Namastê

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  17/04/2021 07:37

EDITORIAL

Acredita-se que o buda Shakyamuni viveu seus últimos anos de vida no pequeno reino dos Shakyas, atualmente conhecido como Nepal.

Reprodução/Foto-RN176 Foto do nome Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

Existe uma saudação habitual usada nesse local, que é reproduzida pelo mundo, mas nem sempre com seu significado inteiramente expresso: o termo Namastê. Também muito comum na Índia, quando uma pessoa cumprimenta a outra usando essa palavra, é o mesmo que dissesse em português “Eu me curvo a você” ou “Eu o reverencio”. Essa cultura é um gesto de elevado respeito e consideração pelo outro.

O budismo, que tem como berço essa mesma região ao sul da Ásia, é uma filosofia que orienta seus praticantes a também manifestar em suas ações a máxima consideração pelo próximo. O bodisatva Jamais Desprezar é ícone deste ensinamento. Ele louvava todas as pessoas que se aproximavam dele, dizendo: “Eu os reverencio profundamente e jamais ousaria tratá-los com desprezo ou arrogância”. E tratava assim mesmo os que o atacavam jogando pedras e pedaços de telhas nele. Isso porque reconhecia que eles também tinham a vida do Buda dentro deles.

Dito de outra maneira, o Namastê ensinado no budismo, isto é, a melhor forma de você demonstrar que reverencia a outra pessoa e que tem máxima consideração por ela, é ensinar-lhe o caminho da felicidade absoluta, a prática do Nam-myoho-renge-kyo, acreditando sinceramente no seu potencial do estado de buda.

Leia no Encontro com o Mestre desta edição o artigo do presidente Ikeda em que ele conta sobre sua inesquecível viagem ao Nepal. Além de falar sobre o uso dessa saudação, também narra a respeito do sincero laço criado com crianças nepalesas.

As crianças que viam Ikeda sensei pela primeira vez o observavam a distância com curiosidade. Mas, assim que ele as chamou para perto, sorrindo, elas correram em direção a ele. Para a comunicação formal, eles utilizaram um intérprete, contudo, o presidente Ikeda afirmou: “Independentemente da barreira do idioma, entendi que éramos capazes de nos conectar de coração a coração”.1

Vamos aprender com a “pureza da resposta das crianças”, no mês em que a Divisão dos Estudantes da BSGI comemora trinta anos, como eternizado na música popular brasileira,2 e manifestar a máxima consideração pelo próximo, com sinceridade.

Boa leitura!

Nota:

  1. RDez, ed. 190, out. 2017, p. 6-7.
  2. Na letra da música O Que É, O Que É?, de Gonzaguinha.