Identidade de Buda

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  11/09/2021 09:30

 EDITORIAL

Reprodução/Foto-RN176 Foto do nome – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

Enquanto você lê esse parágrafo, crie em sua mente a cena de uma pessoa que desfruta uma vida de absoluta liberdade e brilho; uma vida que acumula sabedoria inesgotável e energia espiritual, esbanja infinita energia vital, boa sorte e benefício. Ela transborda compaixão por todos os seres vivos e se solidariza com aqueles que estão sofrendo. Uma vida de coragem ardente para combater as tendências negativas de si e dos outros, livre do medo.1

Com essa descrição, você pode ter imaginado uma pessoa livre de problemas, vivendo num local paradisíaco, com uma condição financeira, de saúde e familiar completamente adequada e favorável para permitir-lhe exercitar o altruísmo.

Contrariando essa expectativa, o primeiro parágrafo deste texto é a descrição que Ikeda sensei fez da condição de vida de Nichiren Daishonin após ele ter sofrido a pior perseguição da sua vida, em que esteve prestes a ser decapitado e depois condenado ao exílio, o qual era considerado praticamente uma sentença de morte. Nessas circunstâncias, além da punição que sofria por parte das autoridades, muitos de seus seguidores também viraram as costas e abandonaram a fé.

Qualquer outro na situação de Daishonin poderia sentir a angústia provocada por fracasso e remorso. Poderia ficar até ressentido com a sociedade. Também não seria surpresa se sucumbisse ao desespero e à dúvida.

Longe disso, Ikeda sensei explica que o sentimento e a atitude de Daishonin, no momento mais desafiador de sua vida, são a própria manifestação do que é o estado de buda, e afirma:

A capacidade de Daishonin de suportar as circunstâncias mais adversas do exílio na Ilha de Sado era a própria evidência de seu ilimitado estado de vida. Em vez de se preocupar com a sua situação, ele pensava no bem-estar de seus seguidores. Ao mesmo tempo, orava pela felicidade das autoridades que o haviam perseguido. (…) Por meio de seu comportamento, ele demonstrou a força que existe dentro do ser humano.2

Este mês marca os 750 anos da Perseguição de Tatsu­no­kuchi, ocorrida em 12 de setembro de 1271. Brasil Seikyo traz matéria especial sobre o episódio e o convida a aprender com a ilimitada condição de vida de Daishonin — ter “sabedoria para perceber a verdadeira natureza da realidade enquanto enfrenta difíceis circunstâncias”.

Boa leitura!

Notas:

  1. Cf. IKEDA, Daisaku. Diálogo sobre Religião Humanística. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 39, 2018.
  2. IKEDA, Daisaku. Diálogo sobre Religião Humanística. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 131, 2018.