ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 06/02/2021 17:10
REDAÇÃO ESPECIAL
Entramos em fevereiro, considerado o mês do shakubuku. Mas você sabe o motivo
Reprodução/Foto-RN176 Foto de ilustração – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Você sabia que existem quatro substâncias químicas naturais em nosso corpo, definidas como “quarteto da felicidade”? São elas: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina.
Segundo estudos, dançar, cantar e trabalhar em equipe que estimulam a liberação de endofirnas e, por isso, melhoram a sociabilidade e a tolerância à dor. Já tomar sol, praticar exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo, liberam a serotonina.
A dopamina, por sua vez, segundo especialistas, é responsável por sentimentos como amor ou motivação [a conquistar algum objetivo, por exemplo]. Essa substância química é acionada quando se dá o primeiro passo rumo a um objetivo e também quando a meta é cumprida. A oxitocina, por ser relacionada com o desenvolvimento de comportamentos e hábitos maternos, tem o apelido de “hormônio dos vínculos emocionais” e “hormônio do abraço”. Abraçar é uma forma simples de se conseguir um aumento da oxitocina. Dar ou receber um presente é outro exemplo.
Mas qual a relação deste assunto com o tema desta matéria especial? O ser humano é movido por sentimentos e, com certeza, ao recebermos uma visita, mesmo virtual, uma ligação ou uma mensagem, mudamos nosso estado interior e isso gera alegria. Assim é o shakubuku, o mais nobre ato de benevolência, quando oramos e desejamos a felicidade de outra pessoa. A que está bem diante de nós e mesmo aquela pessoa que acabamos de conhecer, carente de encorajamento para seguir com a vida.
Somos afortunados por praticar o Budismo de Nichiren Daishonin. Ao iniciarmos a prática, muitas vezes somos incentivados a mudar a rota de nossa vida: de sofrimento para alegria, de pessimismo para motivação. E também para abandonarmos o egoísmo e nos exercitar na prática altruística. E aqui uma pergunta: “Você se recorda como foi sua cerimônia de conversão ao Budismo Nichiren ou se lembra de como foi aquele diálogo com algum amigo e o momento em que ele disse ‘Sim, vou me converter ao budismo’?” Essas lembranças fazem com que renovemos nossa esperança e a decisão de cultivar vitórias na vida diária por meio da sincera oração e do diálogo.
Essa correnteza de coragem e de esperança vem do século 13, quando Nichiren Daishonin, aos 32 anos, recitou pela primeira vez Nam-myoho-renge-kyo. A partir de então, ele começou a propagar seus ensinamentos com a convicção de que a recitação do daimoku possibilita que todos entrem em contato direto com a Lei Mística e manifestem o estado do buda.
Ao lermos seus escritos, percebemos que Nichiren Daishonin percorria grandes distâncias para incentivar mesmo um único discípulo. Makiguchi sensei, primeiro presidente da Soka Gakkai, também dialogava com todos os que encontrava, além de realizar visitas.
Nosso mestre, presidente Ikeda, incentiva:
As pessoas se tornam verdadeiros seres humanos quando, em meio aos laços com os demais, crescem, se desenvolvem, aprendem juntos e se ajudam. Por isso, não existe a felicidade apenas de si. É em meio à felicidade de si e dos outros que existe a genuína felicidade. A propagação dos ensinamentos é a manifestação do coração que deseja a felicidade do outro. Falar e explicar sobre o budismo com sinceridade, seriedade e dedicação a cada um com quem interage — a partir desta ação se expande a rede de felicidade e se abre o caminho da paz. (Brasil Seikyo, ed. 2.354, 14 jan. 2017, p. A2)
Por que fevereiro é considerado o mês do shakubuku?
Ao tomar posse como segundo presidente da Soka Gakkai, em 3 de maio de 1951, Josei Toda lançou o objetivo de atingir o número de 750 mil famílias na organização. Vale lembrar que, na época, 3 mil famílias praticavam o budismo. Aos 24 anos, o jovem Daisaku Ikeda abraça essa meta de Josei Toda e inicia um movimento de diálogo e de visitas no Distrito Kamata, com um único desejo: levar alegria ao seu mestre:
Queria levar alegria ao Sr. Toda por meio de minhas realizações. E eu orei e me empenhei com seriedade para que todos praticassem sentindo orgulho e convicção e para que desfrutassem uma felicidade incomparável e fossem vitoriosos na vida. (Terceira Civilização, ed. 498, fev. 2010, p. 30)
Qual foi o segredo da vitória conquistada no Distrito Kamata?
