Chegou a vez das relações humanas

ROTANEWS176 E POR  JORNAL BRASIL SEIKYO  12/05/2022 19:16

INCENTIVO DO LÍDER

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Neste mês de maio, recebemos o badalar do quarto sino do segundo ciclo dos “Sete Sinos” da Soka Gakkai iniciado em 2001,1 o que representa a partida para um novo e grandioso avanço da nossa organização dentro dos próximos sete anos.

Ao olharmos para o cenário atual, uma etapa de avanço inédita se encontra bem à nossa frente, pois, após dois anos de intensas batalhas, a possibilidade de retomarmos a vida cotidiana e o movimento presencial das atividades está se concretizando. Por isso, mais que uma “virada de chave” do virtual para o presencial, temos a chance de retornar ao ponto primordial de luta com os companheiros em prol do kosen-rufu.

Esse novo momento implica uma importante reflexão: “Qual deve ser nossa atuação a partir de agora?”; “O que aguardar do futuro pós-pandêmico que nos conduzirá diretamente a 2030, centenário da Soka Gakkai?”.

Os encontros de vida a vida sempre foram a essência da nossa organização. Em 1979, depois de renunciar à presidência da Soka Gakkai, Ikeda sensei se lançou à luta de ir ao encontro dos membros, realizando cerca de quinhentas visitas em curto período a partir do significativo mês de maio.

Ao refletir sobre esse momento, Ikeda sensei afirma:
Se não visitarmos a casa das pessoas e não conversarmos com cada uma delas, não conseguiremos compreender seus problemas e sofrimentos. E assim também não conseguiremos inspirar-lhes plenamente a esperança com relação à vida delas, à sua missão ou ao seu futuro. A fé se manifesta na vida diária. Sem compreender a vida diária da pessoa, não conseguimos saber o grau de sua fé. Muitos têm uma atitude alegre quando estão na frente dos outros, mas pode ser que tenham problemas ou sofrimentos dos quais não estamos sabendo. Cada encontro desse tipo deixava-me ainda mais ciente de como é vital orientarmos os companheiros individualmente e de forma detalhada sobre os problemas específicos que eles estão enfrentando na vida para ajudá-los a firmar uma fé inabalável.2

Nossa organização tem como fundamento prezar cada pessoa, porque em cada indivíduo pulsa o potencial ilimitado da vida; e as visitas individuais são uma valorosa expressão desse humanismo budista. Ao mesmo tempo, Nichiren Daishonin nos ensina que “Se acender uma lamparina para outra pessoa, iluminará também o seu próprio caminho”.3

Lembro-me de um desafio de visitas que realizei em 2017, quando estava correndo contra o tempo para concluir minha dissertação de mestrado e embarcar para o Japão no histórico Curso de Aprimoramento [Kenshukai] dos 200 Jovens. Foram mais de cinquenta visitas em poucas semanas, percorrendo centenas de quilômetros para ir ao encontro das companheiras. Conhecer a nobre história dessas jovens e a sinceridade de seu coração na luta pelo kosen-rufu foram o combustível necessário para que eu pudesse vencer minhas fraquezas e encarar a realidade, manifestando coragem, energia vital e sabedoria para me dedicar à escrita. Mesmo parecendo impossível conciliar tudo, entreguei a dissertação concluída na data da partida para o Japão e fui ao encontro do mestre levando essa grande vitória pessoal. Ali, compreendi que a missão de nos dedicar à felicidade dos companheiros nos conduz ao nosso próprio caminho da iluminação.

Neste ano, o foco da luta da juventude Soka do Brasil são as relações humanas, ou seja, acreditamos que aprofundar os laços de amizade e de confiança dentro da organização é a chave para impulsionar a criação de verdadeiros “valores humanos” visando o ano 2030. E não há outra forma de realizarmos essa batalha senão indo ao encontro dos preciosos jovens para ouvir suas dificuldades com atenção e carinho e, juntos, como bons amigos, percorrermos o caminho da revolução humana e da comprovação da prática da fé.

Ikeda sensei nos incentivou recentemente:
Nesta época de crise em que o caos se aprofunda, creio que, especialmente na geração jovem, há muitos sofrendo seriamente com sentimento de insegurança, de solidão e de impotência diante da falta de perspectivas. Por isso mesmo, quão imensuráveis são a força, o ânimo e o calor humano da voz sincera e corajosa dos jovens Soka para revitalizar a vida das pessoas.4

O incentivo a cada pessoa com o coração repleto de benevolência e gratidão é a ação segura para construirmos um futuro de esperança e a transformação da própria condição da humanidade.

Portanto, vamos fazer deste importante mês de maio o ponto de partida para uma grandiosa onda de encontros de vida a vida na nossa organização a começar pela ação solidária da juventude Soka! Onde existirem os bons amigos Soka, haverá um jovem de esperança transformando a própria realidade e se tornando verdadeiramente feliz!

Vamos juntos?
Monique Tiezzi

Coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI

Notas:

  1. Esse termo se refere aos objetivos elaborados pelo líder da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e conhecidos como o “segundo ciclo dos ‘Sete Sinos’” — etapas de crescimento da organização divididas em períodos de sete anos. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.931, 15 mar. 2008.
  2. Brasil Seikyo, ed. 2.119, 11 fev. 2012.
  3. Gosho Zenshu[Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 1598.
  4. Brasil Seikyo, ed. 2.606, 2 abr. 2022.