ROTANEWS176 E POR SAÚDEEMDIA 02/11/2022 15:46
Câncer de boca tem mais de 90% de chance de cura com diagnóstico precoce, mas probabilidade cai pela metade em casos avançados
Reprodução/Foto-RN176 Câncer de boca: sintomas, causas, diagnóstico e tratamento – Foto: Shutterstock
Começou ontem a Semana Nacional de Prevenção do Câncer de Boca, criada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de estimular as ações de prevenção da doença. Para o Sistema de Conselhos Regionais de Odontologia, o maior desafio no combate ao câncer bucal é a desinformação, daí a importância da campanha.
O câncer de boca, também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, é um tumor maligno que atinge a estrutura bucal (gengivas, bochechas, palato e a língua). Já a parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada orofaringe. Por isso, seus tumores são diferentes do câncer de cavidade oral.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas para o câncer de boca são:
- Lesões na cavidade oral ou nos lábios, que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramento e estejam crescendo;
- Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas;
- Nódulos no pescoço;
- Rouquidão persistente.
Os casos mais graves podem apresentar sinais como:
- Dificuldade de mastigar e de engolir;
- Dificuldade na fala;
- Sensação de que há algo preso na garganta;
- Dificuldade para movimentar a língua.
Diagnóstico
O diagnóstico preciso do câncer é realizado através de uma biópsia. O Ministério da Saúde destaca que o exame rotineiro da boca é a melhor forma de diagnosticar a doença precocemente. Além disso, pessoas com mais de 40 anos que fumam e bebem devem estar mais atentas e ter sua boca examinada por profissional de saúde (dentista ou médico) pelo menos uma vez ao ano.
De acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico precoce é o principal fator para cura da doença, o que representa 95% de chance. Quando o paciente apresenta sintomas característicos dos casos mais graves, a chance de cura cai para 45%.
“Alguns tumores na região da garganta podem se desenvolver muito rápido. Por isso, requerem muita atenção. Ao perceber qualquer alteração incomum por mais de duas semanas, é necessário buscar um especialista. Quando o diagnóstico é feito ainda em estágio inicial, a chance de cura pode passar de 90%”, reforça o Dr. Alexandre Enoki, otorrinolaringologista do Voice Center – Centro Especializado em Laringe e Voz, do Hospital Paulista.
Causas do câncer de boca
O fumo e o álcool são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer da boca. Quanto maior for o número de cigarros e de doses de bebidas consumidas, maior o risco de desenvolver a doença.
Conforme o Dr. Alexandre, apenas o consumo regular de álcool já é suficiente para a incidência do câncer. “Ele é comum, principalmente, em homens acima dos 40 anos, e em alguns casos, a doença só é diagnosticada em estágios avançados”, comenta.
“Quando associado ao tabagismo, os riscos são consideravelmente mais altos, principalmente para o desenvolvimento de cânceres de boca, faringe, laringe e esôfago”, reitera o especialista.
Além disso, a falta de higiene bucal e a alimentação pobre em vitaminas e minerais, principalmente em vitamina C, são outros fatores de risco. A exposição excessiva ao sol também aumenta o risco de desenvolvimento do câncer do lábio, segundo o Ministério da Saúde.
Tratamento
Na maioria dos casos, o tratamento para o câncer de boca é cirúrgico, tanto para lesões menores, como para tumores maiores. A cirurgia consiste na retirada da área afetada pelo tumor e na remoção dos linfonodos do pescoço.
Em lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas retirar a lesão. No entanto, em casos mais complexos, é preciso realizar radioterapia para complementar o tratamento cirúrgico.
Como prevenir o câncer de boca
O Ministério da Saúde aponta as boas práticas que podem prevenir o surgimento do câncer de boca:
- Realizar uma boa higiene bucal;
- Evitar o fumo;
- Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
- Usar preservativo na prática do sexo oral;
- Manter uma boa alimentação rica em legumes, verduras e frutas;
- Estar atento às alterações na coloração ou no aspecto da boca;
- Consultar o dentista regularmente.
Fontes: Ministério da Saúde e Dr. Alexandre Enoki, otorrinolaringologista do Voice Center – Centro Especializado em Laringe e Voz, do Hospital Paulista.
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