Cumprir o juramento

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 26/09/2020 13:03

ESPECIAL

REDAÇÃO

Dia 2 de outubro de 1960 — a marca do alvorecer do Budismo Nichiren no mundo

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI

Em 3 de maio de 1960, aos 32 anos, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, expressou sua determinação em seu discurso de posse como terceiro presidente da organização. Ele bradou:

Apesar de jovem, a partir deste dia, assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com vocês rumo à substancial concretização do kosen-rufu. (Brasil Seikyo, ed. 2.413, 31 mar. 2018, p. B1)

Ao ser empossado, a Soka Gakkai possuía uma estrutura com 61 distritos no Japão. Entretanto, pulsava em seu coração o sentimento de corresponder ao desejo do seu mestre, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, como está retratado no romance Nova Revolução Humana, capítulo “Correntezas”, volume 22:

Ele [Toda sensei] disse a Shin’ichi [pseudônimo de Daisaku Ikeda no romance]: “Sonhei que fui ao México… Quero sair pelo mundo, numa jornada em prol do kosen-rufu”. Pelo menos seu coração viajava mundo afora. (p. 85-86)

Naquela época, a sociedade japonesa afirmava que a organização se dissolveria com o falecimento de Josei Toda. Entretanto, fazendo vibrar em seu coração o juramento firmado com seu mestre, e sem se importar com as calúnias e difamações que surgiam, Ikeda sensei tomou as providências para a concretização do desejo do presidente Toda. Na Reunião Nacional de Líderes, realizada em 27 de junho daquele ano, Ikeda anuncia que iria viajar para as Américas em outubro próximo. Para tanto, em 15 de julho, ele criou o Setor de Assuntos do Exterior, do Departamento de Organização da sede central.

Sem descansar um único segundo e com a saúde debilitada, no dia 2 de outubro o presidente Ikeda e mais seis pessoas partiram do aeroporto de Haneda para a primeira viagem às Américas do Norte e do Sul. O percurso abrangeria nove cidades de três países, iniciando em Honolulu, no Havaí, e prosseguindo para São Francisco, Seattle e Chicago, Estados Unidos; Toronto, Canadá; Nova York e Washington, Estados Unidos; São Paulo, Brasil, terminando em Los Angeles, Estados Unidos, com previsão de retorno ao Japão em 25 de outubro, depois de 23 dias de viagem.

Como foi o dia da partida?

Consta na Nova Revolução Humana, volume 1, capítulo “Alvorecer”, o início dessa vitoriosa história.

Nesse dia [2 de outubro], Tóquio foi brindada com um céu límpido e uma refrescante brisa de outono (…) e, por volta das 9h30, [membros] já lotavam a plataforma de observação do aeroporto para desejar boa viagem. (p. 9)

O avião, voo 800 da Japan Air Lines, apelidado de Fuji, decolou às 10h40 com um forte estrondo rumo à cidade de Honolulu, no Havaí. Era o primeiro grande jato de passageiros do Japão, e seu voo inaugural ocorrera poucas semanas antes, em 12 de agosto. (p. 10)

Foto no paletó

Shin’ichi pousou serenamente a mão sobre o peito. No bolso interno do paletó, levava uma foto de seu venerado mestre, Josei Toda (p. 10).

Por que foi escolhido o dia 2 de outubro?

O presidente Ikeda compartilhou:

Triunfei em todas as batalhas em prol do kosen-rufu. O budismo ensina a importância de sermos vitoriosos. Esforcei-me para levar alegria ao meu mestre e para realizar esforços pioneiros para concretizar os sonhos dele. Esse é o caminho natural para o verdadeiro discípulo. (RDez, ed. 87, mar. 2009, p. 6)

Muitos membros no Japão não imaginavam o objetivo principal dessa viagem. O dia 2 de outubro é considerado Dia da Paz Mundial, como o próprio presidente Ikeda descreve na Nova Revolução Humana:

Ele escolhera o dia 2 de outubro para embarcar em sua primeira viagem ao exterior porque o falecimento de Toda [2 de abril de 1958] era relembrado no segundo dia de cada mês. Tinha plena consciência da importância que havia por trás do desejo de Toda: “Percorra o mundo!”. (p. 11)

Essa história de sessenta anos abrange o avanço da organização de 61 distritos no Japão, na época, para mais de 190 países territórios em que a SGI está presente.

