ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 28/08/2021 07:23
RELATO
Luiz fez do aprimoramento pessoal a chave para conquistar os sonhos e atuar em prol da felicidade das pessoas
Reprodução/Foto-RN176 Luiz Claudio Vieira Resp. pela RM Leopoldina, CCSF, CGERJ – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Sinto muita gratidão por ter conhecido o budismo ainda na juventude. Com essa filosofia, pude lapidar meu caráter e absorver as palavras de Ikeda sensei, para então aplicá-las em minha vida e enfrentar os momentos de dificuldade com coragem. Assim, durante a pandemia do coronavírus, em meio a tantos desafios, tive a chance de ajudar outras pessoas e também desfrutar benefícios.
Aprimoramento constante
Iniciei a prática budista aos 8 anos. Aos 19, eu já era pai de dois filhos e, para criá-los, enfrentei muitas adversidades. Como tinha somente o nível médio de estudo, não conseguia bons empregos e meu salário apenas supria as necessidades básicas. Tentei diversas vezes fazer faculdade, porém o dinheiro não dava. Mas, após várias tentativas e desistências, com base nas orientações do presidente Ikeda, consegui finalmente entrar na universidade e concluí o curso de gestão em administração pública em 2013, aos 42 anos.
Reprodução/Foto-RN176 Com a família – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Nesse período, era funcionário público concursado numa grande indústria brasileira e, ocupando um cargo de nível médio, não tinha mais como progredir na empresa. Em consequência da minha graduação, em 2014, fui convidado a trabalhar como terceirizado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atuando num cargo de nível superior — o que me proporcionaria um salário melhor, sem precisar trabalhar em dois empregos para arcar com as despesas, como de costume.
Reprodução/Foto-RN176 Com a família – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Apesar de ter ficado em dúvida entre a estabilidade de um cargo público e um salário duas vezes maior que o atual, e das críticas que recebi, aceitei o desafio com coragem e pedi demissão. No novo emprego, eu me especializei na área de compras públicas, fiz pós-graduação e diversos cursos na área. Logo me transformei num profissional indispensável no meu setor e, em 2015, eu me tornei membro das comissões de padronização de materiais de embalagens e de insumos farmacêuticos da unidade; em 2017, entrei para o conselho deliberativo da unidade como representante dos terceirizados — atividades extras, sem remuneração.
Reprodução/Foto-RN176 Com os membros da localidade – Editora Brasil Seikyo – BSGI
O tempo foi passando, meus gastos foram aumentando, e o salário não. Sugeri à minha gestora que me permitisse realizar atividades a mais para justificar um salário maior, sem sucesso. Então, precisava de uma nova ideia para mudar aquela situação. Foi quando li num discurso do presidente Ikeda que o local de trabalho também é o palco para a revolução humana. “Há três critérios para se escolher um trabalho: belo, bem e benefício. O ideal de todos é obter uma ocupação de que gostem (belo), que seja financeiramente estável (benefício) e com a qual possam contribuir para a sociedade (bem)”.1
Em outro trecho ele dizia:
Simplesmente canalizem toda a sua energia no trabalho atual e sejam pessoas indispensáveis nesse local. Orando fervorosamente ao Gohonzon e continuando a se esforçar ao máximo, sem deixar que tarefas ou atribuições desagradáveis os intimidem, acabarão encontrando um trabalho que apreciem, proporcione segurança financeira e produza o bem para a sociedade. (…) Tenham o trabalho como local de aprimoramento para se desenvolver como verdadeiros seres humanos, bem como o local de exercício budista de capacitação da prática da fé. Se adotarem essa perspectiva, todas as suas queixas desaparecerão.2
Novo avanço
Eu já tinha a ocupação de que gostava e um emprego que contribuía para a sociedade, então, como tornar o meu trabalho financeiramente estável a partir do meu aprimoramento? Ikeda sensei cita:
Reprodução/Foto-RN176 Com os avós – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Ao se lançarem em seu trabalho, em vez de evitá-lo, definitivamente abrirão um caminho a seguir na melhor direção possível. Eventualmente, observarão que todos os seus esforços até então tinham significado, e tudo o que experimentaram é um tesouro para a vida”.3
Assim, decidido a contribuir para a instituição com meu conhecimento, propus criar um ofício que ainda não existia, mas que era fundamental para sua gestão.
Em 2019, enviei às chefias, inclusive à direção, um relatório anual das dificuldades encontradas no setor, referentes ao exercício anterior, com sugestões de melhorias. Além disso, fiz vários cursos voltados para gerenciamento e controle e para mapeamento de processos, e enviava os certificados a eles. Fiz esses relatórios por dois anos consecutivos, sem resposta.
Veio a pandemia do coronavírus e 50% do quadro de funcionários foi reduzido. Mas, graças ao meu aprimoramento, a postura no trabalho e as atribuições extras, fiquei fora da lista. Mesmo assim, continuei enviando os relatórios anuais, atentando-me aos assuntos da minha área e de outras também.
Em junho último, fui convidado a explicar uma sugestão de melhorias que havia enviado no início do ano, na qual propunha a criação de um setor voltado para a identificação e solução de falhas nos processos em tempo real, utilizando os programas para os quais me qualifiquei. Assim, recebi a proposta de conduzir o desenvolvimento e a implantação desse projeto e geri-lo, com aumento de salário e nova função na empresa. Que alegria!
Reprodução/Foto-RN176 Com os colegas de trabalho. Exceto a foto no trabalho, as demais foram tiradas antes da pandemia do coronavírus – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Essa grandiosa vitória serviu para mostrar que não existe esforço sem resultados, mesmo que demorem a surgir. Ikeda sensei cita que apesar de termos conquistado mil vitórias no passado, se desistirmos no momento presente todos os esforços terão sido em vão:
A vida é uma contínua expedição ao desconhecido. Há momentos em que somos assolados por imprevisíveis tempestades. Desde que não se perca de vista os objetivos, não haverá nenhum dia em vão.”4
Luiz Claudio Vieira, 50 anos. Administrador público. Resp. pela RM Leopoldina, CCSF, CGERJ.
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 2.331, 16 jul. 2016, p. B3.
- Ibidem.
- Ibidem.
- Brasil Seikyo. ed. 2.158, 1o dez. 2012, p. B2.