifestando livremente seu potencial diversificado e singular, são uma fonte de inspiração para toda a família Soka e algo pelo qual Makiguchi sensei muito ansiava.

 

* * *

O lírio-do-vale é o símbolo da Divisão Feminina de Jovens, ao passo que o lírio-branco representa a Divisão Feminina. Assim como essas flores desabrocham no início do verão, as mulheres Soka estão propagando sua linda rede de amizade, partilhando buquês de felicidade com as pes­soas de sua comunidade, da sociedade e do mundo.

 

São flores de lírios,  

brancas e perfumadas

que aqui se reuniram;  

São corações sublimes

num elo de amizade. 

 

Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, compôs esse poema como um gesto de gratidão aos membros que haviam preparado um encantador arranjo de lírios-brancos para a reunião de fundação da Divisão Feminina, em 10 de junho de 1951.

Ele solicitou às pessoas ali presentes: “Gostaria que, um dia, todas vocês viajassem pelo Japão para compartilhar o Budismo de Daishonin com os outros. Vocês farão isso?”.

Reprodução/Foto-RN176 Rumo ao início do verão, as flores de azaleia balançam como se estivessem cantando “Avancem alegremente!” (foto tirada por Ikeda sensei em 5 de maio de 2020, Tóquio)

Uma mulher de 20 e poucos anos imediatamente levantou a mão e declarou: “Sim, irei a qualquer lugar!”. Na época, ela lutava a duras penas para fazer o dinheiro ser suficiente para o sustento da casa e para cuidar dos dois filhos pequenos. Partir para lugares distantes era algo que nunca havia passado pela sua cabeça, mas em seu coração ardia intensamente o espírito da Soka Gakkai.

Toda sensei ficou imensamente feliz pelo espírito de procura dela de atender à sua solicitação, pois, assim como afirma Daishonin, “O que importa é o coração” (CEND, v. II, p. 267). Essa pureza de coração do espírito de mestre e discípulo permanece vivo na Geração Jovem Lírio-Branco da Divisão Feminina dos dias de hoje.

Na reunião de fundação, uma mulher natural da cidade de Pusan (atual Busan), Coreia do Sul, externou seu ardente anseio pela paz de sua pátria assolada pela guerra e pela segurança e proteção para todos que viviam lá.

Os membros da Divisão Feminina sempre assumiram a liderança em desbravar caminhos em nosso movimento pelo kosen-rufu na Ásia e no restante do mundo.

As sementes do lírio da montanha japonês (Lilium auratum; também conhecido como lírio rajado de dourado) caem na terra no outono, mas muitas vezes precisam suportar dois invernos até brotar, e, então, por vezes levam mais três anos para as plantas florirem.

Com um coração que se assemelha a lírios-brancos, nossas dedicadas integrantes da Divisão Feminina também resistiram a invernos rigorosos para florescer triunfalmente com refinada dignidade e fragrante boa sorte.

Nestes tempos difíceis, lembro-me da afirmação do meu mestre de que, para se fazer qualquer coisa nos Últimos Dias da Lei, é necessária perseverança.

 

* * *

 

A primeira “organização feminina” budista remonta à época de Shakyamuni. Iniciou-se com mulheres unidas pelos laços de mestre e discípulo, um círculo de boas amigas. Elas ofereciam carinho e apoio às outras mulheres, que estavam enfrentando os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte, e juntas criavam entre si uma conexão repleta de esperança.

Recordo-me do juramento que a rainha Shrimala fez perante o Buda no Sutra Shrimala:

Se eu vir pessoas solitárias, pessoas que (…) perderam sua liberdade, pessoas que estejam sofrendo em decorrência de doen­ças, desastres ou pobreza, eu não as abandonarei. Eu lhes trarei conforto espiritual e material.

Representa o compromisso de não deixar ninguém para trás.

A primeira mulher a se tornar dis­cípula do Buda foi Mahaprajapati, tia e mãe adotiva de Shakyamuni. Muitas outras seguiram os passos delas [a rainha Shrimala e Mahaprajapati]. No capítulo “Encorajamento à Devoção” (13º), do Sutra do Lótus, Shakyamuni declara que, no futuro, Mahaprajapati se tornará um buda chamado Visto com Alegria por Todos os Seres Vivos.

Daishonin menciona Mahaprajapati várias vezes em seus escritos. Nas cartas endereçadas às monjas leigas Toki e Myoho, à venerável Nichimyo, à mãe de Oto, ele afirma que elas estão em pé de igualdade com essa grande predecessora e têm a missão de abrir o caminho da felicidade e da vitória para outras.

Numa carta, ele louva a forte união e amizade entre as monjas leiga Sennichi e Ko, na Ilha de Sado, dizendo: “Vocês duas são unas em mente” (CEND, v. I, p. 622). E ao escrever para Nichigen-nyo, esposa de Shijo Kingo, ele externa a esperança de que ela leia a carta junto com outra discípula [conhecida apenas como “esposa de Toshiro”] (cf. CEND, v. I, p. 332).

Nessas passagens, podemos sentir o desejo de Daishonin de que seus discípulos vivam sua existência ao lado dos companheiros praticantes da fé na Lei Mística e avancem em união de “diferentes em corpo, unos em mente”.

Não obstante as provações com as quais nos deparemos, nada poderá romper os laços que compartilhamos como membros da família Soka. Neste exato momento, membros do mundo todo se mobilizam para transmitir sua sincera preocupação com membros e amigos, entrando em contato com eles por telefone, cartas, e-mail e outras formas de comunicação, para verificar como estão e encorajá-los.

Ter empatia pelo sofrimento dos outros e orar pela segurança e pelo bem-estar deles, demonstrando carinho e consideração por aqueles que nos cercam; estendendo-lhes a mão calorosamente com sabedoria e o coração aberto e compartilhar as alegrias deles — é assim que superamos as divisões em nossa sociedade, congraçamos corações e construímos pontes de esperança e de confiança.

 

Fonte:

Este conteúdo é composto por trechos do ensaio da série “Irradie a Luz da Revolução Humana” publicado no Seikyo Shimbun do dia 1o de junho de 2020.