Abrir o coração para a Dinamarca

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  08/05/2021  07:59

REDAÇÃO/CADADANIA GLOBAL

Com determinação, Daniela rompe os limites para criar uma história vitoriosa em outro país

Reprodução/Foto-RN176 Daniela Matos – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Daniela decidiu se mudar do Brasil, em 2016, num momento de desafios pessoais e de incertezas: “Soube que seria demitida do trabalho. Além disso, em São Paulo, cidade onde eu morava, fui reprovada num concurso para professores da Prefeitura de São Paulo. Cursei letras e Língua Brasileira de Sinais (Libras) e tinha o sonho de lecionar na rede pública. Foi então que meu marido, Masud, que na época era um amigo, me convidou para morar em Portugal para buscar outras oportunidades profissionais. Nós nos conhecemos durante uma viagem que fiz para este país, em 2014, e ficamos amigos. Masud nasceu em Bangladesh e já morava na Europa. Depois que me mudei, começamos a namorar e nos casamos”, explica.

Daniela dera o primeiro passo para uma nova etapa na Europa, morando por dois anos em Lisboa: “Logo encontrei os membros da organização e a adaptação ao clima e à cultura foi tranquila. Além do mais, tinha o idioma a meu favor”.

A experiência termina quando ela e o marido resolvem se mudar para a cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, um dos países nórdicos. “Com a instabilidade financeira que se instalou em Portugal, fomos em busca de oportunidades de crescimento. No entanto, desta vez a adaptação foi muito difícil, pois eu não falava o idioma inglês nem o dinamarquês. O clima é bem diferente e, por vezes, a temperatura chega a –5 °C. Mas não desisti, compreendendo que havia um significado para o que estava vivendo.”

Ela continua: “Procurei sozinha pela Soka Gakkai na internet, e quando participei da primeira reunião, fui recebida por Sílvia, uma italiana que falava espanhol e consegui estabelecer comunicação. Aprendi, na prática, sobre o ‘espírito de levantar-se só’. Lembro-me de como era difícil falar em uma atividade, mas todos prestavam atenção a cada palavra que eu dizia. Fui acolhida pelos membros com carinho. Concluí que, mesmo não falando o idioma, ‘o que importa é o coração’, e que nos conectarmos ao coração do Mestre e não desistir é o que nos permite vencer”.

Reprodução/Foto-RN176 em atividade da SGI-Portugal, onde morou – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Daniela conta que tal convicção se deve à prática budista, a qual iniciou aos 12 anos. “Minha mãe, começou a praticar em 1989, em meio a grandes dificuldades. Ela, que até havia pensado em atentar contra a própria vida, se encantou com um trecho de um escrito de Nichiren Daishonin, compartilhado pela minha prima. Um ano depois, meu pai, meus irmãos e eu começamos a praticar o budismo. O aprimoramento que recebi na BSGI foi primordial em minha vida, pois compreendi que o budismo é para todos. Recebi todo o apoio quando era da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) e jamais me esquecerei do Arco-Íris [grupo de tradutoras e intérpretes da DFJ], o qual auxiliava o Núcleo de Inclusão em Libras (NIL). Agora, tenho a oportunidade de apoiar os jovens aqui na Dinamarca.”

No momento, a SGI-Dinamarca realiza reuniões on-line, com foco no estudo e no diálogo, e Daniela se empenha em apoiar os membros e participar das atividades com eles. “Aos domingos, recitamos daimoku com o objetivo de conectar nosso coração ao do Mestre e ao dos membros. Nossa meta é promover o bem da humanidade, e em meio à atual situação pandêmica, nós nos empenhamos em ajudar uns aos outros, para que todos evidenciem força e coragem. É como Nichiren Daishonin cita: ‘Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda’”.1

Quando o assunto são os planos, ela, certa de seus objetivos, detalha: “Quero avançar no idioma inglês e, também, no dinamarquês, para aprender a língua de sinais da Dinamarca e dar continuidade ao trabalho como professora. Além disso, quero contribuir com a criação de um núcleo que dê suporte às pessoas com deficiência auditiva, para que possam participar das reuniões. Ainda que seja um desafio, tudo é oportunidade de aprimoramento. E sigo com alegria e coragem para realizar os sonhos e me dedicar à felicidade das pessoas onde quer que eu esteja”.

No topo: Daniela Matos no bairro de Nyhavn, em Copenhague, cidade em que reside

Nota:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 296.