Todos somos budas

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/05/2023 10:07                                                                        BUDISMO NA VIDA DIÁRIA DIRETO DA REDAÇÃO

Brasil Seikyo inicia a publicação da série “Vida — Princípios Budistas no Dia a Dia”, em que aborda conceitos básicos do Budismo de Nichiren Daishonin aplicados na realidade diária atual. Nesta edição, o tema é estado de buda e sua manifestação em nossas ações.

Reprodução/Foto-RN176 Foto de desenhos humanos para ilustração a matéria – Foto: GETTY IMAGEM

Ricardo: Puxa, estou achando o budismo muito interessante, Herbert!

Poderia me explicar melhor? Por exemplo, o que é um buda?
Herbert: Que bom que esteja gostando, Ricardo! Olha, basicamente, é a mais elevada condição interior de vida. Viver no estado de buda significa ser uma pessoa de bom senso, responsável, gentil, que tem forte fé e pensa de forma flexível.

Uma pessoa benevolente, criativa e sábia. Descobrir essa força interior é iluminar-se. Por isso, buda significa o “iluminado”.

Ricardo: Que legal! E todas as pessoas possuem esse estado de buda? Até eu?

Herbert: Sim, potencialmente todos somos budas. Cada um de nós possui essa “semente do estado de buda”, o Nam-myoho-renge-kyo.

Na Soka Gakkai e na BSGI, praticamos o Budismo de Nichiren Daishonin com muita alegria, despertando o melhor que há em nós, e manifestamos o máximo de nossa capacidade e força.
Ricardo Ah, sim! Você me falou sobre o Nam-myoho-renge-kyo. Já estou até recitando, sabia? Mas qual seu significado, mesmo?

Herbert: Nam-myoho-renge-kyo é a lei fundamental que permeia todo o universo. É a expressão da verdade suprema da vida, a essência do Sutra do Lótus. Recitando-o com forte fé, evidenciamos o estado de buda. Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho- renge-kyo, recitando-o pela primeira vez em 28 de abril de 1253 e abrindo o caminho direto para a iluminação a todas as pessoas.

Quando recito Nam-myoho-renge-kyo, daimoku, eu me sinto muito bem. Parece que minha vida se recarrega de energia, de alegria e de gratidão!
Ricardo: Eu achava que buda seria um ser superior que viveria distante da nossa sociedade. Mas, pelo que você falou, o estado de buda está “dentro de nós”, não é? Mas como esse estado se manifesta nas nossas ações?
Herbert: Abri o aplicativo BS+ no meu celular. Veja aqui o que o sensei fala sobre este tema:

“O Sutra do Lótus elucida os meios pelos quais indivíduos reais com suas específicas circunstâncias, personalidades e capacidades podem atingir a iluminação, e revela o caminho para alcançar o estado de buda sem jamais se desviar da realidade da vida de cada um. Prezar cada pessoa é a essência da filosofia centrada no ser humano — ou humanismo — do Sutra do Lótus; é o espírito do Buda. O objetivo fundamental do Sutra do Lótus de capacitar todas as pessoas a manifestar a iluminação também inicia com o ato de prezar cada uma, e só pode ser concretizado quando se aplica tal conduta a todos os aspectos da nossa vida e dos nossos esforços”.1

Ricardo: Prezar cada pessoa… Que conceito importante! No mundo atual, precisamos, mais que nunca, respeitar as outras pessoas. Você pode falar mais sobre isso?


Herbert:
 O objetivo primordial do Budismo de Nichiren Daishonin é o kosen-rufu, ou seja, estabelecer a paz e o bem-estar da humanidade. Em outras palavras, é criarmos um ambiente de respeito e de incentivo mútuo que contribua para a felicidade das pessoas onde quer que estejamos.

Para que isso seja possível, devemos começar com a pessoa que está à nossa frente neste exato momento. No meu caso, é você! Em nossas atividades na BSGI, aprendemos que a expressão máxima do ato de prezar uma pessoa é apresentá-la à prática budista, ou seja, realizar o shakubuku, para que ela se torne verdadeiramente feliz. Por essa razão, conte comigo para o que precisar, ok?
Ricardo: Valeu, Herbert! Você também pode contar comigo. Por falar nisso, vou recitar daimoku hoje à noite. Quer orar comigo?
Herbert: Claro, demorou! “Bora lá!”

Inspiração na realidade

A história contada nesses quadrinhos é fictícia, com personagens imaginários. Porém, foi inspirada em duas pessoas reais: Herbert Campos Farrapo e Ricardo Barbosa de Sousa, integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da BSGI.

Herbert reside, com sua esposa, na cidade de Itajaí, no estado de Santa Catarina; e Ricardo, em Araguaína, em Tocantins. Eles tiveram o primeiro contato por meio de um espaço para comentários de uma rede social. Ricardo estava começando a conhecer o Budismo de Nichiren Daishonin e Herbert já era praticante.

Reprodução/Foto-RN176 Ricardo, à esq., e Herbert, à dir., durante atividade da primeira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (set. 2022) Fontes: RDez, ed. 146, fev. 2014, p. 21. / Terceira Civilização, ed. 526, jun. 2012, p. 34. / Ibidem, ed. 522, fev. 2012, p. 8. /Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. B2.

Ricardo relata que, além do apoio dos membros da BSGI na região, contou também com a amizade e os incentivos de Herbert para se aprofundar na prática budista. Por cerca de oito meses, eles dialogaram de forma on-line quase diariamente e estudavam juntos os escritos de Nichiren Daishonin e os incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda.

Esse companheirismo foi fundamental para Ricardo ultrapassar as dificuldades com base em muita recitação de daimoku (no mínimo uma hora por dia) e receber o Gohonzon. Hoje, ele atua como responsável pela DMJ de bloco e teve até seu relato de comprovação publicado no BS (ed. 2.624, 10 dez. 2022, p. 12 e 13).

Os dois se encontraram pessoalmente pela primeira vez quando participaram do curso de primavera realizado no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em setembro de 2022, passando a integrar a primeira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil.

Herbert afirma: “A perseverança do Ricardo foi muito grande. Mesmo residindo em uma localidade ainda com poucos integrantes da BSGI, ele se dedicou intensamente a praticar o Budismo Nichiren, vencendo muitos obstáculos. Devido ao seu espírito de procura, ele se desenvolveu rapidamente na prática budista e na vida pessoal”.

Por sua vez, Ricardo ressalta o companheirismo do amigo: “Creio que a melhor forma de retribuir a dívida de gratidão com o Herbert seja me dedicar à prática do Budismo Nichiren, corresponder aos anseios do nosso mestre e me tornar cada vez mais feliz na organização do coração do Buda, a Soka Gakkai Internacional”.