MP-SP pede condenação do acusado de incendiar estátua de Borba Gato

ROTANEWS176 E POR REVISTA OESTE 26/11/2022 16:04                                                                                      Por Camila Abdo

Paulo Galo, que confessou o crime, poderá ficar preso por mais de três anos

 

RN176 A Estátua de Borba Gato é um monumento em homenagem ao bandeirante Borba Gato. Ela está  localizada na Praça Augusto Tortorelo de Araújo na cidade de São Paulo, no  distrito de Santo Amaro. A obra é composta por argamassa, trilhos e pedras, revestida de pedras coloridas de basalto e mármore

 

A promotora Marina Santos, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), pediu à Justiça a condenação do motoboy Paulo Roberto da Silva Lima, o Paulo Galo, por ter ateado fogo ao monumento em homenagem a Borba Gato. A pena é acima de três anos de reclusão.

O crime aconteceu em julho de 202, e as imagens circularam nas redes sociais. Paulo Galo confessou à Polícia Civil e à Justiça ser ativista social e ter organizado o ataque à estátua de aproximadamente 13 metros de altura, porque queria abrir um “debate público” a respeito da existência dela.

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A promotoria quer que a 5ª Vara Criminal absolva Paulo Galo e outros dois réus das acusações de associação criminosa, adulteração de placa de veículo e corrupção de menor. Os três respondem aos crimes em liberdade, mas chegaram a ser presos na época do incêndio. Paulo Galo confessou às autoridades ser ativista social e ter organizado o ataque ao monumento.

“No tocante à fixação da pena, verifico que o réu Paulo é primário”, sustentou Mariana. “Todavia, considerando a gravidade em concreto do crime de incêndio, que atingiu o Monumento Manuel Borba Gato, de inegável valor cultural para o Município de São Paulo, requeiro a fixação da pena-base do referido delito acima do mínimo legal.”

Considerações da promotora

A promotora alega que Paulo Galo causou, intencionalmente, diversos focos de incêndio, que poderiam se alastrar até um posto de gasolina próximo, colocando a vida de diversas pessoas em risco.

“O crime de incêndio é um crime de perigo”, escreveu a promotora. “Evidentemente que não se discute aqui se a intenção era ou não que o fogo atingisse o posto de gasolina que havia no local, mas restou mais do que comprovado que o réu Paulo causou incêndio nos pneus, na estátua do Borba Gato, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.”

Reprodução/Foto-RN176 Estátua de Borba Gato | Foto: Gabriel Schlickmann/Ishoot/Estadão Conteúdo

E continuou. “Não é ateando fogo a monumentos, em locais habitados, com grande fluxo de pessoas, onde existe até um posto de gasolina, que se discute a história, ou que se chama a atenção a uma causa, a um personagem que tanto mal causou à população brasileira no passado. Existem outros meios para que essa discussão seja levada a efeito e atinja a população e as autoridades públicas”, afirmou Mariana

RN176: Obs=Histórico: O Monumento de Borba Gato foi projetado e começou a ser construído em 1957, no próprio quintal de Júlio Guerra, que situava-se na Avenida João Dias. A estátua foi planejada para ser inaugurada em 1960, data em que Santo Amaro celebraria seu IV Centenário.

Júlio Guerra: foi um escultor brasileiro. Nasceu no então município paulista de Santo Amaro, e começou a estudar na Escola de Belas Artes de São Paulo em 1930