Corregedor do TSE que liderou cassação de Deltan já foi alvo de delação premiada na Lava Jato

ROTANEWS176 E POR ESTADÃO CONTEÚDO 20/05/2023 08h37

Ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, foi citado pelo empreiteiro Léo Pinheiro, ex-executivo da OAS; procedimento no CNJ foi arquivado.

 

Reprodução/Foto-RN176 Ministro Benedito Gonçalves, foi que determinou a cassação do ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR)  Foto: Divulgação/TSE

Se, na terça-feira, 16, o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, deu pontapé para derrubar expoente da extinta força-tarefa da Lava Jato no Paraná – o deputado Deltan Dallagnol -, o magistrado já esteve na mira de apuração por suposta relação com um dos principais delatores da Operação, o ex-presidente da OAS Leo

Pinheiro. Em 2015, Benedito foi alvo de procedimento no Conselho Nacional de Justiça em razão do suposto laço com Leo Pinheiro. A apuração acabou arquivada.

Oito anos depois, Benedito Gonçalves foi o responsável pelo voto que cassou o mandato de Deltan Dallagnol – alçado à Câmara pelo Paraná justamente com base em sua atuação na Lava Jato. Por unanimidade, o TSE considerou que o parlamentar cometeu ‘fraude a lei’ ao deixar o Ministério Público Federal, em novembro de 2021.

Para a Corte, Deltan tentou se esquivar de enquadramento na lei da ficha limpa ao pedir exoneração da Procuradoria antes que o Conselho Nacional do Ministério Público, o Conselhão, convertesse uma das 15 apurações preliminares movidas contra o então procurador em procedimento administrativo disciplinar – o que lhe imporia inelegibilidade.

A apuração do CNJ que mirou Benedito foi aberta após a revista Veja mostrar, em 2015, a citação ao ministro do STJ em um grampo da Polícia Federal, levantando suspeitas sobre ‘proximidade’ entre o magistrado e o ex-presidente da OAS.

Dois anos depois, o ministro foi citado em meio às tratativas da delação de Leo Pinheiro, junto a procuradores da Lava Jato, como revelou o jornal Folha de S.Paulo em 2017. Nesta sexta-feira, 19, o jornal revelou detalhes de uma proposta de delação de Leo Pinheiro, obtida a partir de mensagens da Vaza Jato.