ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 21/11/2020 11:23
RELATO
Ao vencer a doença, Priscilla rompeu os próprios limites e se tornou inspiração para as pessoas.
Reprodução/Foto-RN176 Priscilla Hiromi Sakurai Uenoyama, Vice-resp. pela DFJ da Sub. Distrito Federal e vice-resp. pelo grupo Taiga da Sub. Distrito Federal – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI
Neste ano de 2020, a família do meu pai, Arthur, completou 55 anos de prática budista. Já a família da minha mãe, Rosângela, ingressou na BSGI na década de 1970.
Meus pais cresceram em meio às atividades da organização, desenvolvendo-se como pessoas grandiosas. Meu pai é para mim a maior referência de confiança, caráter e responsabilidade. Em 1983, aos 22 anos, fez parte do primeiro grupo de aprimoramento da Divisão dos Jovens da BSGI, denominado Kirishima pelo presidente Ikeda e relatado no romance Nova Revolução Humana (NRH).
O apoio dos meus pais, somado aos direcionamentos da Soka Gakkai, sempre me inspirou confiança e é a base que me fez despertar para vencer a mim mesma e construir uma história vitoriosa.
Batalha interior
Sou a mais nova de três irmãs e, com dificuldade para me relacionar com as pessoas, era extremamente tímida na infância. Porém, participando das atividades da organização e do querido grupo Taiga — o qual me fez compreender sobre a unicidade de mestre e discípulo, cultivar grandiosos sonhos e verdadeiras amizades —, encontrei uma forma de me expressar.
A primeira comprovação que obtive da prática budista foi ao superar a angústia e o sentimentalismo para lidar com uma de minhas irmãs, compreendendo que a mudança deveria partir de mim.
No budismo, aprendemos que a batalha para romper a escuridão é constante, e no início do ano passado, eu a retomei com todas as forças.
Em meados de março, comecei a sentir um forte cansaço físico que se transformou num vazio e numa tristeza que invadiram meu coração. Eu me motivava com as atividades da Gakkai, mas como poderia incentivar as pessoas se estava sofrendo? Logo, passei a ter dores de cabeça e ficava apática a tudo o que acontecia. Não sentia alegria de estar viva.
Certa manhã, a caminho do trabalho, tive forte dor no peito e senti falta de ar. Sem motivo aparente, comecei a chorar copiosamente e uma ansiedade tomou conta de mim. Recorri ao pronto-socorro, onde fui medicada e me aconselharam a procurar um especialista. Assim, fui diagnosticada com depressão e ansiedade.
Persistir e vencer
De imediato, eu me senti culpada, ingrata e envergonhada, pois não havia motivos para ser triste. Somente conversei com minha mãe sobre a situação após passar por mais duas crises. Ela me acalmou. Dali em diante, ajudou-me de todas as formas, tornando-se uma grande companheira, assim como meu pai e minhas irmãs.
Motivada, desafiei-me no estudo do budismo e, às vezes, mesmo sem vontade, recitava o máximo de daimoku que conseguia para vencer aquela circunstância, e nas orientações de Ikeda sensei encontrava um alívio.
Uma amiga da Divisão Feminina de Jovens me incentivou dizendo que, numa época em que tantas jovens sofrem desse mal, essa era a oportunidade para ultrapassar tal sofrimento e encorajar as pessoas com meu exemplo.
Comecei um tratamento com psicólogo, porém, não reagindo à terapia, procurei uma psiquiatra. Segura, compreendi que a medicação não seria uma derrota, como havia pensado no início, e sim uma chance de transformação. Com essa convicção, sigo vencendo a doença. Aos poucos, voltei a dormir melhor e a me sentir bem comigo mesma, e retomei o trabalho.
Em paralelo, soube que participarei de um curso de aprimoramento da SGI no Japão [assim que possível, em função da pandemia], representando o grupo Taiga, que completa trinta anos. Estudamos o volume 5 da NRH e decidi avançar ainda mais para enaltecer as companheiras.
Um passo a mais
Comprovamos novamente a força do Nam-myoho-renge-kyo quando, no início deste ano, minha mãe foi diagnosticada com um câncer em fase inicial na área da garganta e na base da língua. Nossa decisão foi vencer com a recitação do daimoku. Confesso que, mesmo certa da vitória, ao ouvir a palavra câncer, fiquei preocupada. E com os perigos do coronavírus, realizar quimio e radioterapia parecia arriscado. No entanto, minha mãe estava confiante e mais do que nunca com vontade de viver.
Em família, passamos a recitar muitas horas de daimoku todos os dias. Comunicamos a Ikeda sensei sobre o desafio, que nos respondeu com direcionamentos e incentivos, e nos enviou alguns presentes. Isso ficará gravado em mim para sempre. Ficamos muito emocionados e gratos também com o apoio da família Soka, em especial da Divisão Feminina, que nos acompanhou a todo momento.
Quando completamos um milhão de daimoku, minha mãe teve aprovação dos médicos para transferir para Brasília, DF, nossa cidade, o tratamento iniciado em São Paulo, onde ela ficava hospedada em hotel, longe da família e tendo muitos gastos.
No dia 3 de maio, participou vitoriosamente de uma atividade virtual comemorativa na localidade e, no dia 4, finalizou o tratamento. Na família, completamos 6 milhões de daimoku! Como não há oração sem resposta, em 24 de julho, meu aniversário, minha mãe soube que o tratamento foi um sucesso e que não há resquício da doença em seu organismo. Vitória total!
Nesse período, o sentimento de cumprir a missão e de corresponder a Ikeda sensei me deu a coragem para proteger minha família e me desafiar em prol do kosen-rufu. A luta na Gakkai mostra que posso expandir minha vida, sonhar mais, dedicar-me mais e ter uma existência de contínuo avanço.
Priscilla Hiromi Sakurai Uenoyama, 27 anos. Engenheira civil. Vice-resp. pela DFJ da Sub. Distrito Federal e vice-resp. pelo grupo Taiga da Sub. Distrito Federal.