LANÇAMENTO DA VW –
ROTANEWS176 E POR GUIA DO CARRO 02/02/2021 12h26 Por Sergio Quintanilha
Posicionado entre o Virtus Highline e o Jetta de entrada, Volkswagen Virtus GTS é mais caro do que quatro versões do Civic, Corolla e Cruze
Reprodução/Foto-RN176 Volkswagen Virtus GTS: caráter estradeiro de um bom grã-turismo. Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
Diz a sabedoria popular que nenhum amor é comparável ao amor de uma mãe por um filho ou uma filha. Bem, a Volkswagen ama o Virtus GTS 250 TSI como uma mãe devotada. Isso talvez explique a diferença de R$ 15.100 em relação ao Virtus Highline 200 TSI. Bem, estamos falando de um carro 1.4 contra outro 1.0, ambos com motor turbo, sendo que o GTS entrega 22 cavalos a mais com etanol e 34 cv a mais com etanol. Mas é bobagem comparar o Virtus GTS com o Virtus Highline — quem opta pelo GTS foi convencido pelo ganho extra em potência, aceleração e design.
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Mas, e quanto ao preço do Virtus GTS em relação a alguns carros de categoria superior? Dentro da linha Volkswagen, o Virtus GTS, que custa R$ 117.590, está bem posicionado entre o Virtus Highline (R$ 102.490) e o Jetta 250 TSI (R$ 136.340). O Virtus é um sedã compacto superior, enquanto o Jetta é um sedã médio. Por ser mais leve, o Virtus GTS nacional é um tiquinho mais rápido do que o irmão mexicano (0,2 segundo).
Reprodução/Foto-RN176 Com identidade forte, Virtus GTS é um dos “filhos” preferidos da “mãe” Volkswagen. Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
Mas, e em relação a três outros sedãs médios do mercado, que são mais baratos do que o Volkswagen Virtus GTS? Ele é mais caro do que duas versões do Honda Civic 2.0 (LX de R$ 109.300 e Sport de R$ 115.900) e também supera em preço o Toyota Corolla GLi 2.0 (R$ 114.590) e o Chevrolet Cruze LT (R$ 114.800). Vale a pena comprá-lo? Talvez sim, talvez não. Em termos de estilo, consumo e desempenho, o Virtus GTS pode entrar em disputa direta com esses carros, ganhando em alguns pontos e perdendo em outros.
Mas, se é para fazer contas, é melhor nem considerar o Virtus GTS. E é justamente pensando nisso que a Volkswagen sempre salgou o seu preço. O que o Virtus GTS entrega não é somente o conforto de um sedã, as vantagens de um porta-malas espaçoso e a clássica configuração de três volumes — ele entrega um estilo de vida. O Virtus GTS é compacto, ágil, tem numa relação peso/potência de 8,7 kg/cv e a aguçada dinâmica de um grã-turismo, sem, entretanto, se entregar às armadilhas de um verdadeiro esportivo.
Reprodução/Foto-RN176 Painel de instrumentos do Virtus GTS é todo digital e a multimídia é das melhores. Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
O Virtus GTS está no meio termo entre um esportivo e um carro “esportivado”, ou seja, que tem visual esportivo porém com o mesmo desempenho de uma versão normal. A Volkswagen fez boas mexidas na linha GTS (Virtus e Polo). As suspensões ganharam barras estabilizadoras maiores. Assim como o Jetta e o Cruze, a suspensão traseira é por eixo de torção, ao contrário do Civic e do Corolla. Os freios traseiros são a disco e têm ótimo desempenho, sem desvios de trajetória.
Reprodução/Foto-RN176 Virtus GTS: mais do que um carro com design esportivo, mas menos do que um verdadeiro esportivo. Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
O motor tem bloco de alumínio, quatro cilindros e quatro válvulas por cilindro. O nome TSI significa que ele tem turbo e injeção direta de combustível. Apesar de ser flex, não faz diferença na potência nem no torque a presença de gasolina ou etanol. É sempre 150 cv e 250 Nm. A potência máxima é entregue na boa faixa de 4.500 rpm e o torque está disponível a partir de 1.500 giros. Sua entrega de potência e torque é linear, o que o torna muito bom na estrada, como cabe a um grã-turismo. No trânsito urbano seu tamanho compacto também é um fator positivo, bem como a entrega de torque em baixos regimes.
O Virtus GTS oferece diferentes modos de condução, antecipando uma marcha para baixo quando é colocado no modo S (Sport). O câmbio automático de 6 marchas tipo borboleta é bastante amigável no uso e está ali para quem busca alguma diversão extra — as marchas também podem ser trocadas manualmente pela alavanca. O volante multifuncional de couro tem ajustes de altura e profundidade e base achatada, com emblema GTS. Todo o interior tem costuras ou filetes vermelhos, para realçar a esportividade.
Reprodução/Foto-RN176 Volkswagen caprichou no design da versão GTS, a única que usa motor 1.4 turbo de 150 cv. Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
De maneira geral o carro é bem resolvido, mas traz alguns pênaltis. Um deles é o ar-condicionado. Em dias muito quentes ele parece não dar conta do recado, pois o teto fica sempre quente. Além disso, as saídas de ar centrais estão mal posicionadas na parte inferior do painel. Para alcançar o teto, é preciso que elas sejam direcionadas para o alto — porém, o jato de ar atinge diretamente a mão direita do motorista, que passa a ficar muito gelada, devido à proximidade. Pelo preço, o carro deveria ter também airbags de cortina.
Bom carro ele é, bonito também. Devido ao preço, traz uma certa exclusividade. Mas, na real, o Volkswagen Virtus GTS não é o tipo de carro que se compra por suas virtudes racionais e sim por seu apelo emocional. Por causa disso, seu preço nunca será doce e a Volkswagen o ama tanto.
Os números
- Preço: R$ 117.590
- Motor: 1.4 turbo flex
- Potência: 150 cv a 4.500 rpm (g/e)
- Torque: 250 Nm a 1.500 rpm (g/e)
- Câmbio: 6 marchas AT
- Comprimento: 4,482 m
- Largura: 1,751 m
- Altura: 1,172 m
- Entre-eixos: 2,651 m
- Peso: 1.260 kg
- Pneus: 205/50 R17
- Porta-malas: 521 litros
- Tanque: 52 litros
- 0-100 km/h: 8s7
- Velocidade máxima: 210 km/h
- Consumo cidade: 11,0 km/l (g)
- Consumo estrada: 13,7 km/l (g)
- Emissão de CO2: n/d