ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 20/11/2021 07:45
APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 29
Reprodução/Foto-RN176 Desenho do Dr. Daisaku Ikeda com um leque em uma apresentação bailando. Dr. Daisaku Ikeda. Ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI
O volume 29, da Nova Revolução Humana, tem como cenário o período entre outubro de 1978 e fevereiro de 1979, quando a Soka Gakkai enfrentou uma avalanche de críticas de um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu.
No capítulo “Contínua Felicidade”, Shin’ichi Yamamoto pondera sobre esses fatos à luz da Perseguição de Atsuhara de 1279, na qual vários seguidores de Nichiren Daishonin, moradores da Vila Atsuhara [atualmente, parte da cidade de Fuji, província de Shizuoka], foram submetidos à perseguição e à intimidação pelo prior interino do templo Tendai, Gyochi, que ficou alarmado com o êxito que vinham obtendo nos esforços de propagação. A hostilidade culminou na prisão de um grupo de camponeses seguidores de Daishonin, sob falsas acusações, e na execução das figuras centrais Jinshiro, Yagoro e Yarokuro por se recusarem a renegar a fé em seus ensinamentos. Mesmo diante da morte, os camponeses não abandonaram sua fé.
Levando em conta essa história, Shin’ichi jura a si mesmo que jamais permitiria que “ocorra uma situação em que pessoas tenham de ser martirizadas. Mas se por algum motivo isso for inevitável, se for necessário passar por perseguição e sacrifício, então acatarei tudo sozinho!” (p. 34-35). Como presidente da Soka Gakkai, ele decide firmemente postar-se na linha de frente, pronto a suportar quaisquer ataques, com o intuito de proteger seus amados membros.
Ele reflete sobre o fato de o extraordinário desenvolvimento da Soka Gakkai no período após a guerra também ter sido um resultado direto do “presidente Josei Toda e os demais membros herdarem e sucederem fielmente o espírito do presidente Tsunesaburo Makiguchi, que morreu na prisão lutando contra a opressão do governo militar, da ‘devoção abnegada’ pela propagação da Lei” (p. 37).
Na realidade, pudemos ingressar nesta atual era do kosen-rufu mundial graças ao nosso mestre, presidente Ikeda, e seus esforços para levar adiante o espírito de seus mestres — os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda — de prezar e incentivar cada pessoa com base no compromisso altruísta de propagar a Lei mesmo em face de diversas provações, entre as quais o Incidente de Osaka e a segunda problemática do clero.
No capítulo “Contínua Felicidade” consta o seguinte:
Ao estabelecermos a condição de vida de eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza, edificamos um mundo “onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos” (LSOC, cap. 16, p. 272). Só se conquista isso mediante nossa determinação e ações abnegadas para propagar o budismo.
Em outras palavras, trata-se de algo que alcançamos realizando o kosen-rufu ou nosso propósito fundamental na vida e empenhando-nos para demonstrar provas reais do poder do Gohonzon e da veracidade do budismo por meio da nossa própria vida e do modo de viver, para poder compartilhar esta filosofia com os outros.
De Hokkaido, ao norte, a Kyushu, ao sul, Shin’ichi viaja para dez regiões do Japão e compõe cerca de trinta canções para vários grupos da Soka Gakkai durante o ano de 1978. Embora tenha sido um “ano tempestuoso de desafios colossais” em que os membros se viram às voltas com a primeira problemática do clero, ele também o descreve como um “ano de violentas tempestades, da corrida impetuosa protegendo a tocha Soka, da construção de uma nova história” (p. 200).
Aonde quer que vá, Shin’ichi salienta reiteradamente a relevância de se retornar aos princípios fundamentais — basear nossa vida na fé no Gohonzon e continuar recitando daimoku ao Gohonzon, haja o que houver. Esclarece também que um líder da Soka Gakkai deve ser capaz de prover constantes nutrientes para a fé dos seus membros; para isso, ele deve, por sua vez, buscar continuamente veteranos de forte fé e se empenhar para efetuar progressos na própria prática junto com os membros. A que extensão o líder consegue inspirar seus companheiros a entrar em ação em prol do kosen-rufu? Quanto consegue trabalhar ao lado dos membros para promover o progresso do movimento? Em suas viagens de orientações, Shin’ichi exorta aqueles com quem se encontra a se portar com essa consciência e senso de responsabilidade caso desejem cumprir sua missão como líderes.
Um grandioso ponto de partida
O capítulo “Frescor” desenrola-se no início de 1979. Tendo realizado grandes progressos no ano anterior, Shin’ichi saúda o novo ano com renovada determinação de avançar ainda mais. O ano 1979 assinalou a conclusão da primeira série dos “Sete Sinos”, representando também um grandioso ponto de partida para o kosen-rufu. Como seria seu 20º ano como presidente da Soka Gakkai e os alicerces para o kosen-rufu no Japão estavam cada vez mais sólidos, Shin’ichi decide concentrar seus esforços no desenvolvimento do kosen-rufu em âmbito mundial.
Dando início à jornada com revigorado ímpeto, ele viaja para Hong Kong e Índia. Às margens do rio Ganges no dia 11 de fevereiro, dia do aniversário do seu mestre, ele diz ao presidente Josei Toda em seu coração: “Sensei! Shin’ichi continuará a jornada. Haverei de abrir o grande caminho do kosen-rufu mundial, o meu palco, como designado pelo mestre! Observe a luta heroica de seu discípulo” (p. 366).
