ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 06/03/2021 11:23
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Grande Montanha”, volume 30
PARTE 1
Nichiren Daishonin bradou: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento”1 e “O grande desejo se refere à propagação do Sutra do Lótus”.2 Então, previu: “…poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa…?”.3 Jambudvipa corresponde ao mundo inteiro.
Nossos companheiros Soka avançam rápido e com grande ímpeto rumo à concretização do kosen-rufu mundial.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração Editora Brasil Seikyo – BSGI
“Farei felizes todas as pessoas com quem tenho relação!” Familiares, parentes, amigos, vizinhos, pessoas da comunidade local, do trabalho etc. Os indivíduos se tornam seres humanos verdadeiros por meio dos laços com outras pessoas com as quais crescem, se desenvolvem, estudam juntos e se apoiam mutuamente.
Por isso, não existe somente a própria felicidade. É no sentimento de ser feliz e tornar as demais pessoas felizes que se encontra a genuína felicidade.
A propagação dos ensinamentos é a manifestação do coração que deseja a felicidade do outro. Do diálogo dedicadamente a respeito do budismo com uma pessoa do seu meio social, imbuído de seriedade e sinceridade, amplia-se a rede da felicidade e abre-se o caminho da paz.
Na tarde do dia 16 de fevereiro de 1979, Shin’ichi Yamamoto partiu de Calcutá [ou Kolkata], junto com a comitiva que visitava a Índia, chegando a Hong Kong depois das 22 horas (horário local). A jornada do kosen-rufu do Oriente havia começado dezoito anos antes nessas terras de Hong Kong, que agora se tornava novamente palco da viagem pela paz que consagraria a conclusão dos “Sete Sinos”.
Na manhã do dia seguinte, 17 de fevereiro, contemplando o sol despontando no céu do leste de Hong Kong, o “porto da paz” do kosen-rufu do Oriente, Shin’ichi renovou sua decisão e visualizou o futuro do kosen-rufu mundial.
Ao entardecer, Shin’ichi participou do jantar oferecido pelo vice-chanceler (reitor) Ma Lin, da Universidade Chinesa de Hong Kong, com quem trocou ideias sobre a promoção de intercâmbios acadêmicos e educacionais e conversou sobre outros assuntos.
Pelo bem do século 21 e da paz do mundo, Shin’ichi estava obstinadamente determinado que aquele era o momento exato em que diversas pontes da educação e da cultura precisavam ser construídas. O futuro existe neste momento. O que define o futuro é a forma como se vive e se luta a cada dia e neste instante.
Consta no sutra: “…se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.4
“Só existe o presente momento! Não perca a oportunidade de ouro!” — assim, Shin’ichi repetia para si mesmo.
PARTE 2
No dia 18 de fevereiro, foi realizada a Reunião de Diálogo de Representantes do Sudeste Asiático, com a participação de Shin’ichi Yamamoto e 65 representantes de nove países — entre os quais Singapura, Malásia, Filipinas e Indonésia — e de dois territórios — Hong Kong e Macao — em um hotel da Ilha de Hong Kong.
Foi uma atividade que assinalava a conclusão dos “Sete Sinos” e a nova partida de um renovado Sudeste Asiático. Os trajes típicos de cada povo, em cores vibrantes, chamavam a atenção.
Os participantes eram todos membros que desbravaram os caminhos espinhosos do kosen-rufu em seu respectivo país e território. Dentre eles, havia os de origem japonesa, que no começo não conseguiam falar o idioma local e se dedicaram à propagação do budismo por meio de mímica e de gestos.
Os países do Sudeste Asiático sofreram a invasão do Exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial, e tinham um sentimento contra os japoneses fortemente enraizado. Não eram poucas as pessoas que mostravam aversão à Soka Gakkai simplesmente pelo fato de ela ser uma religião nascida no Japão.
No entanto, não importando quão espessas fossem as barreiras da incompreensão e dos mal-entendidos, não podiam recuar. “Não há outra forma senão me tornar feliz aqui por meio da fé neste budismo! Sou o único membro da Soka Gakkai. Se não o fizer, afinal quem fará o kosen-rufu deste país?” — esse era o forte sentimento deles.
O espírito de levantar-se só é a força motriz do kosen-rufu. Por mais que a época mude, nunca haverá avanço sem essa decisão.
Em meio a diferentes circunstâncias ligadas à religião, aos costumes e às tradições, eles mantiveram persistentes diálogos, estendendo a rede de companheiros Soka para uma, duas, dezenas, centenas, milhares de pessoas.
Nichiren Daishonin afirmou categoricamente: “Os grandes bodisatvas da terra emergem no início dos Últimos Dias da Lei para que todos os seres vivos de Jambudvipa recitem os cinco ideogramas do Nam-myoho-renge-kyo, a essência do capítulo ‘A Extensão da Vida’”.5
Eram pessoas anônimas do povo, que avançavam abrindo o caminho do kosen-rufu enquanto lutavam contra diversos sofrimentos e adversidades. Sem dúvida, eram bodisatvas da terra, enviados pelo Buda, que surgiram na era impura dos Últimos Dias da Lei incumbidos da grandiosa missão pelo kosen-rufu. Com o sentimento de reverenciar o Buda, Shin’ichi lançou seu olhar a todos e louvou-os com a mais elevada gratidão e respeito.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Notas:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 269, 2017.
- Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, p. 82.
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 574, 2014.
- Ibidem, p. 292.
- The Writings of Nichiren Daishonin, v. I, p. 688.