A campanha do Distrito Kamata obteve o extraordinário resultado de 201 conversões em um mês porque a estratégia estava baseada em encontrar, dialogar e incentivar o maior número de pessoas:
Eu corri para todos os cantos, fiz tudo o que poderia fazer. Parti para fazer o shakubuku e pessoalmente ajudava as outras pessoas a concretizar o seu. Ouvia todos os sofrimentos de cada membro e também os orientava individualmente. (Brasil Seikyo, ed. 2.120, 18 fev. 2012, p. C2)
Encontramos, em uma orientação da Sra. Kaneko Ikeda, três diretrizes para a Campanha de Fevereiro do Distrito Kamata que o presidente Ikeda lançou na época: 1) começar sempre com a recitação de daimoku; 2) prezar e respeitar as pessoas que estão perto de vocês, incluindo os vizinhos; e 3) compartilhar suas experiências da prática da fé com forte convicção (Brasil Seikyo, ed. 2.120, 18 fev. 2012, p. C2).
Cronologia da vitória
Após o presidente Josei Toda lançar o objetivo de 750 mil novas conversões, os meses se passaram, os resultados não eram satisfatórios e a organização não sentia alegria em propagar o budismo. Como nada estava acontecendo, o jovem Daisaku Ikeda decidiu que concretizaria a vitória de forma criativa, ousada e inédita. Após o falecimento de Josei Toda, a organização sofreu vários ataques em que as pessoas diziam que, sem o presidente, a Soka Gakkai deixaria de existir. Entre os anos 1958 e 1960, Daisaku Ikeda, junto com vários outros discípulos, concretizou o objetivo proposto pelo seu mestre.
Presidente Ikeda e seu primeiro shakubuku
Talvez muitos tenham dificuldade ou receio em falar sobre o budismo para alguém. Leia a seguir como o presidente Ikeda concretizou seu primeiro shakubuku.
Lembro-me da primeira pessoa para quem apresentei o budismo. Foi um professor da escola de ensino fundamental 1 do bairro de Ota. Isso foi pouco depois de eu ter começado a trabalhar na companhia do presidente Josei Toda. Até então ensinara sobre o budismo somente para alguns de meus amigos. Toda sensei havia até se encontrado com um deles e falado a respeito da filosofia budista. Mas até esse momento ninguém havia abraçado a fé ou iniciado a prática.
Estava tão frustrado que procurava com muita dificuldade a melhor forma para falar sobre o budismo aos demais. Orei muito e continuei a propagar os ensinamentos com firme determinação de levar mais uma pessoa a abraçar a fé. Não há como avaliar o valor dessa experiência e do treinamento que ela me proporcionou. Quanta alegria senti quando convenci uma pessoa a abraçar o Budismo de Nichiren Daishonin! É impossível descrever em palavras minha emoção. Decidi que cuidaria dessa pessoa e garantiria o triunfo dela na vida. O professor vinha à minha casa todas as manhãs para fazermos gongyo. Em seguida, líamos o Gosho e então íamos para o trabalho. Lembro-me com nostalgia que, após o trabalho, costumava ensinar meu amigo a fazer gongyo.
O avanço do kosen-rufu reside na repetição desses esforços pacientes e perseverantes para despertar os amigos para a fé no Budismo de Nichiren Daishonin. Esta é a verdadeira prática budista. (Brasil Seikyo, ed. 2.280, 20 jun. 2015, p. A3)
A prática do Budismo Nichiren é o combustível ideal para todos nós, assim como sensei incentiva: “O objetivo da prática do Budismo Nichiren é capacitar cada pessoa a manifestar o supremo brilho da felicidade” (Brasil Seikyo, ed. 2.220, 18 fev. 2012, p. C6).
Ativemos todos os componentes da felicidade e compartilhemos, ainda mais, com todas as pessoas o maravilhoso Budismo de Nichiren Daishonin e os ideais da Soka Gakkai Internacional.
Reprodução/Foto-RN176 Em toda luta, os preparativos minuciosos são decisivos para a vitória. Na foto, jovem Daisaku Ikeda (ao centro e primeiro à direita) reúne-se com os líderes de Kansai dias antes da conquista de 11.111 famílias praticantes do Budismo Nichiren
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-39299792
https://www.unimed.coop.br/web/cabofrio/noticias/os-hormonios-da-felicidade