ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 27/03/2021 11:27
ESPECIAL/ REDAÇÃO
O dia 2 de abril assinala 63 anos de falecimento de Josei Toda, que se levantou corajosamente para reconstruir a Soka Gakkai e propagar o budismo em prol da paz e felicidade da humanidade
Reprodução/Foto-RN176 Josei Toda Mestre o Educador e Pacifista e o Segundo Presidente da Soka Gakkai – No topo: envolto pelo florescer das cerejeiras, o Monumento Josei Toda, em homenagem ao segundo presidente da Soka Gakkai, se destaca no parque na Vila Atsuta, em Hokkaido, Japão Editora Brasil Seikyo – BSGI
Em 1958, falecia serenamente Josei Toda, então segundo presidente da Soka Gakkai. Daisaku Ikeda, seu mais fiel e vitorioso discípulo, relata que, “diante das ruínas do pós-guerra do mundo, ele [Toda sensei] levantou-se sozinho, como um leão, e mergulhou em meio às pessoas de todos os tipos de vida, levantando a bandeira dos bodisatvas da terra. Incentivados por sua coragem e compaixão, seus discípulos bravamente o seguiram”.1 Mais de seis décadas depois, o espírito altivo e corajoso de Josei Toda reluz no coração do presidente Ikeda e na vida dos milhões de membros da Soka Gakkai Internacional (SGI).
Ser humano singular, de inteligência aguçada, professor de talento e um líder nato, Josei Toda desafiou as dificuldades do Japão numa época de profundo sofrimento e de grandes desafios. Mas triunfou em tudo e seus ideais hoje estão difundidos nos 192 países e territórios em que a SGI atua.
Foi preso junto com o fundador da Soka Gakkai, o educador Tsunesaburo Makiguchi, por não ceder à imposição do governo japonês para que a organização aceitasse a unificação religiosa no país. Após ver seu mestre morrer no cárcere, Josei Toda foi libertado um ano depois, em 1945, tendo cravado no peito dois grandes desafios: reconstruir a Soka Gakkai e revivescer o Budismo de Nichiren Daishonin, então corrompido por um clero amedrontado pelas pressões dos militares da época.
Essas tarefas colossais foram assumidas com seriedade nos anos seguintes da sua vida e, ao morrer, treze anos após sair da prisão, a realidade era outra: a organização tornara-se forte e vitoriosa. Seus cerca de um milhão de membros possuíam, cada um, a energia corajosa instilada por Josei Toda e também praticavam assiduamente o budismo em meio à realidade, tal qual o desejo de Nichiren Daishonin. E assim tornou-se possível a milhões de pessoas uma real transformação da condição de vida e um sentido para seus esforços na sociedade.
Por trás disso, o caráter impávido e corajoso de Josei Toda. Ao falecer, em 2 de abril de 1958, em meio ao florescer das cerejeiras no Japão, conforme havia desejado, deixou um legado precioso. Seu discípulo, Daisaku Ikeda, mesmo diante da dor dessa perda, cerrou os dentes e continuou a trilhar o caminho de mestre e discípulo Soka, concretizando todos os ideais do seu mestre e propagando o budismo pelo mundo.
“Meu mestre elevou-me!”
Comentários do presidente Ikeda sobre Josei Toda
Dr. Daisaku Ikeda
O caminho dourado que ele [Josei Toda] abriu, agora está se ampliando para o mundo inteiro. Nesse sentido, mesmo ele tendo falecido em 1958, viverá por centenas de anos no futuro. (…)
Ele [Toda sensei] encontrou-me; elevou-me; dele aprendi o correto significado da fé e os verdadeiros ensinamentos do budismo. Além disso, ele me ensinou como alguém pode viver e como os esforços de um ser humano florescem na sociedade. Para mim, sua orientação foi o hino da minha juventude, minha realidade, o mais nobre drama da vida neste mundo.
A consideração do meu mestre era mais elevada que a montanha e mais profunda que o mar. Para retribuir minha dívida de gratidão, eu o tenho seguido, esforçando-me em direção ao heroico campo de batalha do kosen-rufu. Não importando quem possa caluniar-me, não importando quão violentamente as ondas bravias da sociedade possam chocar-se contra mim, não tenho medo. Eu resolvi mostrar ao mundo o ideal, as ações e a fé do meu mestre que, abraçando o Gohonzon, consagrou sua vida a propagar a Lei Mística. (…)
Josei Toda foi um grande mestre dedicado à propagação da Lei; ele foi um grande líder. (…) Com essa determinação, tenho suportado infindáveis ataques e conquistado vitórias sem precedentes para a Soka Gakkai. (…)
Toda sensei está sorrindo para mim, feliz em ver que consegui vencer. Nada me proporciona mais alegria.
