Cada vez mais forte

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  27/11/2021 08:17

RELATO

Bruno Rafael venceu a si mesmo com o coração ligado ao do Mestre

Reprodução/Foto-RN176 Bruno Rafael Alves Aguiar, Responsável pela DMJ da RM Sudoeste, Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, CGRE, em frente ao Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Sou de Brasília, DF, e o Budismo de Nichiren Daishonin entrou em minha família por intermédio do meu avô paterno, no início dos anos 1980. Em 2011, aos 16 anos, participei de uma reunião da Divisão dos Estudantes (DE), e me senti tocado pelos incentivos e pelo relato de um jovem que ingressou numa universidade, vencendo com base na recitação do daimoku. Eu também acalentava aquele mesmo sonho. Daquele dia em diante, passei a me empenhar na organização, chegando a participar da 1ª Colônia de Férias da RM Taguatinga, custeando minha participação com dinheiro que economizava do lanche e do transporte escolar.

A partir de junho daquele ano, ao ser incentivado pelo exemplo do meu mestre, Daisaku Ikeda, comecei a escrever meu diário. Era tímido e com dificuldade de me expressar. Escrevia frases marcantes dos escritos de Nichiren Daishonin (Gosho) e dos incentivos de Ikeda sensei, publicadas na edição semanal do jornal Brasil Seikyo. Passei a ler as obras Nova Revolução Humana e Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin (CEND).

Comemorei meus 18 anos na consagração do Gohonzon da primeira pessoa para quem apresentei esse maravilhoso budismo. Atualmente, já colaborei para a felicidade de onze pessoas, que abraçaram o Gohonzon e o budismo praticado na Soka Gakkai, entre elas um colega de trabalho. Ele e toda a sua família decidiram isso juntos também. Nesse ínterim, mesmo com tantas comprovações, passei pelo pior momento da minha vida. Meu padrasto, que sempre foi como um pai para mim, faleceu repentinamente aos 42 anos num acidente de carro. Minha mãe desenvolveu problemas psicológicos agravados pelo estado de viuvez. Perdi meu melhor amigo, vítima de assassinato. Em meio a tudo isso, assumi com meu irmão a responsabilidade financeira da família. De certa forma, aquelas frases anotadas no meu diário salvaram a minha vida, pois, com base naquele estudo e na relação com Ikeda sensei, criei uma condição de jamais duvidar da prática da fé e do Gohonzon.

Desafiava-me cada vez mais, porém, tinha a impressão de que as coisas pioravam diariamente. No fundo, eu sabia que tudo estava melhorando, porque aquilo era a “transformação de veneno em remédio” e a minha revolução humana. Quanto mais difícil a situação ficava, mais meu irmão e eu intensificávamos nossa prática da fé.

Há anos vinha me dedicando ao Kofu, e o coração puro decidido a não falhar me trouxe boa sorte no momento crucial — encontrei um excelente emprego que me proporcionou dar conta de todas as responsabilidades, cuidar da minha mãe e participar ativamente das atividades da BSGI. O benefício foi tão grande que, em 2014, aos 20 anos, fui ao Japão para me encontrar com o meu mestre, ao participar do gongyo no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Com foco na educação Soka, junto com “Yumioshojin da Verdade Soka” (nome dado pelo Mestre aos integrantes do grupo), participei de uma série de diálogos com professores e alunos da Universidade Soka e com veteranos da Soka Gakkai do Japão. Tivemos a rara oportunidade de visitar a Escola Soka de Osaka, em Kansai.

Concretizei meu antigo sonho de ingressar numa universidade e me formei em direito, em 2019. Mesmo antes de concluí-lo, prestei exame para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e fui aprovado. No último semestre da graduação, conquistei uma vaga num intercâmbio para pós-graduação como representante da minha instituição na Università degli Studi Roma Tre, Itália. Não há oração sem resposta e em breve me mudaria para a Europa. Lembram-se do meu diá­rio? Um dos sonhos escritos nele era me tornar “cidadão do mundo” — realizar o intercâmbio era só o início da concretização. Pedi demissão do meu antigo emprego.

Reprodução/Foto-RN176 Com a mãe e o irmão na conquista da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Em 2020, após concluir meus estudos internacionais e ter tido a experiência de morar na Europa, retornei para o Brasil e para as pessoas que eu amo. No começo, enfrentei desemprego, pandemia da Covid-19 e inúmeras contas vencidas. Precisei me reinventar utilizando meu treinamento e resiliência. Quando mudamos nossa decisão interna, todo o externo também muda. Em pouco tempo, fui convidado a retornar ao meu antigo trabalho e aceitei, por ser a melhor opção naquele momento.

Apesar de estar feliz, passei por dificuldades que me deixaram frustrado e inseguro. Não me sentia realizado nos aspectos pes­soal, profissional e emocional. Iniciei desafios de daimoku e me dediquei ao estudo do budismo. Isso foi transformador. Com esforço, transformei completamente aquela situação e passei a me sentir bem comigo mesmo. Além disso, os benefícios da prática começaram a se manifestar, um seguido do outro.

Fui convidado para trabalhar numa área relevante no governo federal, na qual tenho a oportunidade de demonstrar o treinamento desses anos de dedicação na Gakkai, além de ter um bom aumento no salário. Iniciei um processo de formação de professores, que envolve mestrado e licenciatura; e, em breve, em conjunto com a advocacia, eu me tornarei professor.

Quando comecei a escrever meu diário, era um adolescente sem perspectivas e sonhos. Hoje, eu me transformei em um homem que concretiza objetivos inimagináveis. Comprovei, com toda a gratidão, muitos benefícios da prática da fé. Até o presente momento, já visitei doze países e quatro continentes. Com minha mãe e meu irmão, concretizamos nos últimos dez anos cerca de 27 shakubuku; tenho uma vida saudável, pessoas queridas e um mestre maravilhoso.

Manifesto gratidão às pes­soas especiais que, de alguma forma, fizeram parte da minha vida. Agradeço, em especial, à minha mãe, ao meu irmão e ao meu precioso mestre da vida, Daisaku Ikeda. Compartilho um incentivo do Mestre, que escrevi no meu diário em 2012:

Peço para que, principalmente nos momentos de angústia e sofrimento, façam arder fortemente o espírito de não ser derrotado e dediquem incansáveis esforços recitando muito daimoku”.1

Bruno Rafael Alves Aguiar, 27 anos. Advogado. Responsável pela DMJ da RM Sudoeste, Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, CGRE.

No topo: Bruno Rafael em frente ao Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu

Nota:

  1. Brasil Seikyo, ed. 2.030, 10 abr. 2010.