ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 10/07/2021 07:33
RELATO
Lauro tem a convicção para vencer qualquer dificuldade e fazer da sua história um encorajamento para muitas pessoas
Reprodução/Foto-RN176 Lauro Alan Sousa e Sousa, Resp. pela Área Mangueirão, vice-resp. pela RM Augusto Montenegro e vice-resp. pelo Grupo Alvorada da Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste, CGRE – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Conheci o Budismo de Nichiren Daishonin, em 1985, quando estava com 10 anos, por intermédio de uma vizinha, a sra. Maria de Lourdes, em Belém, PA, onde moro. Em casa, enfrentava um ambiente de desarmonia por conta dos problemas que meu pai tinha com a bebida, além da difícil condição financeira. Mas nunca desisti. E posso dizer com sinceridade que venci todos os obstáculos graças ao sincero comprometimento com o Gohonzon, à luta conjunta com Ikeda sensei e ao meu juramento seigan.
Persistir e vencer
Meu pai não aceitava minha prática budista e, no início, isso me causava sofrimento. Um veterano budista me incentivou a vencer essa realidade. Então, renovei o juramento de jamais abandonar o budismo. Assim, ingressei na BSGI, sem receber o Gohonzon, e também no Gajokai [grupo de bastidores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ)], no qual permaneci por 21 anos.
Recebi o Gohonzon quando completei 18 anos e, no mesmo dia, meu pai se separou da minha mãe de forma tranquila. Minha convicção era protegê-la e aos meus cinco irmãos. Passados 23 anos, meu pai retornou muito doente e faleceu em casa, onde recitei daimoku para a sua felicidade. Seu semblante era alegre e sereno, o que me fez ter a certeza de sua iluminação.
Nessa época, conheci minha primeira esposa. Três meses depois nascia nosso filho Lauro Júnior. Eu estava com 19 anos e desempregado. Quando o bebê fez 2 anos, minha esposa e eu nos separamos e ela foi embora. Assumi total responsabilidade de criá-lo, com o apoio da minha mãe, como uma pessoa valorosa para o kosen-rufu e para a sociedade. Cinco anos após, conheci minha segunda esposa, com quem tive outro filho, João Marcos. Desta vez, como técnico de enfermagem, vivia numa condição financeira melhor. Mas, quando tudo parecia bem, fiquei muito doente.
Em junho de 2003, fui internado pesando apenas 40 quilos. Fui diagnosticado pelos médicos com um caso raro de tuberculose intestinal em estado avançado, alertando que eu teria mais dez dias de vida. Enquanto estava no hospital, minha esposa decidiu se separar. Determinei que não faleceria naquelas condições e não deixaria que nenhum dos membros criasse dúvidas quanto à veracidade do budismo por conta daquela doença. Minha convicção, como líder de distrito da DMJ, era que participaria da convenção comemorativa de fundação divisão que se aproximava.
Recitava até doze horas de daimoku no leito do hospital e, quando me sentia envergonhado por estar naquela situação, tive o apoio dos companheiros da organização. Lembro-me de que, na época, recebi a visita do coordenador da DMJ da BSGI, Ricardo Miyamoto, do vice-coordenador Edson Tokunaga e demais líderes locais, os quais me encorajaram com sinceras palavras. Isso fortaleceu minha decisão de lutar contra meu destino e de vencer a doença sem falta!
Em 24 junho, véspera do meu aniversário, entrei em coma relembrando o lema eterno do Gajokai: “Jamais ser derrotado”. Acordei horas depois, recitando Nam-myoho-renge-kyo e ouvindo os comentários dos enfermeiros e médicos sobre a minha forte fé. Passados trinta dias, saí do hospital de cadeira de rodas. E no dia 6 de julho, participei da convenção da DMJ; ali senti o sabor da vitória. Relatei essa conquista num encontro da Divisão dos Jovens (DJ), com a presença do coordenador da DMJ da BSGI, tal como havia determinado.
Nova disposição
Segui me empenhando com os amigos Soka pelo kosen-rufu da localidade e concretizamos o primeiro distrito monarca da RM Belém. Outra conquista foi participar, junto com meu filho, Lauro Júnior, da convenção comemorativa dos cinquenta anos da BSGI, em Manaus, AM. Vivia novamente uma situação financeira difícil, morando num cômodo com um ventilador e meu oratório com uma porta quebrada, esforçando-me para assinar as publicações e participar do Departamento de Contribuintes (Kofu). Nessas condições, incentivado por uma veterana da localidade, passei a recitar daimoku com meu filho todos os dias. E, antes da viagem a Manaus, consagrei o Gohonzon num novo oratório e numa sala ampla, que fez parte da reforma da minha casa. Além disso, comprei um saxofone para meu filho, integrante do Taiyo Ongakutai, que se apresentou na convenção. Em Manaus, tive a oportunidade de atuar com o vice-presidente da SGI, Hiromasa Ikeda, e até de recitar o gongyo com ele. Não contive a emoção e a gratidão de estar ali depois de tantas dificuldades superadas!
A partir dali, empenhei-me nos estudos, tal como nos foi direcionado pelos líderes da DMJ e, em 2019, concluí o curso de enfermagem na Faculdade Metropolitana da Amazônia (Famaz), como melhor aluno do décimo semestre dessa especialização em aproveitamento da universidade. Em paralelo, ingressei com orgulho na Divisão Sênior e no Grupo Alvorada, tendo apoiado mais de trinta pessoas a iniciar a prática budista, inclusive a mãe e a tia do Lauro Júnior.
Casei-me com Janne, uma mulher maravilhosa que atua junto comigo na organização, e temos um ambiente familiar harmonioso. Lauro é cabo da Aeronáutica e cursa direito; João Marcos completou ensino médio.
Reprodução/Foto-RN176 Ele no trabalho, como enfermeiro; com a esposa, Janne; com os filhos, Lauro Junior e João Marcos – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Conquistei uma condição financeira estável que me permite atuar pelo kosen-rufu com tranquilidade, fruto do meu trabalho como funcionário concursado no estado há treze anos.
Em março de 2021, minha esposa e eu vencemos a Covid-19 e, no dia 3 de maio, assumi a chefia de enfermagem do principal hospital de pronto atendimento público da região metropolitana de Belém. Sigo com a decisão de “Jamais ser derrotado” e de tornar as pessoas vitoriosas, fazendo dessa região a maior floresta de “valores humanos” do mundo tal como Ikeda sensei nos incentiva.
Lauro Alan Sousa e Sousa, 47 anos. Enfermeiro. Resp. pela Área Mangueirão, vice-resp. pela RM Augusto Montenegro e vice-resp. pelo Grupo Alvorada da Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste, CGRE.