Fazer acontecer

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  24/03/2022 20:25

RELATO

Nil quebra preconceitos no mercado de trabalho e mostra a que veio

Reprodução/Foto-RN176 Nilvane Trindade Oviedo, Responsável pela DF do Distrito Taipas, RM Jaraguá, CNSP – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Como é maravilhoso encontrar uma filosofia de vida que nos empodere de esperança. Eu sou a Nil. Este ano, com muita honra, completo 31 anos de prática budista na Soka Gakkai. Venho alcançando incontáveis benefícios por meio da prática da fé, e partilho com vocês minha vitória no campo profissional.

Sou analista de inteligência de mercado na América Latina, área em que atuo há 28 anos. Sempre trabalhei de forma autônoma, uma característica desse mercado. Eu me sentia dona do meu tempo, podendo escolher métodos próprios de trabalho, rotina e descanso.

O tempo foi passando e, após algumas instabilidades no mercado, refletindo, entendi que trabalhava demais e sem segurança ou respaldo financeiro. Um fardo muito pesado. Na BSGI, sou membro do Fukuchi, grupo de dança da Divisão Feminina (DF); integro o Rosa dos Ventos, grupo de dança da DF da Sub. Noroeste; e sou responsável pela DF de distrito. Meu desejo era equilibrar trabalho e atuação, e melhorar minha qualidade de vida. Tudo é equilíbrio. Aprendemos no Budismo Nichiren a forma prática de assumir as rédeas da nossa vida. Tinha de comprovar.

O primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, desenvolveu os princípios da educação humanística baseado na sua “teoria da criação de valor”, que abarca o belo, o bem e o benefício. Li este trecho e despertei: “Há três critérios para se escolher um trabalho: beleza, benefício e bem. O ideal de todos é obter uma ocupação de que gostem (beleza), que seja financeiramente estável (benefício) e com a qual possam contribuir para a sociedade (bem).¹

Reprodução/Foto-RN176 Com a família: a mãe, Carolina; o marido, Juan; a irmã, Jady; Nil; o pai, Nilson; e o cunhado, Vinicius – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Lancei um objetivo para concretizar esse tipo de trabalho, visando à minha realização profissional, à estabilidade sonhada, ao plano de carreira e a um superplano de saúde. Nessa fase, meu marido estava desempregado e inspirando cuidados médicos. Eu também aguardava havia alguns anos a oportunidade de fazer alguns tratamentos médicos. Era a hora da mudança.

Antes, já havia participado de várias entrevistas, além de enfrentar alguns casos de gordofobia, sofri muito etarismo, já que tenho 48 anos. Etarismo é toda forma de estereótipo, preconceito e discriminação com base na idade. Apesar de ser ilegal e discriminatório, muitas empresas, veladamente, colocam a idade como pré-requisito.

Quando a pandemia da Covid-19 se instalou, os processos seletivos foram congelados. Foi quando decidi transformar esse contexto por meio do daimoku, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, apoiando-me com o seguinte incentivo de Ikeda sensei:

Assim como um eco acompanha um som e uma sombra segue uma forma, se os praticantes do Sutra do Lótus recitarem Nam-myoho-renge-kyo, suas orações infalivelmente se converterão em resultados positivos. Nichiren Daishonin ensina que por meio da oração nossa vida é transformada, espiritual e fisicamente. Essa transformação influencia de forma positiva o nosso ambiente.2

Reprodução/Foto-RN176 No grupo Fukuchi, Nil, da esq. para a dir., a primeira de vestido azul (foto tirada antes da pandemia da Covid-19) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Intensifiquei também minha atuação na organização da qual faço parte, “Distrito Taipas que vence com sensei, com a Gakkai, sem deixar ninguém para trás”. Com esse tema, buscamos no BS+ e na Nova Revolução Humana (NRH) fontes de coragem para nossa luta e iniciamos as atividades virtuais. Os resultados têm sido incríveis. Na prática individual, avancei na concretização de cem horas de daimoku. E veio a boa nova: por intermédio de uma microempresa que meu marido e eu tínhamos aberto há alguns anos, reunimos vários clientes e, trabalhando muito, vencemos financeira e profissionalmente em plena pandemia.

Mas não desisti do trabalho dos meus sonhos, guardado no coração. Já tinha participado de alguns processos seletivos. Mesmo diante de um cenário desani­mador, eu me fortalecia dia a dia focada na vitória. No meio de tudo, fui surpreendida com um convite para concorrer a uma vaga de coor­denadora de projetos. Participei de quatro etapas de entrevistas, sendo a última em espanhol.

Após três semanas, comprovando que não há oração sem resposta, recebi a notícia de que seria contratada por uma multinacional francesa, líder mundial em pesquisa eleitoral e terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado.

Reprodução/Foto-RN176 Encontro on-line na organização em que atua – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Estou muito feliz e, em maio, completo um ano no trabalho, o qual me permitiu retornar à Faculdade de Jornalismo, e daqui a três anos estarei formada. Comecei também a construir o segundo andar da minha casa.

O novo trabalho me deu condições ainda de apoiar meu marido, Juan. Em fevereiro, ele sofreu uma forte crise na vesícula e precisou fazer uma cirurgia delicada, coberta inteiramente pelo meu plano de saúde. Quanta gratidão! Ele está plenamente restabelecido, voltando às atividades normais. Agradeço a ele por todo o apoio e carinho.

Na minha jornada, outra grande realização é ter apresentado este maravilhoso budismo para vinte pessoas, sendo a primeira delas minha mãe, Carolina. Eu tinha 16 anos quando me converti, encorajada por uma amiga, e apenas um mês depois trouxe minha mãe. Ikeda sensei diz que todas as integrantes da Divisão Feminina são rainhas da felicidade. Eu me dedico a comprovar essa diretriz. Sou rainha que ora e transforma tudo com muito mais daimoku!

Gostaria de agradecer à minha preciosa família por seu amor e apoio; aos companheiros Soka de todas as horas; e, principalmente, ao presidente Ikeda, meu mestre da vida. Obrigada!

Nilvane Trindade Oviedo, 48 anos. Analista de inteligência de mercado. Responsável pela DF do Distrito Taipas, RM Jaraguá, CNSP.

Notas:

  1. Brasil Seikyo, ed. 2.331, 16 jul. 2016, p. B3.
  2. Idem, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1.