“Uma vida que brilha como um diamante”

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 11/02/2023 07:30                                                                        MATÉRIA DA DIVISÃO SÊNIOR DA BSGI                                                                                                                  Por Divisão Sênior da BSGI

Recebendo os trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil.

 

Reprodução/Foto-RN176 Foto de integrante da Divisão Sênior dialogando – Foto: GETTY IMAGES / Seikyo Press

Caro amigo sênior, como vai? Desejamos sinceramente que você e sua querida família estejam muito bem, avançando e vencendo em meio aos desafios da realidade!

Para este mês, gostaríamos de convidá-los a uma profunda reflexão e, a partir disso, a uma renovada determinação.

Fevereiro é um mês que guarda profundos significados na história do budismo e da Soka Gakkai. Dentre eles, diretamente ligada ao kosen-rufu do Brasil está a histórica quarta visita do presidente Ikeda, em 1993, tendo como palco principal o Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP.

Durante os doze dias em que esteve no Brasil, Ikeda sensei dedicou majestosamente cada minuto de sua vida para estabelecer o ponto primordial do avanço e da vitória de cada companheiro da BSGI. Atuando em intensos compromissos sociais, incentivando calorosamente os membros nas diversas atividades em que esteve presente e, ainda, em meio a tudo, se empenhando incansavelmen­te para concluir o romance Revolução Humana cujo posfácio ele completou no Rio de Janeiro. Quanta gratidão!

O presidente Ikeda expressou sua determinação nas seguintes palavras proferidas em seu discurso aos companheiros da BSGI, no Centro Cultural Campestre, em 7 de março de 1993: “Envolto pelas orações dos senhores, meus companheiros do Brasil, pude gravar cada dia de minha estada aqui, como se equivalesse a dez anos de realizações”.1

Contudo, longe de ser um evento apenas histórico, o ponto principal sobre o qual devemos refletir é quanto essa grandiosa estada do Mestre no Brasil nos trouxe as diretrizes eternas voltadas para o futuro da organização e do nosso movimento em prol das pessoas. E mais, também nos faz refletir sobre o propósito do budismo e da prática da fé, e qual é o nosso papel como integrantes da Divisão Sênior (DS) diante da necessidade crucial de abrirmos um sólido caminho do humanismo e da paz para as pessoas.

Em suas orientações, o pre­siden­te Ikeda usou a analogia do diamante, para falar do imenso valor inato na vida de cada pessoa e explicou como um ser humano, independentemente de sua circunstância, pode fazer resplandecer de dentro de si o forte brilho da sabedoria e da coragem chamado estado de buda. Ele equiparou ainda o processo de polimento de um diamante à realização da nossa revolução humana, afirmando que, assim como um diamante é polido e se torna cada vez mais brilhante e belo, o coração ou a mente humana, da mesma forma, ao ser polida por meio da fé se torna forte, clara e inabalável. A base para isso é a recitação do Nam-myoho-renge-kyo.

Esse fortalecimento da nossa vida por meio da fé nos permite criar a condição de cumprir nossa missão, não apenas construindo nossa própria felicidade, mas também contribuindo para que um grande caminho seja aberto rumo ao futuro, por onde os jovens sucessores deverão avançar com uma condição ainda mais elevada que a nossa.

Em um discurso intitulado “Avan­cem rumo ao Ilimitado Futuro”, proferido em março de 2000, Ikeda sensei nos traz de forma muito clara e profunda essas questões fundamen­tais como sucessão, futuro e nossa responsabilidade sobre elas:

O Sutra do Lótus exposto por Shakyamuni e as escrituras de Nichiren Daishonin constituem as “profecias do Buda”. Suas palavras estão embasadas no que eles prognosticaram para o distante futuro; elas estão permeadas pelo profundo desejo do Buda de deixar uma mensagem para aqueles que viveriam nos Últimos Dias da Lei.

Nosso foco não está no presente, mas sim no futuro. Aqueles que vivem no futuro, que se voltam para o futuro, que o constroem são os verdadeiros líderes do humanismo, são jovens no verdadeiro sentido da palavra. Os jovens possuem um potencial incrível, um futuro rico, cheio de infinitas possibilidades.