Criar e ampliar os elos das pes­soas com o budismo foram o objetivo principal do presidente Ikeda, quando partiu em sua primeira viagem fora do Japão. Logo mais, em 19 de outubro, a BSGI também celebrará seus sessenta anos de fundação.

Na mensagem enviada em comemoração dos 55 anos da BSGI, o presidente Ikeda afirma:

Atualmente, a nossa SGI já se expandiu para 192 países e territórios, e o Distrito Brasil, que fundei com as minhas próprias mãos, sem dúvida, foi a semente, a origem, o ponto primordial de todo esse crescimento. (Brasil Seikyo, ed. 2.296, 24 out. 2015, p. A1)

Como o presidente Ikeda nos orienta: “A história de mestre e discípulo Soka é a fonte de esperança e integridade que iluminará o nosso mundo no século 21, e também a luz do caminho para um futuro mais radiante para a humanidade”. (Brasil Seikyo, ed. 2.413, 31 mar. 2018, p. B4)

As sementes plantadas na primeira viagem ao exterior e a fundação do primeiro distrito fora do Japão

Em Honolulu, Havaí, o primeiro destino de sua viagem, foi fundada uma comunidade, causando grande surpresa para todos. Assim como lemos na Nova Revolução Humana:

Na época, uma comunidade da Soka Gakkai era composta por mais de cem famílias, e havia algumas que chegavam a ter até mil famílias. No entanto, no Havaí existiam apenas uns trinta ou quarenta membros, incluindo as crianças. Essa era uma quantidade pequena até mesmo para formar um bloco. (NRH, v. 1, p. 38)

Nos dezessete dias consecutivos, foram fundadas organizações em São Francisco, Seattle, Chicago, Toronto, Nova York e Washington.

Às 10 horas do dia 18 de outubro, a comitiva do presidente Ikeda pegou o voo de Nova York para São Paulo. A bordo do avião, as comunicações eram transmitidas em inglês e em português.

No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, reuniram-se mais de vinte membros. A previsão de pouso era às 22h45 do dia 18 de outubro. Entretanto, o avião sofreu um grande atraso devido a problemas como a troca de aeronave, em Brasília, DF. Havia se passado uma hora e vinte minutos do dia 19.

As pessoas que aguardavam observavam atentamente cada passageiro para não perder de vista a comitiva. Dentre os viajantes, havia um grupo cujos membros usavam um tipo de chapéu com aba estreita, não comum no Brasil. Então, elas perceberam que se tratava da comitiva. Começaram a cantar imediatamente a música Ifu Dodo no Uta [Canção do Imponente Avanço]:

Quando a comitiva de Shin’ichi Yamamoto saiu para o saguão do aeroporto, foi surpreendida com os inesperados acordes de Ifu Dodo no Uta (…). Depois de terem enfrentado momentos de incerteza e ansiedade durante a longa viagem, aquela canção encheu o coração de todos da comitiva de nostalgia e coragem. (NRH, v. 1, p. 223)

Estava prevista para as 13 horas do dia 20 de outubro uma reunião de palestra, que seria a Primeira Convenção da América do Sul. O acontecimento se daria no restaurante Chá Flora, que ficava ao lado do Hotel Niterói. Era uma loja que vendia produtos e presentes de origem japonesa, e que possuía um salão no andar superior, utilizado em diversos eventos da colônia japonesa.

— Tenho o prazer de anunciar neste instante a fundação do Distrito Brasil! (NRH, v. 1, p. 243)

Uma salva de aplausos ressoou por todo o recinto. A reunião de palestra transformou-se, de fato, na cerimônia de fundação do distrito e na primeira convenção do Brasil. Foi então anunciada a fundação das comunidades São Paulo, Campinas e Arujá. (Ibidem)

Fonte: Terceira Civilização, ed. 546, fev. 2014, p. 32, e ed. 547, mar. 2014, p. 32.

Leia mais

Nova Revolução Humana,volume 1

Não perca! Nas próximas edições, matérias especiais sobre os 60 anos de fundação da BSGI.