Vença com plenitude

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  21/08/2021 09:24

APRENDA COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA

Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 26

HIROMASA-IKEDA

VICE-PRESIDENTE DA SGI

O volume 26, da Nova Revolução Humana, inicia-se com a visita de Shin’ichi Yamamoto, em setembro de 1977, à Vila Atsuta (atual bairro de Atsuta, na cidade de Ishikari), em Hokkaido, terra natal do seu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Lá, a Soka Gakkai havia construído o Cemitério Parque Memorial Toda, cujo nome representava um tributo a ele, e Shin’ichi comparece à cerimônia de inauguração no dia 2 de outubro.

Reprodução/Foto-RN176 Desenhos ilustrativos: da esqueda  para direita Josei Toda Mestre o Educador e Pacifista e o Segundo Presidente da Soka Gakkai, e seu discípulo  Daisaku Ikeda  com o mesmo coração, mestre e discípulo. Dr. Daisaku Ikeda, ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI

A ideia de estabelecer um parque memorial originou-se de um comentário que o presidente Josei Toda fez certa ocasião: “Não seria maravilhoso se houvesse um lugar onde pudéssemos descansar tranquilamente com nossos companheiros quando chegasse o nosso fim?” [p. 23].

Shin’ichi observou que, à luz do princípio da unicidade da vida e da morte, essas palavras também expressavam a determinação de Toda sensei de novamente renascer e lutar pelo kosen-rufu ao lado de seus companheiros. Dessa perspectiva, o parque memorial poderia ser considerado um símbolo da jornada eterna do kosen-rufu e de mestre e discípulo. Numa reunião comemorativa, Shin’ichi, que havia gravado no coração as palavras do seu mestre e se empenhado para torná-las realidade, declara: “Não seria exagero afirmar que, com isso, a base da Soka Gakkai foi estabelecida solidamente” [p. 24].

Ao mesmo tempo em que a organização estava assentando firmemente os alicerces do kosen-rufu, um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu tramava abrir uma fenda na relação de vida entre Shin’ichi e os membros. Em 1977, houve vários indícios que antecederam ao episódio que ficaria conhecido como a primeira problemática do clero.

Quando a Soka Gakkai lançou a segunda fase do kosen-rufu no outono de 1972, começou a construir as próprias sedes regionais, ao passo que antes priorizava a construção e doação de templos em apoio ao clero da Nichiren Shoshu. Foi mais ou menos nessa época que a organização implementou também um novo e ambicioso movimento de estudo para promover ainda mais o Budismo Nichiren ao redor do mundo.

Um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu interpretou erroneamente esses sinceros empreendimentos. Encarando-os como uma tentativa de se tornar independente do clero, começaram a criticar de forma implacável a Soka Gakkai em vários eventos do templo por volta de 1977. Apesar disso, Shin’ichi deu o máximo de si para se reconciliar com eles com base em seu sincero desejo de manter a relação harmoniosa entre o clero e o laicado.

É diante desse cenário que Shin’ichi se dirige aos participantes da cerimônia de inauguração do Cemitério Parque Memorial Toda, dizendo-lhes: “Meus amigos, aconteça o que acontecer, não fiquem surpresos nem amedrontados. Serei seu teto e seu quebra-mar nas tempestades mais ferozes” [p. 47].

Pulsava intensamente dentro dele a determinação inabalável de proteger os companheiros não importando que obstáculos pudessem surgir.

Com Shin’ichi se aproximando do seu aniversário de 50 anos [em 2 de janeiro de 1978], os capítulos “Estandarte da Lei” e “Líderes Audazes”, do volume 26, também contêm descrições de suas reflexões sobre o significado desse marco na vida de uma pessoa. Nichiren Daishonin estava com 50 anos1 quando sofreu a Perseguição de Tatsunokuchi e foi exilado na Ilha de Sado.

Ao trazer à lembrança a condição de vida audaz de Nichiren Daishonin, Shin’ichi firmou um profundo e solene juramento. Agora, aos 50 anos, com o início do novo sistema de distritos da Soka Gakkai naquela segunda fase do kosen-rufu, assumiria o desafio de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” em sua própria vida, bem como na Soka Gakkai, num nível inédito e profundo. [p. 182-183]

O capítulo “Líderes Audazes” esclarece que, para nós, o desafio de “abandonar o transitório e revelar a verdadeiro” refere-se a fazer do kosen-rufu — a concretização da felicidade para todas as pessoas — nosso supremo propósito e missão na vida e realizar essa prática corajosa na vida diária, conscientes da nossa identidade como bodisatvas da terra.