O budismo também passou dos Primeiros Dias da Lei para os Médios Dias, e daí para os Últimos Dias da Lei. Tudo se movimenta e avança para o futuro. Agora é meu ardente desejo que, à medida que avançamos pelo século 21, abriremos o caminho para o eterno futuro da SGI.

Reprodução/Foto-RN176 Alan Rodrigues, responsável pelo Distrito Catete e vice-responsável pelo Grupo Alvorada da Sub. Centro, CGERJ. Foto: GETTY IMAGES / Seikyo Press

Herdando o espírito das profecias de Shakyamuni e de Nichiren Daishonin, meu desejo é conduzir a humanidade na direção da paz, pelo bem da próxima geração, das que virão depois e todas as demais. O desejo de se voltar para o universo inteiro, para os bilhões de anos no futuro, na direção da paz — essa é a promessa e o vasto e ilimitado estado de vida do Buda.

Seria uma tragédia se, mesmo que nos saíssemos bem agora, a próxima geração fosse derrotada. Estaremos seguindo o caminho certo somente quando a geração seguinte desfrutar uma paz e felicidade mais sólidas e estáveis do que as que usufruímos hoje. É essa a visão do budismo. E é a imensa benevolência do Buda. Quero edificar a base que assegurará que a SGI também se desenvolva ainda mais e se empenhe com mais afinco para contribuir para a felicidade das pessoas no século 21 da mesma forma que no século 20”.2

Realmente é um brado do cora­ção do Mestre para expandirmos nosso coração e nossa consciência sobre o que é a verdadeira prática da fé do kosen-rufu; ou seja, é o firme juramento de cumprir nossa missão em prol das pessoas e do futuro. É assegurar um futuro em que, mesmo se não estivermos aqui, as pessoas sejam felizes e prevaleçam a paz e a justiça. Uma época em que, de fato, tenha como base o humanismo Soka. Assim sendo, é importante ampliar a visão sobre o valor de nós mesmos e de nossa missão. Aquele que conduzir sua prática consciente desses pontos contribuirá para a abertura do caminho para esse futuro.

Nesse sentido, nós, sêniores, devemos ter um olhar atencioso e caloroso em relação às pessoas da nossa organização, aos jovens, às mulheres e ao futuro. Nossa missão é garantir um ambiente harmonioso, leve e afetuoso, onde todos possam se dedicar com alegria, criatividade e entusiasmo. Nosso primeiro ponto de chegada e de nova partida é 2030. Para isso, é fundamental que cada um de nós se aprimore e se fortaleça dia a dia na fé, tal como um diamante que, ao ser polido, reluz cada vez mais.

Essa dedicação consciente para que os mais jovens brilhem, floresçam cada qual da forma como é e se fortaleçam com base na fé se converterá na grande causa da vitória no futuro da humanidade!

Um forte abraço em todos!

Divisão Sênior da BSGI

Notas:

  1. Brasil Seikyo, ed. 1.219, 27 mar. 1993, p. 3.
  2. Idem, ed. 1.566, 5 ago. 2000, p. A3.

Vitória absoluta

Em 1993, eu participei

Pratico este maravilhoso budismo há 37 anos. Minha mãe abraçou a prática quando eu estava com quase 5 anos.

O sentimento de escrever este relato é de compartilhar com todos a alegria e o profundo significado de eu ter encontrado o Mestre, presidente Ikeda, quando era bem jovem. Já se passaram trinta anos desse maravilhoso encontro, mas foi um acontecimento muito especial em minha vida. Embora o conceito de “unicidade de mestre e discípulo” seja uma tradição oriental, para mim, ter um mestre da vida é algo realmente grandioso, ou seja, é a direção da minha vida em meio a todas as circunstâncias.

Agora, sinto que sou uma pessoa querida, realizada em todos os aspectos e em busca de grandes sonhos. Tudo isso só foi possível porque desde pequeno fui incentivado por meus pais e companheiros da organização a buscar as orientações do Mestre para me tornar um ser humano melhor e vitorioso.

Minha mãe começou praticar o budismo quando fomos despejados da casa de uma tia de consideração dela. No entanto, vejo que foi a melhor coisa que pôde acontecer, mas, na época, não tinha esse entendimento. Além de nos mandar embora, essa tia disse à minha mãe que ela estava criando um “marginal”; eu tinha apenas 5 anos. Lembro como se fosse hoje, meu primeiro juramento aos 5 anos foi dizer para minha mãe que não me tornaria esse “marginal”.

