Com o coração forte e valente

ROTANEWS176 E POR  JORNAL BRASIL SEIKYO  25/08/2022 18:19                                                                  NOTÍCIAS DA REDAÇÃO

No Pará, o exemplo da Comunidade Abaetetuba de romper barreiras e avançar

 

Reprodução/Foto-RN176 Foto da reunião on-line com os membros da comunidade – Fotos: GETTY IMAGES / Colaboração local

A boa nova vem do norte do país. Abaetetuba é um município do estado do Pará com população estimada de 160 mil habitantes. É reconhecido por seu aspecto cultural e artístico, que abrange música, literatura, teatro, danças folclóricas e artesanato, destacando-se dentro deste último o brinquedo de miriti, visto internacionalmente como uma das mais expressivas manifestações da arte brasileira.

“Abaetetuba” é uma palavra indígena (na língua nheengatu) que pode ser traduzida por “terra de homens fortes e valentes”. Uma organização de base da BSGI de mesmo nome vem fazendo jus a esse significado, com alguns bastidores que o Brasil Seikyo apresenta nesta seção.

A distância desafia. O deslocamento para as atividades maiores, realizadas na capital, Belém, longe pouco mais de 200 quilômetros, é feito de ônibus, de carro e um percurso de barco. Entre os quatro blocos da comunidade (Abaetetuba, Barcarena, Moju e Igarapé-Miri), em cidades pequenas, os trajetos são feitos de carro ou de ônibus, distância que varia, em média, de quarenta minutos a uma hora e quinze minutos.

Reprodução/Foto-RN176 O sol se põe ao fundo da bela paisagem natural do município paraense – Fotos: GETTY IMAGES / Colaboração local

A responsável pela Divisão Feminina de comunidade, Maria Dineth Ferreira de Lima, relata que as reuniões entre os blocos são rea­lizadas a cada três meses, e nos demais meses cada bloco promove suas atividades com apoio dos líderes da comunidade e da RM Belém Oeste. Hoje, a Comunidade Abaetetuba conta com um total de dez líderes. Mensalmente, eles se reúnem a fim de definir uma programação de atividades para o período, incluindo reuniões de palestra, visitas, reuniões de estudo, de daimoku, entre outras. A partir daí, os blocos elaboram suas atividades. Os estudos feitos às terças-feiras envolvem todos os blocos, e as matérias são escolhidas dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS). Procuram divulgar antecipadamente para que os membros façam a leitura do material, favorecendo a interação nos diálogos com a participação de membros e convidados. As quintas-feiras são reservadas para a recitação de daimoku pela comunidade.

Nas reuniões presenciais, as maiores dificuldades apontadas pelos líderes locais estavam relacionadas ao deslocamento dos membros para a realização das atividades e, nas reuniões virtuais por causa da Covid-19, o obstáculo refere-se à falta de acesso à internet por parte de alguns membros. “Estamos superando tais questões por meio de visitas on-line, recitação do Nam-myoho-renge-kyo em sintonia e mensagens de incentivo”, esclarece Maria Dineth. Ela reforça que, com a pandemia do coronavírus, conseguem se reunir de forma virtual com mais frequência e contar com maior número de participação de membros e simpatizantes. Para os membros que não possuem internet, a matéria chega por meio de ligação telefônica, sem deixar ninguém para trás. Seguindo os direcionamentos e visando maior segurança de todos, aguardam a hora certa de promover as atividades presenciais. “Todos com muita saudade das reuniões e visitas presenciais”, defende Adão José de Sousa, que mora em uma área quilombola no município de Abaetetuba e é líder do Bloco Igarapé-Miri.

Reprodução/Foto-RN176 Momento de reunião antes da pandemia da Covid-19 – Fotos: GETTY IMAGES / Colaboração local

Em meio à pandemia, novos membros chegam com disposição para unir forças. Como consequên­cia, surgem boas ideias, como a Magia da Leitura, iniciativa geralmen­te promovida por RM e que, com apoio da Coordenadoria Educacional (CEduc) da localidade, passou a ser realidade também na comunidade desde fevereiro deste ano. Os resultados têm animado o grupo. Larissa Machado, membro da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Abaetetuba, revela: “Tem sido uma experiência enriquecedora. Nunca me considerei leitora, mas participar dessa atividade me despertou um interesse maior. Já consegui finalizar quatro livros, o que era impossível para mim. Já iniciando outro com muita alegria”.

Reprodução/Foto-RN176 Maria Dineth, à dir., na entrega do BS físico às companheiras da comunidade – Fotos: GETTY IMAGES / Colaboração local

E recentemente, o contato mais próximo com os membros vem deixando todos felizes, graças à chance de entrega do Brasil Seikyo físico. “Ficamos bastante satisfeitos. Além disso, o BS está com uma nova roupagem, os assuntos são diversificados, as matérias e os depoimentos são excelentes. É na leitura da carta do Mestre que conseguimos força e coragem para superar as dificuldades do dia a dia”, ressalta a líder da Divisão Feminina (DF) da comunidade.

Com renovada disposição, membros e líderes da Comunidade Abaetetuba também se unem na recitação de daimoku todo início de mês, “Para o crescimento e desenvolvimento da comunidade, visando à revolução humana dos membros”, ressaltam os líderes locais. Um objetivo “forte e valente”, que está no coração de todos, agora dividido com os leitores BS, é: “Temos o grande objetivo de transformar a comunidade em distrito”.

No topo: Foto da reunião on-line com os membros da comunidade

Fotos: GETTY IMAGES / Colaboração local