Ações básicas imprescindíveis aos líderes

Na Reunião Nacional de Líderes de Ano-Novo de 1978, anunciou-se a implementação do novo sistema de distrito para a segunda fase do kosen-rufu [p. 95]. Isso assinalou uma revigorada partida para a organização, com a conversão dos blocos ampliados em distritos e os líderes das quatro divisões da antiga estrutura assumindo como líderes de distrito. Levando em conta esse novo sistema e a natureza crescentemente multidimensional das atividades da Soka Gakkai, Shin’ichi salienta ser ainda mais importante para as pessoas em posição de liderança “permanecerem fiéis aos fundamentos básicos”. Ele oferece três diretrizes referentes às ações básicas imprescindíveis aos líderes.

A primeira consiste em priorizar orientações individuais.

Calculo que, agora, se ofereçam quatro vezes mais orientações nas reuniões do que orientações individuais. Entretanto, se estabelecerem o objetivo de inverter essa proporção, poderão desenvolver um número muito maior de pessoas capacitadas e construirão uma organização mais forte. E acima de tudo, vocês próprios poderão crescer como líderes. [p. 184]

A segunda, em fazer o “espírito de shakubuku” — desejo de compartilhar o budismo com os outros —arder intensamente em toda a organização. Shin’ichi ansiava que os líderes de distrito das quatro divisões assumissem a liderança das atividades em completa consonância com o espírito dele.

A terceira, em considerar o distrito a “sede da Gakkai” na comunidade e promover e estabelecer os ensinamentos do budismo em sua localidade com esse senso de consciência.

Na opinião de Shin’ichi, o distrito detinha a mesma responsabilidade e missão que a sede.

Em janeiro [2021], demos a partida do ano com a realização da Primeira Reunião Nacional de Líderes e do Primeiro Encontro de Líderes da Divisão dos Jovens da década que antecede nosso centenário em 2030. Devido à pandemia da Covid-19, as maneiras pelas quais nos reuníamos e incentivávamos nossos companheiros se diversificaram, contribuindo para a aceleração de uma nova onda do kosen-rufu mundial. Embora nosso movimento sempre necessite se adaptar às mudanças da época, o espírito fundamental das atividades não deve se alterar. Agora, neste período crítico, é mais vital ainda que busquemos estudar e abraçar o espírito da Soka Gakkai por meio da Nova Revolução Humana e participar diligentemente das atividades.

Assim como o volume 26 reitera, “Para revitalizar a organização e promover o kosen-rufu em nossa comunidade, é essencial haver uma mudança de postura” [p. 105], a atitude subjacente ou a determinação resoluta que atuam como força propulsora do nosso avanço. Pôr em prática as diretrizes estabelecidas pelo Mestre, nosso empenho contínuo nesse processo é o que nos permite construir uma sólida base para abrir uma nova era do kosen-rufu.

Fatores essenciais para os anos conclusivos

Um dos principais temas desse volume é como coroar os anos conclusivos da vida com plenitude e realização. No capítulo “Atsuta”, Shin’ichi frisa que “Como a vida é eterna, a velhice não é simplesmente um período para ficar aguardando o fim. É uma etapa para darmos os retoques finais nesta vida e nos prepararmos para a próxima” [p. 66]. Ele expõe que as condições essenciais para isso, tanto no âmbito de nossa vida pessoal como que se refere a assegurar as bases do kosen-rufu, são:

“Primeira: Façam da própria revolução humana a base de suas atividades”. Aprimorar a vida e fazer sua personalidade brilhar é a maior prova real deste budismo. “Segunda: Valorizem a comunidade, estabeleçam fortes vínculos de confiança com os vizinhos e empreendam esforços contínuos para estreitar laços de amizade”. Expandir nosso grupo de amigos e conquistar a confiança de muitos outros significa ampliar a rede de pessoas que possuem uma ligação com o Budismo Nichiren. “Terceira: Transmitam a fé aos familiares”. O fluxo eterno do kosen-rufu e a felicidade e prosperidade duradouras de sua família no futuro dependem da transmissão de sua fé aos filhos e netos, sobrinhos e sobrinhas etc. Gostaria de salientar que, se seguirem essas diretrizes, conseguirão estabelecer alicerces sólidos para o kosen-rufu em Hokkaido. [p. 82]

