Uma Austrália para desbravar

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  10/07/2021 07:18

REDAÇÃO/CIDADANIA GLOBAL

Valente, Maria construiu na Austrália uma jornada de muitos desafios, mas também de significativas conquistas e boas surpresas

Reprodução/Foto-RN176 Maria com a sua família – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

 A Austrália é um país de deslumbrante diversidade ambiental, localizado na distante Oceania. Abriga dezessete patrimônios da humanidade e uma população com pelo menos 40% de estrangeiros. A história de Maria Stivic com esse país se inicia em 2007, quando ela decide sair do Brasil, apostando suas fichas em outro ritmo de vida. Na época, trabalha num jornal policial, no Rio de Janeiro, RJ, sua cidade, a princípio, vivendo o sonho de ser jornalista recém- formada. “Atuei como assessora de imprensa e também indo para a rua produzir conteúdo praticamente todos os dias. Mas, com o tempo, essa rotina me deixava exausta física e mentalmente. Morava com minha irmã mais nova, budista, e quando chegava a casa recitava daimoku, mesmo sem ser membro da BSGI. Até que resolvi receber o Gohonzon. Foi no dia 3 de maio de 2006, numa cerimônia inesquecível! Exatamente um ano depois, eu desembarcava em Sydney, Austrália, em busca de novas experiências, aceitando um convite antigo feito pelo meu namorado, Steve, hoje meu marido.”

Maria não domina o idioma inglês e esse é o primeiro desafio com o qual se depara no novo país. “Steve, australiano, participava das atividades comigo para traduzir tudo o que era dito. Então, entrei numa escola de inglês e isso me aproximou dos membros. Tempos depois, passamos a realizar atividades em casa. Foi quando conheci Mayumi, que se tornou uma grande amiga. Começamos a recitar daimoku juntas toda semana e não paramos mais. Tínhamos muitas ideias e vontade de ensinar o budismo às pessoas. Com o apoio dos líderes, criamos o grupo Hurstvile de budistas, que hoje tem doze pessoas, inclusive várias crianças.”

Por outro lado, Maria se vê novamente em meio a uma rotina atribulada, realizando diversos tipos de trabalhos informais. “Estava sempre ocupada e realizar a prática budista diária era difícil. No fundo, estava sofrendo. Repensando minha carreira e minha vida, decidi voltar ao Brasil. Foi então que, ao participar de uma reunião, ouvi o relato de superação de um rapaz que me tocou muito! Três meses após, retornei à Austrália com uma nova postura.”

O primeiro passo foi pôr em prática uma ideia antiga junto com algumas amigas: “Eu havia conhecido a brasileira Lilia e sempre conversávamos sobre criar um grupo de brasileiros budistas na Austrália, pensando em auxiliá-los em suas dificuldades com o idioma e, principalmente, para fortalecermos a fé. Recitava daimoku para encontrar novos membros até que conheci Helena, que, junto com a Lilia, chegou à Gladis — pessoa essencial para pôr esse objetivo em ação”.

Uma nova história

Em paralelo, Maria e Steve decidem se casar, o que para ela significa uma nova etapa em muitos sentidos. “Estava mais atenta à saúde e queria perder peso visualizando meu casamento, o que acabou acontecendo até a realização da cerimônia, em outubro de 2012. Porém, pensei que poderia fazer mais que isso e me voltei para o bodybuilding [fisiculturismo].”

A dedicação é tanta que Maria passa a concorrer em campeonatos dessa modalidade: “Ganhei vários títulos competindo pela Austrália. Fui campeã em Dubai, Emirados Árabes e, em 2014, nos Estados Unidos, venci todas as categorias, ganhando cinco medalhas de ouro! Estava diante de uma atividade profissional que me dava alegria, e que me possibilitou conhecer mais pessoas e falar sobre o budismo para elas”, diz.

Motivada, ela segue também com a criação do grupo de brasileiros — ideia que se torna realidade com o apoio dos líderes e o suporte das redes sociais. “As pessoas começaram a surgir. Havia muitos convidados; outros retomavam a prática budista. Passei a dar suporte aos novos membros, até para encontrar oratórios e também auxiliar os brasileiros budistas que chegavam ao país. Nossos encontros aconteciam aqui em casa, num formato de atividade bem parecido com o da BSGI, inclusive utilizávamos o Brasil Seikyo e a Terceira Civilização nos estudos. Os participantes compartilhavam suas vitórias e saíam motivados. Era maravilhoso! As reuniões mudaram de local quando tive minha primeira filha, Catarina, em 2016.”

Reprodução/Foto-RN176 Maria com o grupo Hurstvile – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Em 2019, nasce a segunda filha, Eva, e Maria continua se empenhando nos bastidores das atividades para brasileiros e da Divisão Feminina (DF), que, no momento, seguem no formato virtual: “Entre as mulheres, nós nos incentivamos na recitação daimoku e temos muitos benefícios. Estou tão feliz!”, salienta.

Além disso, ela se dedica a outra atividade profissional. “Eu me tornei personal trainer e trabalho numa academia. Isso me permite estar em contato com as pessoas e incentivá-las, cada qual em seus desafios. Com uma agenda flexível, posso atuar pelo kosen-rufu com tranquilidade, o que é um benefício da prática budista. Hoje, percebo que o budismo me possibilitou ter sabedoria para fazer as escolhas certas e criar uma história aqui na Austrália, palco da minha missão, da qual me orgulho bastante! Ainda há muito a fazer e sigo confiante, com o desejo de expandir essa maravilhosa filosofia da revolução humana. Quanta gratidão!”, finaliza.

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