ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/03/2021 15:16
REDAÇÃO/PELO MUNDO
Hitoshi não mede esforços para realizar os sonhos e constrói uma história de superação e de muitas conquistas
Reprodução/Foto-RN176 Felipe Hitosh – Foto – Editorial Brasil Seikyo – BSGI
Quando o paulistano Felipe Hitoshi decide sair do Brasil, não imagina que está prestes a viver experiências tão transformadoras; a começar pelo primeiro visto negado para realizar intercâmbio na Nova Zelândia, em 2015 — algo que o leva a Cork, Irlanda, para estudar inglês, permanecendo quase três anos no país. “No começo, enfrentei dificuldade com o idioma e para conseguir emprego. E tinha apenas 2,34 euros na carteira quando fui contratado para trabalhar num restaurante”, relembra.
Hitoshi (como Felipe é conhecido) é cozinheiro e logo se destaca, recebendo proposta para trabalhar em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. “Viajei ao Brasil para aguardar pelo visto. No entanto, o projeto não deu certo. Ao conversar com um amigo veterano do Taiyo Ongakutai, refleti que não deveria desanimar, uma vez que já havia superado grandes dificuldades para conquistar meus objetivos.”
Ele se refere ao fato de conviver com a epilepsia e, entre muitos desafios da doença, de quase ter sido impedido de cursar gastronomia. “Sempre lutei contra as circunstâncias, superando-me para estudar, atuar na organização, no Taiyo Ongakutai. Agora não seria diferente. Então, retornei à Irlanda, tendo apenas duas semanas de visto válido, sentindo que deveria cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Encontrei novo emprego e regularizei o visto. Na organização, dediquei-me procurando respeitar as características dos membros. Participei de atividades inesquecíveis da Divisão dos Jovens (DJ) e pelo grupo Sokahan. No fim, havia conseguido alinhar meus objetivos e os esforços pelo kosen-rufu, fazendo amizades e encontrando pessoas dispostas a me ajudar. E quando me despedi da Irlanda, em 2017, a sensação era de missão cumprida”.
Nova jornada
De volta ao Brasil, Hitoshi inicia uma nova história, desta vez rumo a Portugal, ao ser convidado a trabalhar num restaurante, em Lisboa, preparando comida japonesa: “As condições de trabalho eram muito boas. E repensando meu futuro, aceitei essa chance. Os primeiros dias como sushiman foram desafiadores. Mas, procurando atender às características dos clientes, também fui trabalhar numa pequena peixaria, conhecendo de perto a matéria-prima dos meus pratos. Fiz essa maratona durante um mês, chegando à exaustão. Contudo, tive meu trabalho reconhecido e recebi uma proposta para trabalhar no sushi-bar da mesma companhia, num hotel cinco estrelas, localizado na principal avenida de Lisboa”.
Reprodução/Foto-RN176 No trabalho como chef de cozinha
Ele continua: “Apesar da rotina intensa, eu me esforçava na organização, decidido a fazer o meu melhor para corresponder a Ikeda sensei. Entrei para o Sokahan e, em 2019, até mesmo atuei pelo grupo num curso de verão da DJ realizado num centro cultural da SGI-Alemanha, em Frankfurt, sendo elogiado pela minha postura. Enquanto auxiliava os duzentos jovens na visitação do local, relembrei minha trajetória até ali. Estava muito feliz”.
No trabalho, o jovem assume a liderança da rede de hotéis como chef, atestando também a dedicação como profissional. “Que chance! Essa é uma rede conceituada que exige bastante de mim. É comum atendermos jogadores de futebol e artistas famosos. E felizmente, gostam dos pratos (risos).”
Reprodução/Foto-RN176 Com integrantes dos grupos de bastidores da DMJ, Sohakan e Byakuren (Cerejeira, no Brasil). Foto tirada antes da pandemia do coronavírus
O ano 2020 começa com adaptações na companhia, por conta da pandemia — para Hitoshi, uma chance de promover o humanismo entre as pessoas: “Com minha equipe reduzida, passei a trabalhar catorze horas por dia. Porém, determinei que meu ambiente seria o mais humano e acolhedor. Então, as pessoas passaram a me procurar para conversar sobre as suas aflições e sobre a vida. Em paralelo, enfrentava minhas próprias questões, viajando para o Brasil para apoiar minha mãe num tratamento de câncer. Ela também venceu a Covid-19, mostrando-se cada vez mais forte na luta contra a doença”.
“Na volta para Portugal, assumi a liderança da Divisão Masculina de Jovens da localidade. Antes da pandemia, iniciamos uma grande movimentação para realizar um festival entre Portugal e Espanha e isso me aproximou dos membros. Meu objetivo é contribuir para que os jovens se desenvolvam como pessoas valorosas para o kosen-rufu no país. Sigo abrindo novos caminhos como forma de retribuir a gratidão a Ikeda sensei”, conclui.