ROTANEWS176 E POR AH 07/12/2021 11:00 Por Sergio Alpendre
Ataque octogenário foi o estopim para a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial
Reprodução/Foto-RN176 Navio norte-americano ‘West Virginia’ depois do ataque – Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
“Interrompemos nossa programação para trazer notícias importantes. Prestem atenção. A ilha está sob ataque. Repito, a ilha está sob ataque de forças hostis.” Assim foi o pronunciamento de Webley Edwards, da rádio KGMB, às 8h40 da manhã de 7 de dezembro de 1941, há exatos 80 anos.
Era um domingo calmo em Oahu, uma das ilhas do arquipélago do Havaí. É nessa ilha que fica a cidade mais conhecida de todo o estado, Honolulu, e também a base naval de Pearl Harbor, importante posto militar norte-americano do Oceano Pacífico.
Ninguém deu muita atenção. Segundo o historiador Ian W. Toll, no livro ‘Pacific Crucible: War at Sea in the Pacific’, 1941-1942, a população local acreditou tratarse de outro exercício de guerra, como tantos realizados ali, só que desta vez mais realista e impressionante, um espetáculo cinematográfico em cores e terceira dimensão. Mas o ataque realmente aconteceu, iniciando às 7h53 da manhã.
Deixou, segundo o Smithsonian World War II Map by Map, 2.335 mortos, 1.143 feridos, seis barcos de guerra totalmente destruídos, 13 danificados, 188 aeronaves destruídas e 159 danificadas. Apesar da surpresa do ataque e dos números significativos, os estragos feitos pelos japoneses foram menores do que o planejado.
Reprodução/Foto-RN176 Cerca de 2.300 soldados americanos morreram no ataque japonês a Pearl Harbor – GETTY IMAGES
Uma terceira onda de bombardeiros foi cancelada por causa da defesa norte-americana, e os três porta-aviões da Frota do Pacífico (USS Lexington, Enterprise e Saratoga) estavam ausentes de Pearl Harbor naquela manhã. De todo modo, o agora octogenário ataque à base do arquipélago havaiano foi o estopim para a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial. Em duas frentes: no Pacífico e na Europa.
Em resposta à declaração de guerra dos Estados Unidos ao Japão, Alemanha e Itália, países aliados dos japoneses, declararam guerra aos Estados Unidos. No final do conflito, o país do Tio Sam perdeu, segundo o historiador Sean Purdy, 322 mil combatentes.
As forças americanas, aliadas principalmente às francesas, inglesas e canadenses, mataram milhares de pessoas em ataques a cidades inteiras da Alemanha e do Japão, coroando a crueldade com duas bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki quando já se sabia que o Japão estava derrotado. Nessa guerra não houve mocinhos.