ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 16/07/2022 09:50
RELATO / REDAÇÃO
Mayara faz da arte humanística sua estrada dourada de comprovações
Reprodução/Foto-RN176 Mayara Rosa, Responsável pela Divisão Feminina de Jovens da Sub. Centro-Leste, CCLP – Foto: Arquivo pessoal
“Artista Soka com muito orgulho.” Assim Mayara Rosa, jovem paulistana, resume seu sentimento ao falar da honra de chegar aos 30 anos com tantas comprovações e vibrantes expectativas. Um palácio dourado adornado de coragem, esperança, criatividade e um propósito de vida: a arte como expressão de humanismo. De vencer exatamente como você é, respeitando e valorizando suas origens. Atualmente, líder nacional do Taiga da BSGI (grupo de dança jovem) e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Sub. Centro-Leste, Mayara nasce num lar budista e vem adicionando pedras preciosas à sua carreira. Como artista da dança, é coreógrafa, professora de hip hop, dançarina de cantoras famosas. Intérprete e diretora do Projeto Turmalinas Negras, ao qual deu vida com toda a sua essência humanística. Uma jornada que ela divide com os leitores do Brasil Seikyo.
Reprodução/Foto-RN176 Com a família: da esq. para a dir., em pé estão os irmãos Vitor Hugo e Cauan, ao lado de Mayara: sentados os pais, Teka é Marcio – Foto: Arquivo pessoal
Mayara tem sobrenome de flor, daquelas que mesclam beleza e força, resultado do berço em família. É a mais velha do casal Márcio e Teka Rosa, junto com Cauan Felipe, 29 anos, e Vitor Hugo, 27. Desde muito pequenos, ela e os irmãos cresceram na órbita da Soka Gakkai. “Meus pais sempre nos orientaram e nos direcionavam tudo com base na prática budista. Ambos veteranos da Divisão dos Jovens na organização.” O pai integrou o Gajokai, grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). A mãe, uma jovem que adorava dançar, fez parte do balé da DFJ. “Sim, mais para a frente esse grupo veio a se tornar o nosso grupo Taiga!”, celebra Mayara, que abraça, a exemplo da mãe, esse ambiente criativo para crescer e se desenvolver. “Ingressei no Taiga aos 7 anos, nem imaginando na época o que esse aprimoramento causaria na minha vida. Tudo para que me tornasse a cada dia uma mulher forte, humilde e capaz de conquistar tudo o que eu sonhasse!”
Reprodução/Foto-RN176 Com a amiga Fernanda Cocelli (ao centro) recebendo seu Gohonzon, e, à dir., outra amiga, Bruna Sant’Anna, também apresentada ao budismo Soka por Mayara – Foto: Arquivo pessoal
Aos 18 anos, assume a primeira função dentro da organização de base, como responsável pela DFJ de bloco. Em menos de um ano, já respondia pelo aprimoramento das meninas da comunidade. “Eu me desenvolvi muito, criando uma base sólida para minha vida. Uma relação muito verdadeira e de amizade com todas, as quais trago comigo até os dias de hoje.” Por estar cada vez mais envolvida com a arte, muitas vezes tinha de se desdobrar para não falhar em nenhum aspecto, precisando dar conta de tudo: estudos, família, organização, trabalho. “Aprendi a não somente amar ainda mais a dança, como também a aplicar a prática da fé no meu cotidiano, a manter o estudo do budismo como bússola da minha vida, a fortalecer a unicidade com o Mestre, a criar preciosas e verdadeiras amizades e a vencer na minha vida pessoal exatamente como eu sou.”
Reprodução/Foto-RN176 Reunião de Jovens da RM Carrão – Foto: Arquivo pessoal
Mayara reforça que, quando entende que tudo faz parte do kosen-rufu, inclusive a atuação no trabalho, consegue comprovar e incentivar as pessoas ainda mais. Em meio a essa luta, realiza três shakubuku (levar felicidade às pessoas por meio do budismo).
Crescer e evoluir
No que se refere à carreira artística, o ambiente Soka se consolida cada vez mais como inspiração. Em 2011, participa de workshop de hip hop dentro da BSGI. Algo brilha em seu coração e faz com que anos depois ingresse em um importante projeto na área, de treinamento para futuros dançarinos, professores e artistas da dança. Mayara passa cinco anos lá.
Reprodução/Foto-RN176 Projeto Turmalinas Negras – Foto: Arquivo pessoal
Em paralelo, decide se aprofundar na área de formação. Presta vestibular para cursar dança na Escola Técnica de Artes de São Paulo. Passa na 11ª colocação, com formação em 2014, quando também conquista carteira de dançarina profissional pelo sindicato da dança. Tudo em evolução.
Em 2015, após tentar pela segunda vez, ingressa na Cia. Taiga da BSGI, núcleo que exigia ainda mais dedicação e excelência em tudo. “Vencer em todos os aspectos, imbuídas de um bailar resplandecente de criatividade e dinamismo”, ressalta a jovem. “Aprendi muito sobre companheirismo e de se viver um sonho. Agucei minha sensibilidade e percebi quanto minha mente poderia ir mais longe trabalhando a criatividade. Aprendi a dançar por um propósito; a ser uma artista Soka.”
