A extraordinária força da família

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  28/08/2021 07:29

ENCONTRO COM O MESTRE

Neste Encontro com o Mestre, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, salienta que a revolução humana de uma única pessoa conduzirá a família a uma transformação positiva. Ele também incentiva uma integrante da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) que estava preocupada com o fato de seu pai não praticar o Budismo Nichiren.

Reprodução/Foto-RN176 Ikeda sensei com sua mãe, Ichi Ikeda (Tóquio, Japão, abr. 1975). Dr. Daisaku Ikeda, ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Ikeda sensei ainda nos encoraja a manifestar gratidão diante de todas as questões, reforçando o valor inestimável de um simples “muito obrigado”

  1. DAISAKU IKEDA

“Prática da fé para criar a harmonia familiar” é uma diretriz eterna articulada pelo segundo presiden­te da Soka Gakkai, Josei Toda.

Uma família radiante e positiva, unida por laços de confiança e de afeto, é o reflexo de um espírito puro e rico. Representa tanto o primeiro passo como o objetivo supremo de nossos esforços para a construção de um mundo de paz e de felicidade.

Ao longo dos anos, um número incalculável de membros da Soka Gakkai transformaram situações familiares desoladoras e negativas em alegria e entusiasmo. São histórias gloriosas de revolução humana individual que compõem a base profunda e sólida da trajetória da nossa organização. Acredito que o exemplo dos membros da Soka Gakkai ajudando a desenvolver famílias harmoniosas, além de ser um modelo de vida para as pes­soas, é também um luminoso símbolo do futuro do Japão e do mundo.

Nosso objetivo é consolidar uma sociedade ideal em que a felicidade pessoal e a prosperidade social caminhem juntas, e isso inclui, logicamente, famílias harmoniosas. O segredo para construir uma vida familiar saudável repousa em cada um, baseando-se na Lei Mística, esforçando-se para estabelecer uma vida forte e segura para si, contribuindo, ao mesmo tempo, para a prosperidade da sociedade e para a paz mundial.

Nem sempre os fami­liares iniciam a prática com a pessoa que decide se converter ao budismo, e ela, às vezes, enfrenta dura oposição dos demais. Porém, essa objeção é apenas um teste da fé e, certamente, será solucionada, uma vez que realize a revolução humana e se torne excelente na família e na sociedade.

A revolução alicerçada na família é a mais fundamental e duradoura; criará um movimento contínuo e se transformará em uma tendência que ninguém poderá deter.

Familiares que não praticam o Budismo de Nichiren Daishonin

Estou certo de que muitos de vocês têm pais ou outros membros da família que não praticam o Budismo Nichiren, mas não há motivo para se sentirem ansiosos ou preocupados por causa disso. Se, como indivíduos, vocês se levantarem com fé genuína, serão capazes de conduzir as pessoas que amam ao caminho da felicidade eterna. Esse é o poder ilimitado da Lei Mística.

Quando o sol se levanta, ilumina tudo na Terra. Quando um único farol reluz à noite no mar, incontáveis embarcações navegam com segurança. Na família, em que alguém atua como um sólido pilar, todos os seus integrantes vivem de maneira segura e tranquila. Vocês são o sol que banha os demais com o brilho e a luz da felicidade. Além disso, são faróis que guiam as pessoas ao estado de buda. E são a sólida espinha dorsal da boa sorte e do benefício, que levam felicidade à família.

Os pais se encantam com o sorriso dos filhos, o qual ilumina o coração deles como raios de sol. Demonstrar gratidão aos pais é a essência do budismo. Nada traz maior felicidade aos pais que a interação carinhosa e agradável com os filhos, que os enchem de orgulho e de alegria por terem criado seres humanos excelentes. Eles estarão dispostos a ouvir qualquer coisa que esses filhos tenham a dizer.