Unicidade indestrutível
Daisaku Ikeda conheceu Josei Toda em 24 de agosto de 1947 e, ao longo de pouco mais de dez anos de convívio, construíram uma sólida, fiel, cristalina e profícua relação de mestre e discípulo. Os sentimentos e o imenso esforço de Daisaku Ikeda em corresponder e aprender com seu mestre estão registrados no livro Diário da Juventude. A seguir, Brasil Seikyo apresenta alguns desses momentos.
31 de maio de 1949
“Meio ano já se foi desde que comecei a trabalhar na empresa do Sr. Toda. Dias atribulados e tempestuosos. Tudo o que posso fazer é estar pronto para enfrentar as adversidades com alegria. Tenho de avançar na direção da alvorada, sem jamais esmorecer em minha convicção, seguindo meu mestre da vida, não, o meu ‘eterno’ mestre.”
16 de julho de 1950
“Os negócios do Sr. Toda parecem estar passando por graves dificuldades. Vejo maus sinais tanto dentro como fora da empresa. Hoje também fui trabalhar. Descansei um pouco pela manhã. Corta o coração ver meus companheiros de trabalho deixando a empresa. Quem se levantará e assumirá a responsabilidade, tanto na empresa como na Gakkai? Minha missão se torna cada vez maior e mais profunda.”
21 de fevereiro de 195
“Hoje, o Sr. Toda e a Gakkai estão sendo difamados e criticados de forma maldosa. No entanto, um sentimento poderoso brota do fundo do meu coração. Que nos vejam depois de dez ou vinte anos, quando tivermos crescido! Somos combatentes de uma revolução religiosa, precursores de uma grande transformação social. Somos paladinos que lutam para propagar um grandioso ideal.”
5 de dezembro de 1952
“A condição física do presidente Toda está realmente crítica. Eu também estou mal… Que desolador! Sensei, cuide-se bem, por favor! Gohonzon, proteja minha vida também! Tenho de me levantar e lutar para concretizar minha grande missão.”
11 de fevereiro de 1955
Hoje, o presidente Toda completou 55 anos. Eu tenho 27. (…) Quem é realmente grande? Em que ideias se apoiam as pessoas grandiosas? Que valor há em suas grandes conquistas? Será que tudo relacionado a elas foi obra do destino? Será que já nasceram com tal capacidade? Estou satisfeito em ser uma pessoa comum. Mas, dedicarei a vida inteira para propagar a Lei Mística, o poder fundamental do universo.”
9 de janeiro de 1956
“No carro, ele parecia totalmente exausto. Terrível, ele mal podia conversar. Eu lhe pedi que fosse direto para casa após o trabalho. Meu mestre foi preso, depois, libertado, e desde então vem dedicando sua vida para reconstruir a Gakkai. Porém, antes de tudo, ele é um ser humano. Eu, por outro lado, ainda sou jovem.”
18 de julho de 1957
“Sensei! Sensei! Meu único desejo é que o senhor viva com boa saúde até concretizarmos o kosen-rufu! (…) Estou disposto a sacrificar minha vida. (…) Vamos criar uma era em que a verdade prevaleça infalivelmente. Preciso registrar os fatos de forma acurada.”
2 de abril de 1958
“Com um tom sereno, Takahisa me deu a triste notícia: ‘Meu pai acaba de falecer’. Não há como descrever esse momento. É impossível expressar o abalo que sofri. Carregarei esta sensação para sempre, gravada nas profundezas do meu ser. (…) Orei para que o propósito de sensei continuasse fluindo como uma correnteza pura até que o kosen-rufu fosse concretizado. Encorajei a mim mesmo a ser forte. (…) Não pude conter as lágrimas. Oh, 2 de abril! Este dia ficará gravado eternamente na história da Soka Gakkai, na história da minha vida e na vida de seus discípulos. (…) A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!”
Fonte: IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.
No topo: envolto pelo florescer das cerejeiras, o Monumento Josei Toda, em homenagem ao segundo presidente da Soka Gakkai, se destaca no parque na Vila Atsuta, em Hokkaido, Japão
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 1.934, 5 abr. 2008.
