ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 03/03/2022 17:05
MATÉRIA DO GRUPO CORAÇÃO DO REI LEÃO
Reprodução/Foto-RN176 Foto ilustrativa da matéria – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Um dos principais objetivos da educação financeira para crianças é fazer com que elas entendam que, como já diziam nossos pais e avós, “dinheiro não dá em árvore”. Isso significa que devemos lhes ensinar que os recursos são escassos e devem ser gerenciados.
Educar-se financeiramente parece muito simples, basta saber ganhar, planejar e gastar. Mas muitas famílias enfrentam dificuldades quando o assunto é a forma de se relacionar com o dinheiro. Pais que se esforçam para planejar e ter o controle do orçamento tendem a influenciar positivamente os filhos, que levam esse exemplo para a vida adulta. Por outro lado, famílias que tratam o dinheiro como problema e brigam por conta das finanças podem influenciar negativamente a visão das crianças.
Segundo pesquisa mais recente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil em parceria com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CDNL), 48% dos casais brasileiros brigam por causa das finanças. Na mesma linha, um estudo da empresa Slater & Gordon no Reino Unido feito com mais de 2 mil adultos descobriu que as preocupações com o dinheiro são o principal motivo de divórcio no país.
Ensinar os filhos a lidar com as finanças é uma atitude fundamental para que a noção de economia e a disciplina sejam assimiladas desde cedo, assim como a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro. Planejar-se financeiramente é uma lição que pode e deve ser aprendida em casa. Conforme especialistas, controlar gastos e aprender a se planejar financeiramente é algo que deve saber desde os primeiros anos de vida e no ambiente familiar. Educação financeira é um desafio e requer o esforço de todos os envolvidos.
Listamos oito dicas de como introduzir a educação financeira no dia a dia da criança:
- Explique como se usa o dinheiro
Ensinar para as crianças que muitas coisas custam dinheiro é o primeiro passo da educação financeira. Uma dica é apresentar, aos pouquinhos, o valor das coisas, de forma bem direta e fácil. Por exemplo, no supermercado, mostre uma nota de R$ 10,00 para as crianças. Então, ensine-as que é possível comprar alguns itens com esse valor. Também é importante enfatizar o que não se pode comprar com essa mesma quantia. A ideia é que a criança entenda, gradualmente, que as coisas que consumimos e compramos têm um custo. A partir daí, é possível introduzir conceitos como “caro” e “barato”.
- Ensine de onde vem o dinheiro
Para as crianças pequenas, a fonte do dinheiro pode ser bastante utópica. Aliás, é bem comum os pequenos acreditarem que o cartão de crédito seja uma fonte infinita de dinheiro. No entanto, é essencial que os pais expliquem que eles ganham dinheiro por meio do trabalho e só assim conseguem comprar as coisas de casa. Além disso, devem ensinar sobre o valor do trabalho e das nossas responsabilidades.
- Mostre que usar o dinheiro exige escolhas
Um dos pontos principais para que as crianças entendam mais sobre o dinheiro é compreender que são necessárias concessões. Ou seja, certa quantia permite apenas determinada compra. Portanto, se a criança deseja adquirir um doce, terá de escolher entre o sorvete e a barra de chocolate, por exemplo. Agora, se ele ou ela quiser um brinquedo, precisará juntar dada quantia. E, nesse momento, entra também o conceito de “poupança”. Assim, aos poucos, apresente as opções para que as crianças façam as próprias escolhas. E ainda, ensine-as a fazer planos para conseguir comprar as coisas que desejam.
- Cofrinho ajuda!
Para incentivar as crianças a juntar moedas e poupar dinheiro, é uma ótima ideia usar um potinho ou um cofrinho. Melhor ainda se esse objeto for transparente, pois os pequenos podem ver o dinheiro se acumulando. Em seguida, incentive seu pequeno a estabelecer objetivos para aquela quantia. Dessa maneira, a criança pode guardar dinheiro para comprar um brinquedo ou realizar um passeio, por exemplo. Então, quando o objetivo for atingido, comemore o esforço. Juntar não é fácil, ainda mais para crianças pequenas, que ainda estão desenvolvendo a noção de tempo. Vale ressaltar todo o empenho!
- E as mesadas?
As mesadas podem ser uma boa oportunidade para que as crianças maiores aprendam a juntar dinheiro e a gastá-lo com responsabilidade. Contudo, é importante definir um valor que seja condizente com a idade. Alguns profissionais recomendam a mesada apenas a partir dos 6 ou 7 anos, quando o pequeno ou pequena já possuem uma boa noção dos números e está iniciando o estudo de matemática na escola. No entanto, crianças menores podem ter alguma renda. Novamente, o ideal é definir um valor de acordo com a idade.
- Ensine seus filhos a doar
Com a responsabilidade financeira vem também a responsabilidade social. Ensinar seu filho ou filha a doar certa quantia é bastante importante para que desenvolva a consciência social, a empatia e também para que aprenda a dividir. Além disso, a doação pode acontecer por meio do dinheiro ou não. Afinal, uma possibilidade é doar brinquedos, roupas e livros. De qualquer forma, toda doação auxilia também a educação financeira.
- Cumpra o combinado
Por vezes, pode ser difícil ver seu filho ou filha chorando por querer um presente ou um doce. Porém, é fundamental cumprir o combinado. Explique, de forma gentil e firme, que o dinheiro exige escolhas. Pode parecer duro, mas é realmente importante que seu filho ou filha siga o combinado. E mais: entenda que, principalmente o dinheiro, não é infinito.
- Inclua as crianças em alguma decisão financeira
Sabemos que é possível incluir as crianças no cotidiano da casa, pela divisão de tarefas domésticas, por exemplo. E que tal fazer o mesmo nas decisões financeiras da família? Inclua as crianças nas idas ao mercado, peça a opinião delas na hora de escolher um passeio ou até a assinatura de um produto. O importante é incluir os pequenos e pequenas nas decisões, explicando como funciona o orçamento familiar. Dividir as responsabilidades é uma maneira de as crianças se sentirem parte atuante da família. E não se esqueça de abrir espaço para perguntas.
Assim, como nosso mestre orienta:
Já que temos de viver, vamos viver alegremente com todas as pessoas. Vamos viver felizes com os pais e em harmonia com os irmãos. (…) A vida real pode ser muito difícil, mas cada um deve agir como um excelente protagonista da própria vida. Construam uma vida maravilhosa por meio de seu coração e de sua atuação.1
Vamos, juntos, fortalecer os protagonistas do século 21 com coragem, alegria e respeito.
Forte abraço!
Grupo Coração do Rei Leão da BSGI
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 1.942, 7 jun. 2008, p. A2.