ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 11/09/2021 09:08 Por Marcio Nakane
Se bem combinadas, saúde e felicidade possibilitam à pessoa ter uma vida duradoura
Reprodução/Foto-RN176 Mulheres fazendo atividades físicas para ilustração da matéria – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Saúde e felicidade estão conectadas em duas direções. A saúde impacta na felicidade e a felicidade impacta na saúde. Pessoas felizes apresentam maior probabilidade de seguir uma dieta balanceada e saudável, exercer mais atividades físicas, ter boa qualidade de sono, fortalecer o sistema imunológico, diminuir e controlar o estresse e reduzir a pressão arterial, fatores esses relacionados com a boa saúde.
E os efeitos podem ser duradouros. Uma famosa pesquisa1 feita com 180 freiras católicas observou a relação entre as emoções positivas registradas por elas em notas autobiográficas aos 18 anos, na década de 1930, e a longevidade. Os resultados são impressionantes.
As freiras mais felizes durante a juventude viveram dez anos a mais que as mais infelizes; 80% das freiras pertencentes ao grupo de 25% mais alegres durante a juventude estavam vivas aos 85 anos, enquanto 54% do grupo menos alegre vivia até essa idade. Da mesma forma, 54% das integrantes do grupo mais alegre na juventude permaneceram vivas até os 94 anos, contra 15% das menos alegres.
Além disso, há vários fatores que afetam tanto a saúde como a felicidade. Por exemplo, a renda, atitudes e pensamentos otimistas, bom humor e até o casamento são fatores que têm efeitos positivos sobre ambas as condições.
Um quadro desfavorável de saúde implica infelicidade ou faz se sentir miserável? A resposta, em geral, é sim, mas há um fenômeno denominado “adaptação” que indica serem temporários os efeitos de um estado ruim de saúde sobre a infelicidade. Ou seja, passado um tempo, as pessoas se acostumam ou se habituam à condição de saúde e retornam aos seus níveis anteriores de felicidade.
Casos especiais
Há duas exceções ao caso de adaptação mencionado acima: dores crônicas e doenças mentais. Nessas situações não se observa adaptação. O grau de angústia sentido por aqueles acometidos por tais enfermidades é permanente (enquanto durar a condição) e não temporário.
Há tanto o efeito direto da doença sobre a infelicidade quanto os indiretos. Para doenças da mente, por exemplo, o efeito indireto é o exercido sobre perda de renda, desemprego, envolvimento com criminalidade, baixo desempenho escolar, isolamento social e saúde física. E todos esses fatores contribuem para aumentar o grau de infelicidade associado a doenças da mente.
A saúde está presente em uma das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”: “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade”. O primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, dizia que “O principal requisito para a felicidade é a saúde. E o segredo da saúde é se manter ativo”.2
Reprodução/Foto-RN176 Marcio Nokane Dr. em economia e também professor na USP – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), também relaciona saúde à felicidade:
A SGI é um oásis espiritual. Empreender ações visando o kosen-rufu ao lado dos nossos companheiros da organização nutre nossa vida, infundindo em nosso ser a energia que eleva nossa saúde e longevidade, e constitui um manancial de felicidade.3
Nestes tempos pandêmicos, o cuidado com a saúde, tanto em função da Covid-19 como em razão das consequências provocadas pelo isolamento social (incluindo o aumento da incidência de doenças da mente), torna-se questão prioritária. É fundamental manter a guarda elevada (vacinação, uso de máscaras, evitar aglomerações, higienização adequada, ambientes arejados), mas também é importante estender nosso apoio e conforto aos companheiros em necessidade. Agindo dessa forma cuidamos da saúde e aumentamos a felicidade, nossa e dos nossos companheiros.
Notas:
- DANNER, Deborah D.; FRIESEN, Wallace V.; SNOWDON, David A. Positive Emotions in Early Life and Longevity: Findings from the Nun Study. Journal of Personality and Social Psychology, v. 80, n. 5, p. 804-813, 2001.
- Terceira Civilização, ed. 606, fev. 2019.
- Ibidem.