ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 07/04/2022 18:38
RELATO
Estudante dá exemplo de que sonho e desafio caminham sempre juntos
Reprodução/Foto-RN176 Leonardo Lima Martinelli é membro da Divisão dos Estudantes (DE) da Comunidade Lessing, Distrito Lessing, RM Vila Ema, CCLP. – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Leonardo tem 11 anos e disposição de gente grande. Perguntado sobre sonhos, responde de bate-pronto: “Quero ser dono de uma grande fábrica de chocolates, com todos os tipos e tamanhos”. Os pais, Simas e Rosangela, sorriem do desejo de seu herdeiro, certos de que, independentemente da profissão ou carreira, o filho trilhará uma estrada dourada de aprimoramento como ser humano.
“Queremos que Leo acumule a mesma boa sorte que nós, que crescemos nesta maravilhosa Soka Gakkai, inspirados por nossos pais.” Um orgulho que se repete. Simas e Rosangela, ambos na faixa dos 40 anos, atuaram na Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI por dezesseis anos. Depois do casamento e da chegada do bebê em 2011, a vida se concentra no empenho nas novas Divisões Sênior e Feminina e na criação do herdeiro Leo, como é carinhosamente chamado.
Quando o garoto faz 2 anos, vem a escolha da escola. Os pais trabalham fora e o garoto fica aos cuidados das avós. Visitam unidades nas regiões da Vila Prudente e da Vila Ema, zona leste da capital paulista, local em que residem e atuam. A situação financeira não era nada boa. “Nenhuma delas nos agradou, até porque tínhamos aquele desejo de vê-lo trilhar o ensino Soka, no qual habita o sentimento de Ikeda sensei de tornar cada aluno um cidadão do mundo. Ao visitarmos a unidade infantil Soka, fomos tão bem atendidos que não restou mais dúvidas. Leo estudaria lá!”, decidem Simas e Rosangela.
Sonho concretizado. Desde cedo, o menino aprende a ser guerreiro: acordar às 5h30 todos os dias e voltar às 19 horas, de perua escolar, pois a escola se localizava no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. “Sem reclamar, nosso tesouro saía e chegava com o mais bonito sorriso, comprovando uma das diretrizes da instituição — ‘ser feliz enquanto estuda’”, relembra a mãe.
Reprodução/Foto-RN176 Com os instrutores da banda Taiyo Ongakutai. Imagens feitas antes da pandemia da Covid-19 – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Leo permanece nessa escola desde a educação infantil e com a chance de fazer seu primeiro ano do ensino fundamental no novo Colégio Soka, em janeiro de 2017. “Eu participei da inauguração e fiquei muito feliz”, conta Leo, que hoje estuda no sexto ano do ensino fundamental 2. Quase uma década se aprimorando com base na educação humanística.
Leo também se encanta com os grupos horizontais da BSGI. Diferentemente dos pais, que por mais de dez anos se dedicaram aos bastidores das atividades, nos grupos Cerejeira e Gajokai, Leo se vê atraído pela música. Em 2017, entra para a banda Taiyo Ongakutai, escolhendo o clarinete como instrumento musical. “Eu me desafio bastante a aprender a tocar”, enfatiza.
Tudo caminhava bem até a pausa obrigatória por conta da pandemia do coronavírus. Mais uma vez, Leo é incentivado pelos pais a se manter firme. “Ele se mostra um menino muito dedicado e maduro, mesmo tendo ficado triste com a toda a situação”, afirma a mãe.
Junto com os pais, ora Nam-myoho-renge-kyo e, aos poucos, extrai força para avançar. “No início, eu chorava muito. Meus pais diziam que tudo aquilo passaria e que eu desse o meu melhor em tudo.” Como resultado, Leo termina o ano letivo de 2020 com excelentes notas. “Foi uma grande vitória para mim”, vibra Leo.
Com a união e prática da família, superam também um desafio de saúde. No fim de 2020, o jovem tem uma crise renal. Os pais esclarecem que, em razão do baixo consumo de legumes e de verduras e pela falta de exercícios. Mas, com a boa sorte acumulada, mesmo sem plano de saúde, conseguem total assistência.
Nesses dois anos desafiadores, a união da família, o desafio de daimoku e o esforço na participação das atividades on-line da base são apontados pelos pais como fatores que selam as conquistas da família. “Chegamos a completar um milhão de daimoku em três meses, e Leo fazendo a parte dele também, no seu tempo. Estamos, Simas e eu, empregados, e nosso filho feliz da vida com o retorno das aulas presenciais.
Leo concorda, e faz sua reflexão: “Estou me sentindo mais alegre. É muito melhor ver meus amigos presencialmente. Conversando com meus pais, percebo que a minha boa sorte surge na hora que mais preciso. Eles me ensinaram a me desafiar. Quando tinha atividades do Ongakutai, às vezes, eu não queria ir, mas, ao participar, ficava feliz. Nas ocasiões em que tinha vergonha de fazer alguma coisa na reunião, eu me esforçava e as pessoas gostavam”.
Reprodução/Foto-RN176 Com a bisavó Maria (falecida no início deste ano); atrás, os pais Simas e Rosangela e, da dir. para a esq., as avós Eliane (materna) e Zenaide (paterna) – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Para os pais, a despeito dos desafios diários, imensa é a gratidão que sentem pelas conquistas do filho. “Que ele seja cem vezes melhor que nós. Seus sonhos são nossos também, e daqui a pouco podem ser outros, talvez. O importante é que se torne uma pessoa de grande valor para a sociedade. Que seja forte, justo e correto! Ele está recebendo aprimoramento para isso.” Simas e Rosangela fortalecem a determinação de que Leo estará em plena juventude Soka, em 2030. Para isso, eles vêm se desafiando na prática, na participação no Kofu e inspirados pelo direcionamento de Ikeda sensei: “Os filhos são o reflexo dos pais”.¹
Leo é um dos milhares de integrantes da Divisão dos Estudantes (DE) da BSGI que celebram o aniversário de fundação neste mês. Hoje, na DE-Esperança (até 14 anos), traz um recadinho para os leitores. “Eu adoro ler os relatos na RDez. Fico sempre animado. E feliz de contar um pouco sobre mim aqui no jornal Brasil Seikyo. Espero que meus amigos estudantes gostem. E sensei também. Muito obrigado.”
Leonardo Lima Martinelli é membro da Divisão dos Estudantes (DE) da Comunidade Lessing, Distrito Lessing, RM Vila Ema, CCLP.
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 2.476, 13 jul. 2019, p.14.