ROTANEWS176 24/05/2025 10:25 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Decidida a orar até conquistar, a jovem Danielle chega ao doutorado e à atuação profissional dos seus sonhos
Reprodução/Foto-RN176 Danielle Soares Figueiredo. Na BSGI, atua como vice-coordenadora da Juventude Soka da CGSP Foto: Arquivo pessoal
Quando recebi o diploma de doutorado, um filme passou em minha mente. Acalentar grandes sonhos e não desistir até alcançá-los — eis o que aprendi desde menina. Meu nome é Danielle Soares Figueiredo, tenho 34 anos e sou imensamente grata pela boa sorte de nascer num lar budista e viver uma juventude de valor.
Vencendo condições financeiras e momentos nos quais inúmeros nãos do destino tentaram me inibir, estava certa de que ao trilhar a estrada na qual nos dedicamos à nossa felicidade e à dos outros, chamada kosen-rufu, tudo me levaria à plena realização. Sou de Santos, SP, cidade conhecida por suas praias e local de minha atuação como integrante da Juventude Soka.
Meu grande sonho sempre foi conquistar uma profissão que contribuísse para o bem das pessoas. Faço um recorte dessa minha trajetória.
Cuidar do corpo
Graduei-me em fisioterapia, em 2011, período em que me dividia entre as atividades da organização, a família e os amigos. Um jovem Soka encontra tempo para tudo. Dessa maneira, avancei. Após a graduação, especializei-me em fisioterapia musculoesquelética, trabalhando depois em clínicas de reabilitação. Sentia, no entanto, que a área acadêmica era o objetivo a conquistar. Investi no mestrado e, em seguida, ingressei no doutorado na mesma instituição. Um período composto por grandes desafios, pois, em pouco tempo, perdi minhas queridas orientadora e minha avó. Elas viveram sua nobre existência, e sigo procurando praticar os valores que elas me ensinaram. Em meio a esses processos desafiadores, com a pandemia, as pesquisas na universidade foram suspensas.
Reprodução/Foto-RN176 com a família – Foto: Arquivo pessoal
As palavras do Mestre acalentaram meu coração naquele momento tão complicado e seguem como um grande norte em minha trajetória:
Sem esforços tenazes, os sonhos terminarão em meras fantasias. O esforço é a ponte que liga o sonho e a realidade. As pessoas que se esforçam são cheias de esperança. Isso significa que a esperança nasce do esforço. Tenham grandes sonhos e avancem até onde forem capazes.1
Com ajuda de outra orientadora, qualifiquei meu projeto de doutorado a distância e finalizei a tese em 2023. Ao compartilhar esse sonho concretizado com Ikeda sensei, ele respondeu: “Desfrute ótima disposição”. Tudo aconteceu apenas um mês antes do seu falecimento, em 15 de novembro daquele ano. Avanço com esse direcionamento eterno, determinada a não desapontar meu mestre.
Doutorado conquistado
Foram cinco anos e quatro meses. Defendi minha tese de doutorado na mesma instituição da minha graduação e pós, a Unifesp. Estudei o efeito da órtese (tala) de punho na coordenação muscular do membro superior de pessoas com e sem síndrome do túnel do carpo (um tipo de LER/ DORT). Nova comprovação!
Reprodução/Foto-RN176 Com as companheiras do grupo Cerejeira – Foto: Arquivo pessoal
Em casa, vencemos com base na prática da fé dois procedimentos de embolizações que minha mãe realizou para tratar aneurismas cerebrais. A vitória acompanha os que oram com seriedade e persistência. Assim, venho comprovando, ao lado da minha família, dos companheiros, do querido Cerejeira (grupo de bastidor integrado pelas jovens Soka), no qual atuo há doze anos, e do Núcleo de Estudos Sabedoria Kayo.
Novo voo
Com o término da bolsa de pesquisa do período da pós-graduação, 2024 foi marcado por nova batalha com atendimentos domiciliares e outros esporádicos numa clínica, fora as tentativas de concurso. Foi bastante difícil, mas não recuamos na participação de cada etapa do Kofu. Em maio, tivemos a extraordinária Convenção da Juventude Soka, da qual fiz parte e aprendi com a comissão de roteiro. Em setembro, com a nova estrutura da Juventude Soka, fui confiada a atuar na Coordenadoria da Grande São Paulo (CGSP). E a vida pedia mais.
Estava determinada a encontrar uma empresa onde pudesse manifestar os valores “o belo, do benefício e do bem”.2 Após orientação recebida e muito daimoku, surgiu uma vaga, que brilhou os olhos: a oportunidade de atuar como assistente (pesquisador), com carteira assinada, no Núcleo Técnico e Científico de Humanização do Hospital das Clínicas da FMUSP. O sonho de estar integrada à Faculdade de Medicina da renomada Universidade de São Paulo (USP) era grandioso. Como aprendi na Gakkai, “é orar até conquistar”.
O trabalho é baseado no respeito pela dignidade da vida e nos valores da humanização. Era o meu lugar! Eu me candidatei, fiz a prova teórica e, uma semana depois da entrevista, veio a notícia da aprovação em primeiro lugar. Vitória!
Assim, desde o dia 2 de dezembro de 2024, trabalho nesse local repleto de oportunidades de aprimoramento e com colegas de trabalho excepcionais. O trabalho é intenso, mas eu me empenho o máximo para acompanhar as atividades da localidade, com muita gratidão.
Reprodução/Foto-RN176 Com a Juventude Soka da Sub. Imigrantes – Foto: Arquivo pessoal
Agradeço sinceramente a todos que me acompanham nessa jornada, em especial ao meu eterno mestre da vida, Daisaku Ikeda, por me permitir seguir junto nessa estrada da felicidade. Eu a escolhi, e a amo demais.
Danielle Soares Figueiredo, 34 anos. Doutora em ciências da saúde. Na BSGI, atua como vice-coordenadora da Juventude Soka da CGSP.
Fotos: Arquivo pessoal
Notas:
- IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 36.
- Pela “teoria de valor”, exposta por Tsunesaburo Makiguchi, presidente fundador da Soka Gakkai, há três tipos de valor: “do belo, do benefício e do bem”. Na área de trabalho, o valor do belo refere-se a encontrar um emprego de que gostem; o valor do benefício é conseguir um emprego que proporcione um salário com o qual possam se sustentar; e o valor do bem significa conquistar um emprego pelo qual possam ajudar os outros e contribuir para o bem da sociedade (Brasil Seikyo, ed. 2.132, 19 maio 2012, p. C2).
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO