ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 25/09/2021 08:20
RELATO
Esforço, paciência, confiança e convicção são palavras-chave para Lívia, que fez dos desafios uma chance de desenvolvimento em diferentes aspectos
Reprodução/Foto-RN176 Lívia Cristina de Oliveira, Resp. pela DFJ do Distrito Chave de Ouro. Coordenadora da DUni da CCSF – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Quando iniciei a prática budista, em 2012, decidi realizar uma transição de carreira, saindo da área de química para a de direito, com o objetivo de valorizar minhas características e ampliar a atuação profissional a fim de auxiliar minha família.
Ser membro da BSGI me fez resgatar o ímpeto de nunca parar, e também compreender os momentos menos acelerados da vida. Assim, escolhi não desistir. Caminhar e manter o ritmo ou correr e manter o ritmo, porém, não deixar de avançar.
Transformar o coração
Conheci o budismo no Rio de Janeiro, onde moro, por intermédio de amigos que jogavam Role Playing Game (RPG). Na época, era casada e enfrentava meus próprios desafios por ser muito tímida, com baixa autoestima, buscando a aceitação das pessoas por conta do estrabismo que me acompanhava desde os 2 anos. No entanto, conforme recitava daimoku e lia as orientações do presidente Ikeda, sentia que era capaz de transformar minhas atitudes e a percepção do mundo. E o primeiro benefício da prática budista foi conseguir uma cirurgia de correção do estrabismo com ótima equipe médica, custeando apenas a anestesia.
Segui participando das atividades da organização e ingressei no Cerejeira [grupo de bastidores da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)]. Tamanho aprimoramento visando à minha revolução humana me fez enxergar alguns aspectos com clareza. Percebi que vivenciava um relacionamento abusivo, no qual não me sentia respeitada, apoiada e tampouco amada pelas minhas qualidades. Foi por meio das orações que tive coragem para lidar com a verdade, brigando contra minhas próprias crenças sobre servir, cuidar e aceitar. Afinal, minha decisão era vencer em todos os aspectos. Assim, em 2017, decidi me separar, tendo depro curarum novo larjunto com minha família, que morava comigo.
Minha vida virou de cabeça para baixo, contudo, tive o apoio das companheiras da Gakkai. Na organização, atuava como líder de distrito, da Divisão dos Universitários (DUni) e como secretária de departamento do grupo Cerejeira. Com tantas responsabilidades e mudanças pela frente, era preciso muito mais daimoku! E foi o que fiz.
Em paralelo, eu, que havia ingressado na faculdade de direito, determinei que seria aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) antes de me formar. Então, esse momento chegou. Confiante, segui meus planos e passei na primeira fase do exame, mesmo em meio ao caos. Além disso, fui aprovada no Exame de Budismo de 2º Grau. Outra vitória foi ter ensinado o budismo para uma amiga de longa data, que iniciou a prática.
Fechei o ano com êxito quando, em novembro, minha família e eu nos mudamos para um lugar melhor, num condomínio, participando de atividades no mesmo andar do nosso apartamento. Que alegria! Eu me senti tal como a flor de lótus, que resplandece no pântano, uma verdadeira princesa da Lei Mística!
Manter a decisão
Em janeiro de 2018, fui aprovada na segunda fase do exame da OAB, e meu namorado, na época, decidiu receber o Gohonzon, motivado pelas minhas vitórias. Naquele mesmo ano, fiz estágio na área jurídica e fui efetivada. Ao conquistar a confiança dos gestores, passei a supervisionar duas equipes, cuidando de estagiários e de outros advogados. Hoje, faço parte de uma equipe importante, que dá suporte aos demais colegas de trabalho.
Veio a pandemia do coronavírus e comecei a trabalhar em home office, e mesmo com o volume de trabalho, atuei como integrante da DUni e também do Cerejeira, dialogando, observando e cuidando da minha família.
Reprodução/Foto-RN176 Lívia em reunião do grupo Cerejeira. A foto foi tirada antes da pandemia do coronavírus – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Após concluir a faculdade, em 2018, ingressei numa pós-graduação e retomei o sonho de infância de ter mais de uma profissão, reconhecendo-me dentro da pluralidade do ser humano. Voltei a ler livros de ficção, de história do mundo e do Brasil, além de reler a obra Nova Revolução Humana, escrita pelo presidente Ikeda. E foi pela sinceridade de Ikeda sensei — que fez de cada parte desse romance uma oportunidade para eternizar a trajetória da organização, trazendo o fundo de cena e o contexto dos acontecimentos, e apresentando a história das pessoas — que me inspirei e percebi que gostaria de falar, compreender e compartilhar meu conhecimento com as pessoas.
Então, eu me inscrevi no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tive a chance de fazer a prova junto com meu irmão. E, em outubro de 2020, obtive a confirmação da minha matrícula, agora oficialmente como aluna do curso de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Demorei a acreditar em tamanho benefício! Recitei daimoku em gratidão e determinei me dedicar ao máximo.
Também aproveitei a vantagem de trabalhar em home office para participar de um laboratório de pesquisa de história relacionada ao cinema e à área de audiovisuais, e de uma disciplina como ouvinte.
Tudo isso foi possível a partir das orientações do presidente Ikeda e da família Soka. Em especial, meu coração se enche de esperança quando leio o Diário da Juventude, de autoria do presidente Ikeda. Consta num trecho:
Envolto numa sucessão de lutas extremas, que incrível é sobreviver, vencer e dar provas de vitórias! Os livros de História estão cheios de inverdades. Mas a história pessoal, aquela que está gravada unicamente em nosso coração, não há como ser registrada com disfarces nem falsidades.1
Assim, visualizo cada dia como uma largada para meus sonhos,além de um caminho de grande aprendizado e amadurecimento.
Lívia Cristina de Oliveira, 30 anos. Advogada. Resp. pela DFJ do Distrito Chave de Ouro. Coordenadora da DUni da CCSF.
Nota:
- IKEDA. Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2015. p. 42.