Caminhada convicta

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  23/10/2021 10:16

RELATO

Rober escolheu sua missão: “ser feliz e fazer outros felizes também”

Reprodução/Foto-RN176 Rober Barbosa Brião, Vice-responsável pela Comunidade Passo Fundo, responsável pelo Bloco Centro – Vera Cruz e responsável pelo grupo Alvorada do Distrito Assis Brasil (RM Porto Alegre, Sub. Rio Grande do Sul, CRE Sul, CGRE) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Conheci o Nam-myoho-renge-kyo em 2004, na época em que residia no município de Rio Grande, RS, por intermédio de um colega de faculdade. Na ocasião, eu atravessava inúmeras dificuldades da vida acadêmica e ele me ensinou a recitação do daimoku para solucionar todos os meus problemas. O convívio com a família dele, na qual todos são budistas, me mostrou um jeito diferente de viver: harmonioso e mais convicto da vitória.

Embora tenha conhecido o budismo em 2004, só comecei a participar das atividades em 2007, quando conheci a organização e passei a levar a prática a sério. Mudei-me para o município de Passo Fundo, RS, e esse meu colega de faculdade, agora amigo, me direcionou para ir às atividades locais. Apoiado por muitos membros, compareci a várias reuniões, mas, na primeira delas, já me senti em casa. Apesar disso, só em 2009 decidi receber o Gohonzon.

Reprodução/Foto-RN176 Sorridente ao lado de Lenize, sua esposa – Editora Brasil Seikyo – BSGI

 O que me motivou a participar das reuniões da BSGI e conhecer o budismo foi a busca por respostas, que não encontrei em outras reli­giões, para algumas questões. Entre elas, “Por que as pessoas sabem o que é certo, mas fazem diferente?”, “Por que penso diferente dos meus familiares?”, “Por que tenho de ser engenheiro, como meus irmãos, se quero ser administrador?”. Esta última questão era uma das preocupações da minha mãe, pois eu, o caçula, tinha temperamento intolerante e agressivo e estava sem emprego fixo. Só conseguia nutrir raiva de tudo e de todos, ser irônico e arrogante. Sentia-me distante das pessoas.

Novos rumos

A partir do estudo do budismo, compreendi que precisava fazer a minha revolução humana: mudar internamente para influenciar o mundo externo. Intensifiquei a recitação do daimoku, o estudo e a participação nas reuniões. Com essa mudança, surgiram diversas dificuldades, como trocas constantes de emprego, doenças na família — inclusive da minha mãe —, ira e insatisfação com a vida.

Reprodução/Foto-RN176 Com sua família – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Como não há oração sem resposta, os benefícios vieram. Eu me tornei mais compreensivo comigo e com as pessoas, sendo mais empático, colocando-me no lugar delas. Compreendi, finalmente, o ensinamento do Sutra do Lótus de que a mais nobre das condições de vida é o estado de buda, e que se encontra em todas as pessoas. Profissionalmente, conquistei uma importante vitória: passei num concurso público e consegui um emprego estável. Com os benefícios da empresa, pude ajudar minha mãe, incluindo-a no meu plano de saúde, sem as demoradas filas do serviço público. Passei a viver o budismo no dia a dia, pondo os ensinamentos de Nichiren Daishonin em prática na vida diária. Aprofundei a fé no Gohonzon e afirmo convictamente que nele estão todas as respostas de que eu preciso.

Em janeiro de 2020, minha mãe faleceu, serenamente, apesar da gravidade das doenças que adquiriu com a idade. Mesmo não praticando, foi beneficiada com a minha prática e teve a vida prolongada e, acima de tudo, tranquila por ver o caçula encaminhado e com uma conduta digna. A despedida não foi fácil, contudo, a partir da compreensão budista, eu me senti mais forte e consegui confortar meu pai e meus irmãos, além de apoiar outras pessoas na mesma situação. Logo após, vieram a pandemia e o isolamento social. Não sei o que seria de mim sem a prática e os encontros, mesmo virtuais, com os companheiros da Gakkai. Sei que as dificuldades continuarão a surgir, mas aonde quer que eu vá, em minha vida, sejam quais forem os problemas, tenho a certeza de que posso contar com os companheiros e que, orando ao Gohonzon, manifestarei sabedoria para seguir em frente.

Reprodução/Foto-RN176 Rober posa com os membros da Comunidade Passo Fundo. A foto da atividade foi tirada antes da pandemia do coronavírus – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Para cada situação difícil, existem um escrito de Nichiren Daishonin ou uma orientações do presidente Ikeda. Um dos incentivos de Ikeda sensei que mais se encaixam com a percepção que tenho hoje da minha vida é o poema A Estrada, que diz:


Existe uma estrada

e essa é a estrada que eu amo.

Eu a escolhi.

Quando trilho essa estrada,

as esperanças brotam

e o sorriso se abre

em meu rosto.

Dessa estrada nunca,

jamais fugirei.1

Se estou onde estou, foi porque escolhi: escolhi ser budista, escolhi meu mestre e escolhi fazer minha a missão dele. Agradeço a Lenize, minha esposa, por apoiar minha prática, e a cada membro e simpatizante da Gakkai, pois considero todos, indistintamente, como parte da família que encontrei trilhando “a estrada que amo”. Quando nos encontramos, “as esperanças brotam e o sorriso se abre em meu rosto”. Decidi construir um mundo melhor a cada momento da vida, por isso “dessa estrada nunca, jamais fugirei”.

Rober Barbosa Brião, 45 anos, administrador. Vice-responsável pela Comunidade Passo Fundo, responsável pelo Bloco Centro – Vera Cruz e responsável pelo grupo Alvorada do Distrito Assis Brasil (RM Porto Alegre, Sub. Rio Grande do Sul, CRE Sul, CGRE).

Nota:

  1. Terceira Civilização, ed. 485, jan. 2009, p. 43.