ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 03/04/2021 06:15
RELATO
A maternidade foi para Renata uma chance de comprovar a prática budista e triunfar.
Os desafios que Renata enfrentou ao longo de 32 anos de prática budista foram também a oportunidade para se aprimorar como ser humano e vencer qualquer desafio. E o momento da maternidade, em 2016, foi para ela uma chance de evidenciar determinação e coragem.
Reprodução/Foto-RN176 Renata Busquet, Vice-resp. pela DF da RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ, CGERJ – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Aos 38 anos e grávida de gêmeas, no dia 26 de janeiro, passou por uma cesárea com 37 semanas de gestação, após receber a notícia de que os bebês haviam falecido ainda em seu útero. Renata não esmoreceu. “No dia 1º de fevereiro, iniciei a recitação de um milhão de daimoku e resolvi me dedicar ainda mais para ensinar o budismo para as pessoas. Em março, meu primo começou a praticar a partir dos meus incentivos; em abril foi a vez de uma colega de infância. Em outubro, foi a filha de uma amiga do trabalho e, em 18 de novembro, uma colega. Em dezembro, meu marido, Marcos Vinícius, que ainda era simpatizante, se tornou membro da BSGI. Que alegria!”, compartilha.
Ela continua: “Apesar disso, ele sempre questionava sobre o falecimento das nossas filhas. Eu lhe explicava sobre o carma e dizia que as causas do passado refletiam em nosso presente e futuro. E que, para transformar o destino, deveríamos nos dedicar à luta pelo kosen-rufu”.
O ano de 2018, para Renata, foi uma oportunidade para se empenhar ainda mais pela felicidade das pessoas, a começar pela sobrinha que, com seu apoio, decidiu receber o Gohonzon em março. Em agosto, Renata assume a vice-liderança da Divisão Feminina da então nova RM Serra Imperial, no Rio de Janeiro.
Com a esperança renovada e o coração fortalecido, ela e o marido decidem procurar uma clínica para avaliar a possibilidade de uma nova gestação. “Soubemos que, por fertilização ou inseminação, tínhamos 5% de chances de conseguir, e que numa gestação natural, devido à minha idade, tínhamos 0% de chance. Mesmo assim, eu me mantive confiante”, explica.
O casal inicia 2019 com o sincero desejo de atuar na organização, apoiando um ao outro nos esforços pelo kosen-rufu. “Meu marido resolveu participar do Exame de Budismo, para ele um grande desafio, e foi aprovado! Eu havia ingressado na secretaria do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da CGERJ e abracei cada chance com o desejo de corresponder a Ikeda sensei.”
Ainda no fim daquele ano, Renata descobriu que estava grávida. A alegre notícia veio também acompanhada de novos desafios para o casal. “Tratava-se de uma gravidez anembrionária (o óvulo fertilizado se implanta no útero, mas não desenvolve um embrião). A médica que realizou a ultrassonografia me aconselhou a interromper a gestação, por conta dos riscos para a minha saúde. Mas, ao procurar minha ginecologista, ela me orientou a repetir o exame. Em casa, meu marido ficou bastante preocupado. Porém, diante do Gohonzon, decidi recitar firme daimoku por quinze dias e só depois repetir o exame em outra clínica. E lá, ouvimos os batimentos cardíacos do bebê e tivemos a certeza de que uma nova vida chegaria em 2020, ano tão aguardado por todos nós da Soka Gakkai! Que vitória!”
Nova etapa
Ano-Novo, férias, gravidez excelente, visitas, atividades na organização. Tudo corria bem quando veio a pandemia do coronavírus e, com ela, o isolamento social. “Em meio a tudo isso, nosso filho nasceu. Estava com apenas 34 semanas, pouco mais de dois quilos. Romeu nasceu saudável, mas precisou ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade por dezesseis dias até aprender a sugar e ganhar peso.”
O bebê nasceu em Niterói, RJ, e como o casal reside na região serrana da capital, ingressou numa verdadeira maratona até que ele tivesse alta médica: “Seguindo os protocolos de higiene e saúde por conta do coronavírus, descíamos todas as manhãs para acompanhar seu prontuário. Eu amamentava o Romeu e extraía leite para as demais mamadas do bebê. Era uma rotina bastante cansativa porque acordávamos às 5 da madrugada e só retornávamos à tardinha. No início, nós nos perguntávamos o porquê de estarmos naquela situação, pois os dias pareciam intermináveis. Refletimos e, aos poucos, mudamos nossa compreensão sobre tudo aquilo. Então, passamos a orar em agradecimento pela vida do Romeu e pela oportunidade de oferecer a ele o nosso melhor”.
Em paralelo, recebendo o apoio de vários companheiros, através de mensagens e ligações, desafia-se para atuar na organização, com o desejo de vencer com base na prática budista. “Com apoio dos membros da secretaria do DEB, iniciei novo desafio de daimoku diário com radiante esperança. E no primeiro dia, o Romeu teve alta. Trouxemos nosso filho para casa com a decisão de torná-lo uma pessoa de grande valor! Quanta gratidão!”
Ela complementa: “Como não há oração sem resposta, passamos pelos dias de idas e vindas ao hospital sem nenhum acidente ou incidente. Além disso, ouvimos histórias de superação que nos auxiliaram enquanto pais de primeira viagem. E fizemos amizades, ensinando o Nam-myoho-renge-kyo para as enfermeiras da maternidade, sem perder de vista o empenho pela felicidade das pessoas. Por não nos permitirmos duvidar da prática budista, conduzimos essa etapa corajosamente por um caminho vitorioso. Tal como o presidente Ikeda incentiva na Nova Revolução Humana: “Passamos por muitas situações na vida, e cada uma delas possui um profundo significado. Espero, portanto, que viva com firmeza e coragem”.1
Renata Busquet, 43 anos. Psicopedagoga. Vice-resp. pela DF da RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ, CGERJ.
Nota:
- IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 15, p. 218. 2019.