Ex-morador de rua: conheça o novo ouvidor das Polícias de SP

ROTANEWS176 E POR CORRE 27/12/2022 02h00                                                                                                      Por Cleber Souza

Claudinho Silva nasceu na periferia e havia sido indicado pela Associação Santos Mártires, entidade que atua na zona sul da capital paulista

 

Reprodução/Foto-RN176 Foto: Reprodução/Facebook

Claudio Aparecido da Silva, conhecido como Claudinho, será novo ouvidor das Polícias de São Paulo. Ele foi nomeado no último sábado (24) por Rodrigo Garcia (PSDB), governador do estado, e será o responsável por analisar as denúncias contra os agentes da força de segurança pública e cobrar soluções junto aos órgãos responsáveis, como corregedorias das polícias e Ministério Público.

Com uma trajetória dentro da política, Claudio já foi candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e trabalhou durante a administração de Fernando Haddad (PT) na prefeitura paulistana.

O novo ouvidor é professor de educação física e militante dos movimentos negro e de hip-hop. Ele chegou a viver em situação de rua e a ser produtor do rapper Dexter. Entre 2019 e 2021, foi coordenador do SOS Racismo da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Já entre 2015 e 2016, atuou como coordenador no setor de Políticas para Juventude da Secretária de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, durante a gestão Haddad.

Aos 11 anos Cláudio foi internado na extinta Fundação do Bem-Estar do Menor (FEBEM) após desacatar um policial que o repreendeu por pedir esmolas. Ele ficou seis meses na instituição.

Claudinho nasceu na periferia da capital e havia sido indicado pela Associação Santos Mártires. A entidade atua na Zona Sul da capital paulista, onde ele cresceu e iniciou a militância.

A nomeação do militante ocorreu na mesma semana que o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da Pessoa Humana (Condepe) entrou com uma ação contra o atual governador no Ministério Público pela demora de nomear um novo ouvidor. A disputa para o cargo ocorreu em julho de 2022 e, Garcia não nomeou o substituto de Elizeu Lopes – que foi muito criticado pelos movimentos em defesa dos “direitos humanos”.