É natural que vocês orem sinceramente para que seus pais atinjam o estado de buda, mas espero que sua conduta em relação a eles seja sempre repleta de sabedoria, afeto e bom senso. Mostrar quanto cresceu como ser humano é a melhor maneira de transmitir a veracidade do budismo àqueles ao redor. Esse é o meio para aumentar a própria boa sorte e benefícios e também os da família.

Reprodução/Foto-RN176 Presidente Ikeda visita uma família de membros momentos antes de comemorar o 20º aniversário de sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai (Shizuoka, maio 1980). No centro Dr. Daisaku Ikeda, ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Muito obrigado

Quando ouvimos ou dizemos a palavra “obrigado”, removemos a armadura do coração e nos comunicamos em um nível profundo. Uma expressão que é a essência da não violência. Contém respeito pelo outro, humildade e uma profunda afirmação da vida. Possui um otimismo alegre. Tem força. Uma pessoa que consegue dizer “Obrigado!” com sinceridade possui um espírito vigoroso e saudável. Cada vez que dizemos essa palavra, nosso coração reluz e a energia da vida surge de dentro de nós.

Em casa, em vez de tentar mudar o parceiro ou os filhos conforme o seu gosto, por que não começar com um simples “Muito obrigado!”?

Havia uma integrante da Divisão Feminina que sofrera de demência nos anos finais de sua existência, e não conseguia se lembrar nem mesmo do nome dos familiares. No entanto, quando o médico lhe perguntou qual tinha sido o momento mais feliz de sua vida, ela imediatamente respondeu: “Quando minha filha nasceu. Fiquei tão feliz!”. Ao ouvir isso, os olhos da filha, que estava em pé perto da mãe, encheram-se de lágrimas. “Muito obrigada!”, disse ela. “Obrigada, mamãe, é tudo que eu precisava ouvir”.

A filha refletiu sobre como ela sempre estava repreendendo o filho. “Sim”, pensou, “como fiquei feliz quando ele nasceu!”. Contudo, com o passar dos anos, impelida pela idealização do que seria uma criança perfeita, ela tentou moldar o filho para ajustá-lo ao seu modelo, priorizando apenas os pontos em que ele não satisfazia o seu ideal, atendo-se a apontar suas falhas em um aspecto ou em outro. Ainda assim, a despeito de quanto era exigente, o filho tentava dar tudo de si para corresponder às expectativas dela. Ele era gentil com ela. Quando esses pensamentos lhe vieram à mente, um sentimento de imensa gratidão a invadiu. “Muito obrigada. Sou feliz simplesmente por você estar vivo e bem. Sou feliz só por você estar aqui ao meu lado. Muito obrigada.”

Ela passou a enxergar o filho com outros olhos e, de repente, possuía inúmeros motivos para ser grata e feliz. Afinal, embora fosse difícil tirá-lo da cama de manhã, ele acabava se levantando, mesmo que, às vezes, no último minuto. Isso, em si, já era algo surpreenden­te. Ele era um tanto “implicante” com a comida e podia não ser o primeiro aluno da classe, mas ela se sentia grata somente por ele ir para a escola com um belo sorriso no rosto a cada dia.

Sentia-se grata por tudo, mesmo quando nada de especial acontecia. Era grata por todos os dias que passava com sua família bem e segura. Ela percebeu que não dar valor a tais fatos, considerando tudo muito natural, era sintoma de arrogância profunda e impregnada da parte dela.

De forma similar, há pessoas que, ao receber o diagnóstico de uma doença séria, percebem pela primeira vez quanto achavam normal ter saúde e que nunca valorizaram tudo o que tinham.

Espero que, pelo menos de vez em quando, olhem nos olhos de seu(sua) companheiro(a) e digam “Muito obrigado(a)!”. Em vez de jantarem juntos em silêncio, aproveitem para expressar sua estima. No começo pode parecer um pouco embaraçoso, mas tentem e verão como isso transforma a vida.

No topo: Ikeda sensei com sua mãe, Ichi Ikeda (Tóquio, Japão, abr. 1975)

Fonte:

Discurso do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicado no Brasil Seikyo, ed. 2.306, 16 jan. 2016.