Reprodução/Foto-RN176 Momentos de Mayara no grupo Taiga e na Cia. Taiga, grupo e núcleo horizontais abraçados por ela desde menina – Foto: Arquivo pessoal
Mayara sente a confiança crescer. No grupo horizontal que escolheu, aprende sobre a história da dança e a criar coreografias; e a lidar com crianças, adolescentes ou pessoas adultas. No mercado, entra em uma companhia de dança que lhe permite criar grandes oportunidades na área artística. Surgem também desafios na mesma proporção. Fora a dependência por editais e leis de fomento, em um dos processos de espetáculo ela se defronta com “questões particulares que envolviam a relação do meu eu, enquanto mulher preta, dentro daquele espaço. Eu me vi querendo falar sobre o meu corpo, minhas relações, sobre mulheres como eu”. Decide sair em 2017, lançando-se ao seu ideal. “Fiz o juramento ao meu mestre, e como membro do Taiga, de ser uma jovem de grande valor na sociedade e tocar o coração de cada pessoa que tivesse contato comigo ou me assistisse a dançar.”
Ela destaca um trecho de uma orientação de Ikeda sensei que guarda como tesouro:
Portanto, brilhem onde estão agora. Ao se lançarem ao seu trabalho, em vez de evitá-lo, definitivamente abrirão um caminho a seguir na melhor direção possível. Eventualmente, observarão que todos os seus esforços até então tinham significado, e tudo o que experimentaram é um tesouro para a vida. Nesse instante, vocês serão vencedores.1
Reprodução/Foto-RN176 No grupo Taiga e na Cia, Taiga, grupo e núcleo horizontais abraçados por ela desde menina – Foto: Arquivo pessoal
Mayara absorve esse direcionamento e parte para abrir caminhos. Vem a primeira grande chance, a de coreografar a performance de dois artistas famosos no prêmio MTV MIAW 2019. Um deles, o rapper Emicida, a convidou pessoalmente para coreografar sua performance. “A apresentação foi incrível. Foi um marco na carreira e na vida de cada um. Tive a alegria de ver minha coreografia sendo elogiada na crítica de sites e percebi a importância do treinamento que recebi dentro da organização e no grupo Taiga.”
Reprodução/Foto-RN176 Registro do Prêmio MTV MIAW 2019 – Foto: Arquivo pessoal
Um ano depois, reúne mais de trinta dançarinas e organiza um vídeo que mostra a potência do grupo. “Sem imaginar, fomos a muitos lugares. O vídeo repercutiu de forma incrível, chegando a renomados artistas e à TV.” Assim nasce o Projeto Turmalinas Negras, “com o desejo de ressaltar as artistas negras, trazendo esperança de uma sociedade mais justa, sendo a fortaleza para nossas mulheres. Esse projeto, de fato, é a concretização do meu propósito como artista Soka, na prática e na ação!”, enfatiza. O projeto rende elogios e oportunidades, como a conquista em 2021 do prêmio Leão de Prata em Cannes, na categoria “Entretenimento” com a campanha “O Despertar na Dança”, que mostra a beleza e influência da cultura negra nas danças atuais.
Reprodução/Foto-RN176 Final da “Dança dos Famosos 2022 – Foto: Arquivo pessoal
Em 2022, mais uma comprovação de Mayara, convidada a ser uma das professoras de um renomado quadro artístico da tevê brasileira. “Mesmo não chegando à final da competição, eu me sinto extremamente orgulhosa de ter me desafiado a encarar algo novo, levando o que acredito para o palco no horário nobre. Fazer as pessoas refletirem e conseguir transmitir exatamente o que tinha como principal missão me deixaram ainda mais feliz!”
Para os pais, o sonho sempre foi que os filhos se tornassem pessoas valorosas, com senso de justiça e vencessem a tudo. “Graças às nossas raízes familiares e à prática do Budismo Nichiren dentro da Soka Gakkai, são pessoas muito justas. Embora passem por suas dificuldades, eles têm equilíbrio para agir e vencer e isso para nós é fundamental. Mayara é uma pessoa muito responsável e, ao longo da juventude, vem edificando objetivos, fortalecendo seus ideais. Ela tem o respeito das pessoas porque elas percebem isso”, confirmam os pais. Márcio é responsável pela regional, atuando hoje no Coral Uirapuru, da Divisão Sênior (DS). Teka é responsável pela Divisão Feminina de distrito. A família segue avançando. Cauan é responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de comunidade e membro do grupo de bastidor Sokahan; Vitor Hugo é responsável pela DMJ de distrito e líder da Divisão de Estudantes (DE) de RM. Atua também no Gajokai.
Reprodução/Foto-RN176 Na foto, Mayara e seu parceiro Gil do Vigor no quadro Foto: Arquivo pessoal
Procurando conciliar vida, trabalho e organização, Mayara ressalta quanto a vivência na organização a treinou e a preparou para qualquer momento. “Hoje eu vivo do meu sonho, trabalho com a dança e também possibilito que outras pessoas iguais a mim possam sonhar. Pois o que me move é a minha missão. O kosen-rufu sempre foi prioridade para mim.”
E para finalizar, ela agradece e deixa um trecho do juramento do grupo Taiga que diz: “A incessante busca pela fama conduz apenas ao fracasso e à decepção. Como bailarinas da Lei Mística, o mais importante é vencer no palco de nossa missão. Com alegria em nossos corações, em meio às lutas e comprovações, vamos viver com dignidade e honestidade, transmitindo coragem e esperança à humanidade, honrando a boa sorte de possuir um mestre da vida. Viveremos como filhas do rei leão! Lutando contra todas as maldades, cultivando verdadeiras amizades, vamos juntas percorrer o mundo, como a maior correnteza da justiça Soka!”
Mayara Rosa, 30 anos. Artista da dança. Responsável pela Divisão Feminina de Jovens da Sub. Centro-Leste, CCLP.
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 2.331, 16 jul. 2016, p. B3.
Fotos: Arquivo pessoal