ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 07/07/2023 09:40 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Paranaense, Aline mira firme o objetivo de ser médica, rompe limites e alcança também o coração de muitos jovens em busca de esperança.
Reprodução/Foto-RN176 Aline Yoko Hori. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Colina, RM Curitiba Norte
Sou Aline Yoko Hori, 17 anos. Moro em Campina Grande do Sul, PR, e pertenço à quarta geração de praticantes budistas da família.
Trago aqui um pequeno recorte de minha trajetória, em especial desde 2020, quando me deparei com enormes desafios. Em abril daquele ano, no decorrer de uma única semana, recebi a notícia de que meus pais iriam se separar definitivamente e de que faltavam menos de dois meses para o nascimento da minha meia-irmã cuja existência ninguém sabia até então.
Além disso, nesse mesmo período, meu pai foi desligado da empresa em que trabalhava havia quase vinte anos, fato que o deixou extremamente preocupado com o sustento da família. Em meio àquela situação, enquanto eu mal conseguia recitar daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) de tanto que soluçava, meu pai, Etsugaku, se mantinha firme e concentrado em sua recitação.
No fim daquele ano, outro desafio: o fechamento da escola particular na qual eu estudava, e a separação de meus amigos de infância. A única opção que me restava era fazer o segundo ano do ensino médio numa escola pública. O contraste em relação à qualidade da educação era evidente, aumentando minha angústia. A apatia e as crises de ansiedade se tornaram cada vez mais frequentes. Certa noite, quando chorava por não ver mais sentido em minha vida, olhei em direção à estante do quarto e, nela, estava o Diário da Juventude, de Ikeda sensei. Então, decidi começar a lê-lo. Já no prefácio algo tocou profundamente meu coração: “Em especial, se esta publicação puder incentivar os meus amados jovens do Brasil, será para mim uma alegria além das expectativas”.1
Desde esse momento, empenhei-me a ler diariamente essa inspiradora obra. Passei a atuar nas atividades da organização com muito mais vigor e a me sentir segura para fazer visitas aos membros da localidade. O conjunto dessas ações contribuiu para uma significativa melhora em minhas perspectivas.
Reprodução/Foto-RN176 Em projeto de laboratório
Passados alguns meses de 2021, meu pai finalmente conseguiu encontrar um ótimo emprego em uma empresa multinacional, o que nos trouxe um alívio quanto à situação econômica da família.
Em relação aos meus estudos, continuei persistindo e, no mês de agosto, como consequência das minhas orações e do meu forte desejo de trabalhar no setor de pesquisa da saúde humana, fui convidada a integrar um projeto de iniciação científica na Universidade Federal do Paraná, dentro de um estudo sorológico em aldeias indígenas do Paraná e de São Paulo, a fim de identificar os fatores de risco envolvidos na infecção por toxoplasmose. Uma experiência gratificante!
Devido à melhora nas condições financeiras, no ano seguinte, com um curso pré-vestibular, consegui entrar num ótimo colégio. Na escolha da profissão, acabei mudando para medicina, reforçando os estudos até a chegada dos vestibulares. Não conseguindo ingressar numa universidade, logo senti um forte desânimo para voltar a estudar. Porém, refletindo sobre todos os que torciam por mim, meu coração não se permitiu desistir. Com o desejo de cumprir meu juramento seigan, relatei ao Mestre que concretizaria sem falta o sonho de ser médica.
Reprodução/Foto-RN176 O irmão Eduardo faz a selfie e, na sequência da jovem, estão a mãe, Elisangela, com o dog Sochi, e o pai, Etsugaku, segurando Júlia, a meia-irmã de Aline.
Dessa forma, sigo em busca da minha tão sonhada aprovação, dedicando-me com afinco aos estudos, os quais realizo em casa, com auxílio dos materiais do cursinho on-line. Ao mesmo tempo, eu me esforço na harmonização das relações com minha família. Minha mãe, Elisangela, e eu nos falamos toda semana. Todos nós estamos vencendo.
Agora, em 2023, recebi a feliz notícia de que tinha sido seleciona-da para a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, em junho. Seria também minha primeira visita ao Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, onde pulsa a energia da unicidade de mestre e discípulo. Como líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, determinei que faria um grande movimento de visitas até lá, objetivando tocar o coração de cinquenta jovens vidas. O sentimento de representar cada membro da localidade se intensificou ainda mais, pois todos me apoiaram muito.
Reprodução/Foto-RN176 Alguns dos cinquenta encontros promovidos por ela com o objetivo de levar esperança aos amigos
Quando faltava menos de um mês para o dia 16 de junho, nem a metade do objetivo havia sido concretizada, mas decidi, em meu coração, romper limites. O incentivo de Ikeda sensei, publicado em 19 de maio no aplicativo BS+, impulsionou minha determinação. Ele escreveu assim: “As pessoas que falam sobre a grande Lei do respeito à dignidade da vida e a propagam são as protagonistas da construção da paz. Com a grandiosa missão em mente, criem a rede solidária da felicidade a partir daquilo que está ao seu alcance”. 2
Dessa maneira, pude sentir a alegria de finalmente selar os cinquenta encontros três dias antes da realização da academia. Meu maior aprendizado nessa caminhada foi o de que a única mudança eterna nesta existência é a que fazemos na vida das pessoas. E participar da academia me proporcionou reforçar tudo isso.
Assim, finalizo este relato com profunda gratidão e com a convicção de que podemos transformar a vida da maneira exata que determi-namos, criando, ao mesmo tempo, uma grandiosa rede de amizade no local em que estivermos. Sensei, conte sempre comigo!
Aline Yoko Hori, 17 anos, estudante. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Colina, RM Curitiba Norte.