Muito obrigado!

Reprodução/Foto-RN176 Alan com outros estudantes recepcionando Ikeda sensei no Centro Cultural do Rio de Janeiro, fev. 1993 – Foto: GETTY IMAGES / Seikyo Press

Meus líderes me disseram que o Mestre, a quem carinhosamente chamo de “sensei”, não mente. E desde pequeno, Ikeda sensei me incentivou, por meio dos periódicos e de orientações, a sonhar grande, a vencer em tudo e a cuidar dos meus pais.

Em 1993, quando estava com 12 anos, fui selecionado a integrar o “Grupo Ikeda”, que faria a recepção do presidente Ikeda em sua quarta visita ao Brasil. O dia 13 de fevereiro de 1993 não vai sair da minha memória e do meu coração. As condições financeiras eram precárias e, mesmo assim, fui incentivado a participar. Contei com apoio dos meus amados pais, dos responsáveis e dos companheiros da organização. Sensei, ao chegar ao Centro Cultural do Rio de Janeiro, nos cumprimentou e tive a grata oportunidade de ser tocado em meu rosto e receber um incentivo que direcionou a minha vida. Ikeda sensei disse a todos os estudantes presentes: “Vocês são os melhores do mundo”.

Confesso que não entendia, pois olhava para a nossa vida e via muita dificuldade financeira, além de limitações e problemas, ou seja, ainda tínhamos uma vida muito difícil financeiramente, mas cheia de saúde, vitalidade e garra para continuar avançando. Agradeço aos meus pais, que se dedicaram muito em meio a essa realidade, e os e parabenizo por isso. Minha mãe é uma mulher guerreira, a quem sou eternamente grato. Meus pais são meus exemplos de vida.

Reprodução/Foto-RN176 Alan e seus familiares – Arquivo pessoal

Aprendi, desde pequeno, que o Mestre não mente e, se ele falou que éramos os melhores do mundo, na verdade, foi um direcionamento para que eu me tornasse esse melhor do mundo. Então, meus amigos, atuo com essa disposição, seja na organização, seja na família ou na sociedade. Eu me empenho todos os dias para ser esse “melhor do mundo”. Estou no caminho! Como qualquer ser humano, tenho falhas, mas minha determinação é não decepcionar meu mestre e me tornar realmente feliz.

Hoje, trinta anos após, como eu me encontro? Na questão financeira, transformei a minha rea­lidade. Não sofremos mais com essa condição e galgamos cada sonho objetivado. Meu desafio agora é outro, pois, de novembro de 2021 para cá, venho lutando contra a síndrome de Burnout, doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2019, como síndrome ocupacional. Minha maior decisão é que essa síndrome não se transforme em ansiedade e/ou depressão, e que eu não fique à base de medicamentos. Para isso, venho reforçando a prática da fé, o estudo do budismo, a atuação na organização, o acompanhamento com profissional (psicóloga) e mantendo diariamente vivo em meu coração o juramento ao meu mestre de me tornar “o melhor do mundo”, selado em 1993, reconfirmado em agosto de 2017, no Japão, por ocasião de um curso de aprimoramento dos jovens. A fim de me tonar o melhor do mundo, conto com o apoio de cada companheiro. Além disso, eu me empenharei dentro e fora da Gakkai para realizar esse objetivo.

Agradeço aos familiares; aos nossos apresentadores ao budismo já falecidos; aos meus companheiros de atuação, que dividem o palco comigo; aos meus amigos; e à minha namorada, que me incentiva todos os dias; aos meus pais, por me ensinarem como me tornar um ser humano melhor; e ao meu mestre da vida, Dr. Daisaku Ikeda.

Termino meu relato com uma frase do juramento dos jovens do Brasil, que guardo em meu coração: “Se a posterioridade há de julgar meu mestre por minha qualidade, será julgado o supremo líder do mundo!”.1

Nota:

  1. Brasil Seikyo, ed. 2.246, 4 out. 2014, p. D4.

Fotos: GETTY IMAGES / Seikyo Press / Arquivo pessoal