ROTANEWS176 E POR ISTOÉ 19/12/20 09:30 Por Brian Alan
Mergulhadores acham, no fundo do Mar Báltico, a máquina Enigma, usada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial para enviar e receber mensagens secretas
Embora tenha acabado há mais de 75 anos, a Segunda Guerra Mundial deixou mistérios que até hoje despertam a curiosidade da ciência e atenção da mídia. É o caso de uma máquina Enigma, utilizada por tropas nazistas no confronto, que foi resgatada, no mês passado, por um grupo de mergulhadores alemães no Mar Báltico.
Reprodução/Foto-RN176 Soldados Alemães na Segunda Guerra Mundial usando a máquina Enigma – Divulgação
O item raríssimo era utilizado por Adolf Hitler e seu exército para enviar e receber mensagens secretas. Segundo Florian Huber, arqueólogo marinho presente na descoberta, a máquina estava enrolada em uma rede no fundo da Baía de Gelting, fronteira do mar da Alemanha com a Dinamarca. Ele acredita que os generais nazistas tenham ordenado que seus soldados afundassem cerca de 50 embarcações para que as máquinas não fossem encontradas por pelotões inimigos.
Interesse científico
“Fiz muitas descobertas emocionantes e estranhas nos últimos 20 anos, mas nunca sonhei em encontrar uma das lendárias máquinas Enigma”, disse, em comunicado. Livros de história afirmam que cientistas britânicos liderados pelo matemático Alan Turing conseguiram decifrar os códigos do equipamento em meados de 1945, fato que determinou a derrota das tropas de Hitler e seus aliados, visto que seus adversários se organizaram para atacar em locais estratégicos.
Reprodução/Foto-RN176 DIFERENCIAL O aparelho deu vantagem aos alemães no confronto, mas sua criptografia foi desvendada por um grupo de cientistas ingleses liderados pelo matemático Alan Turing (Crédito:Divulgação)
Ainda que a Enigma seja doada ao museu de arqueologia de Schleswig, no norte da Alemanha, sua descoberta reacende o interesse da ciência pelo período histórico. “Tudo que envolve a Segunda Guerra Mundial gera grande interesse. Isso traz a discussão dos códigos alemães à tona novamente”, diz Márcio Scalercio, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio). Hoje, especialistas podem fazer amplas varreduras em locais importantes do conflito e reconstruir itens resgatados. “Acredito que existam outras máquinas espalhadas por aí”, afirma. É provável que mergulhadores reforcem as buscas na região com foco em objetos ligados ao confronto.