Mesmo depois de voltar para seu alojamento, ele olha para a foto do presidente Josei Toda que carrega e firma um profundo juramento de travar uma grandiosa luta pelo kosen-rufu. Desse modo, o “novo avanço do kosen-rufu” (p. 366) inicia-se com o juramento do discípulo ao mestre.
Como retrata o capítulo “Origem”, “O kosen-rufu mundial se torna possível por meio do juramento e das ações transmitidos do mestre para os discípulos e, sucessivamente, para outros discípulos (p. 317)
Reprodução/Foto-RN176 Pontes de diálogo – Editora Brasil Seikyo – BSGI
O volume 29 também narra em detalhes alguns diálogos mantidos entre Shin’ichi e importantes intelectuais do mundo, entre 1978 e 1979.
Um deles é o Dr. John Kenneth Galbraith, economista e professor emérito da Universidade Harvard. Em seu diálogo em outubro de 1978, eles discutiram sobre a natureza da certeza e da incerteza. Shin’ichi indaga a opinião de seu interlocutor sobre os princípios norteadores que a humanidade deve adotar numa era de incertezas.
Galbraith afirma que todos os esforços humanos precisam ser constantemente revistos e corrigidos, se quisermos atender ao seu propósito de tornar a vida humana mais segura, pacífica e inteligente. Adotar esse tipo de mentalidade flexível pode ser considerado um dos princípios norteadores, sugere ele.
Shin’ichi responde expondo sua convicção de que o empenho para nos tornar melhores e crescermos como seres humanos é extremamente importante caso desejemos exercer sempre um discernimento correto. Ele afirma que o movimento da Soka Gakkai pautado pela filosofia da revolução humana de transformação interior fundamentada no budismo “se tornará o majestoso rio que descortinará o século 21” (p. 21).
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Shin’ichi também se encontra com o Dr. Bryan R. Wilson, sociólogo da Universidade de Oxford, em janeiro de 1979, e eles trocam ideias sobre a missão e papel da religião na era vindoura. Fazendo uma reflexão sobre o diálogo dos dois no capítulo “Frescor”, Shin’ichi reitera sua convicção de que a religião não existe por nenhuma outra razão a não ser habilitar as pessoas a se tornar felizes e edificar uma sociedade próspera e um mundo pacífico. “A religião fortalece ou enfraquece o ser humano?”; “Traz o bem ou o mal?”; “Torna a pessoa sábia ou tola?” (p. 277)
Essas, acredita Shin’ichi, são as perguntas que as pessoas devem fazer a si mesmas ao mensurarem a validade de qualquer religião ou sistema de pensamento.
O diálogo com o Dr. Wilson sobre a razão de ser da religião não se encerrou no primeiro encontro. Eles prosseguiram com o diálogo por correspondência e se reuniram em diversas ocasiões subsequentes tanto no Japão como na Europa.
Como cidadão comum e budista comprometido com o caminho do humanismo, Shin’ichi trabalha para construir pontes de diálogo transpondo diferenças religiosas e ideológicas. Promover o diálogo consiste, de fato, na missão essencial daqueles que se denominam budistas. Como elucida o capítulo “Frescor”, “Somente através do diálogo uma religião continuará viva em meio às pessoas, proporcionando luz à revitalização humana” (p. 272).
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Nesta época de incertezas decorrentes da Covid-19, em que se torna difícil avaliar o que o futuro nos reserva e a sociedade mundial luta para encontrar equilíbrio, redobremos nossos esforços para estender a mão àqueles que estão sofrendo, dialoguemos e espalhemos a “luz da revitalização”. Este é o momento para desencadear o verdadeiro potencial da nossa rede Soka.
Principais trechos
Qual é a maior e mais sublime comprovação dos benefícios da fé no final da vida? — Não são aspectos como riqueza, posição social ou fama. É o brilho do caráter e da personalidade como simples ser humano. (p. 76)
Qualquer que seja a organização, a transmissão da “base” e do “espírito” é a linha vital para perpetuá-la e desenvolvê-la para sempre. Além disso, pela contínua manifestação de sabedoria adequada à época é que se garante a eterna prosperidade. (p. 151)
Enxergar apenas as dificuldades, satisfazendo-se com as condições atuais, sem sequer lutar, é o aspecto de derrota perante as maldades do próprio coração. (p. 209)
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Determinar no coração, orar e agir — pôr isso em prática com alegria e perseverança: embora pareça simples, essa é a fórmula imutável para a vitória tanto nas atividades como na vida. (p. 209)
Proteger e criar as crianças, tanto no aspecto material como no espiritual, são um ato de responsabilidade e de obrigação dos adultos. (p. 344)
Resumo do conteúdo
Contínua Felicidade
Shin’ichi mantém diálogo com o economista John Kenneth Galbraith. Ele compõe canções para a Divisão Feminina e também para membros de várias regiões, entre elas Kanto e Shin’etsu.
Corrida Impetuosa
Na Reunião Nacional de Líderes, Shin’ichi anuncia o ritmo de atividades a cada cinco anos rumo ao século 21. Visita Kanagawa, Tóquio, Kansai, Chubu, Shikoku e Kanto.
Frescor
Em janeiro de 1979, Shin’ichi viaja para Tohoku em pleno inverno. Na volta, mantém diálogo com o sociólogo da religião Bryan Wilson e visita Kyushu.
Origem
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Em fevereiro, Shin’ichi viaja para a Índia. Promove intercâmbios culturais e educacionais, visitando especialmente a Universidade de Délhi e reunindo-se com o primeiro-ministro Morarji Desai.
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de 26 de maio de 2021.