No capítulo “Avanço Intrépido”, por meio do relato da campanha de orientações de verão de Shin’ichi em 1957, observamos também que ele se devotou de corpo e alma para apoiar o empreendimento conclusivo da vida do seu mestre: alcançar 750 mil famílias associadas à Soka Gakkai. Naquele ano, finalmente se tornou possível avistar no horizonte a conquista desse objetivo. Determinado a garantir a vitória do seu mestre, em agosto, Shin’ichi, que era responsável pelo bairro de Arakawa, em Tóquio, passou a incentivar os membros e abriu caminho para o aumento de 10% no número de membros — mais de duzentas novas famílias — numa única semana.

Ele descreve sua motivação, na época, da seguinte maneira:

A batalha conclusiva da vida do mestre consiste em assegurar que os discípulos estejam obtendo grandiosas vitórias. Como discípulos, portanto, é importante que evidenciemos provas reais para que possamos declarar com orgulho ao mestre: “Eu venci!”. Isso é unicidade de mestre e discípulo. Por ter tomado tal decisão, pude dar vazão à minha força total, e assim, consegui manifestar coragem e sabedoria. [p. 290-291]

A genuína união entre mestre e discípulo não poderá se consolidar se o discípulo adotar uma postura passiva.

“Em outras palavras, depende do fato de o discípulo estudar profundamente e assimilar as orientações do mestre, alcançando vitórias em prol da felicidade de outras pessoas e do desenvolvimento do kosen-rufu” [p. 304].

Gravando esse espírito em nosso coração, empenhemo-nos para alcançar a vitória na vida.

Principais trechos

Quando nosso espírito se esfacela, as sementes da esperança se estragam e não conseguem germinar. A esperança nasce no solo de um espírito forte e engenhoso; não se encontra fora de nós. (“Atsuta”, p. 10)

Humanismo não consiste num modo de vida especial; é simples ato de ter empatia pelas pessoas — estender a mão e encorajar aqueles que estão se empenhando arduamente ou sofrendo e compartilhar da alegria daqueles que estão felizes. (“Estandarte da Lei”, p. 141)

Como seguidores do Budismo Nichiren, nossa prática começa e termina com a recitação sincera ao Gohonzon. Sem recitar Nam-myoho-renge-kyo, não pode haver vitória real em nossos esforços. (“Líderes Audazes”, p. 186)

A continuidade é importante na fé, mas não quer dizer se contentar simplesmente em fazer o mesmo que ontem. Isso é apenas força do hábito. O significado real de continuidade na fé consiste em instigar a si próprio a assumir desafios dia após dia, com renovada determinação, conforme o espírito do poema de Whitman. Gostaria que se lembrassem de que a chave da revolução humana e da vitória na vida reside em fazer de cada dia um novo início e uma nova vitória. (“Avanço Intrépido”, p. 310-311)

Resumo do conteúdo

Atsuta

Em outubro de 1977, é inaugurado em Hokkaido o primeiro cemitério parque memorial da Soka Gakkai.

Estandarte da Lei

Em janeiro de 1978, anuncia-se uma nova estrutura de distrito para a segunda fase do movimento pelo kosen-rufu.

Líderes Audazes

No dia 19 de janeiro, Shin’ichi visita o Centro de Treinamento de Shikoku. No dia 25, participa de reunião comemorativa de líderes em Nara.

Avanço Intrépido

No dia 27 de janeiro, Shin’ichi participa da reunião inaugural do Distrito Honan, em Suginami, Tóquio. No dia 18, comparece à Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai no Centro Cultural de Tachikawa, e, no dia seguinte, incentiva membros da Divisão Masculina de Jovens da região de Shin’etsu.

Nota:

  1. No método de contagem tradicional japonês, considera-se que a pessoa tenha 1 ano no dia de seu nascimento.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de 24 de fevereiro de 2021.