ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 27/05/2023 15:10 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Péricles Maia, do sul do país, comprova conquistas ao dirigir atitudes no caminho da revolução humana.
Reprodução/Foto-RN176 Péricles Miguel da Maia, vice-responsável pelo Bloco Bosque Lucas Araújo, Distrito Assis Brasil, RM Porto Alegre/Norte, Sub. Rio Grande do Sul.
Eu me chamo Péricles, tenho 45 anos. Resido com minha família em Tapejara, cidade com menos de 25 mil habitantes, distante 50 quilômetros de Passo Fundo, município do interior do Rio Grande do Sul. Para chegar à capital, Porto Alegre, são outros 350 quilômetros. Estamos longe dos grandes centros, mas a distância não mede sentimento. Minha esposa, Márcia, e eu apoiamos o bloco mais próximo, em Passo Fundo, com muitos desafios e uma satisfação gigante, buscando estar sempre próximos do coração de Ikeda sensei. Sou vice-responsável pelo bloco, e Márcia, na mesma atuação, pela Divisão Feminina (DF).
Ao persistir na prática da fé, a gente vai desvendando os ensinamentos do budismo na vida real. Foi dentro da Soka Gakkai que ouvi pela primeira vez a expressão “revolução humana”. Acredito que hoje posso dizer que compreendo seu significado pelos resultados que vivencio desde 2001. Até então, eu só conhecia o mundo da violência e da escuridão que o ambiente das drogas me oferecia. Morava em Passo Fundo, com menos de 25 anos, já casado e com uma filha pequena para criar. Para completar, minha sogra tinha falecido meses antes, deixando órfãos uma menina de 9 meses e um garoto de 11 anos, os quais decidimos adotar.
Reprodução/Foto-RN176 Com a esposa, Márcia.
Foi nessas condições que um casal de amigos me apresentou o budismo. Na esperança de que sairia daquele clima de sofrimento, logo iniciei a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, trazendo, aos poucos, minha esposa comigo. Consagramos nosso objeto de devoção (Gohonzon) em casa e, então, eu me senti mais forte, não reclamei das condições e fui à luta com fé.
Depois de dois anos, incentivados por um cunhado, nós nos mudamos para Tapejara, que tinha um custo de vida menor e mais ofertas de trabalho. Morávamos de aluguel, porém havia boas perspectivas na profissão de motorista, a qual exerço. Não deixamos de participar das reuniões em Passo Fundo, indo para lá nos fins de semana. Em época de exame do budismo, de carona ou não, nós nos deslocávamos para passar o dia e nos manter na sintonia com os direcionamentos da fé, da prática e do estudo. Hoje, sou Grau Médio do Departamento de Estudo do Budismo (DEB).
Revolucionar o coração
Com o tempo, compramos casa, carro. Nossos filhos cresceram, e todos estão bem. Contudo, grande alegria é constatar que a bebê que adotamos, Cassiane, hoje é uma assídua praticante, e também com seu Gohonzon em casa. Ela se casou e mora próximo de nós. Temos uma linda netinha, Sophia, alegria da família.
Reprodução/Foto-RN176 Filha, Maria, a netinha Sophia e o genro, Gabriel.
Os benefícios nos fazem pensar muitas vezes que está tudo bem. Daí é que entra a revolução humana. Há um sentimento que mexia comigo desde jovem: o fato de ser introspectivo. Falo pouco e menos ainda interajo com as pessoas, creio que pelo ambiente a que fui exposto no passado. Mesmo na organização, eu me mantinha fazendo o possível.
Logo depois do período crítico da pandemia, em 2021, eu estava insatisfeito com meu trabalho, passando as horas só para ter o salário no fim do mês. Na organização, participava como membro. Foi quando recebi a visita de um líder me convidando para apoiar os responsáveis pelo bloco. Eu atuaria como vice, junto com minha esposa. Na hora, confesso que não conseguia me imaginar incentivando alguém, mas disse sim. O primeiro desafio foi estudar e apresentar a matéria. O tema “Vitória Profissional” me pegou em cheio. No livro Nova Revolução Humana encontrei este direcionamento de Ikeda sensei:
Quando você fizer do kosen-rufu o seu objetivo de vida, orar para vencer em seu trabalho e mostrar a prova da validade desse objetivo, o caminho para a sua própria vitória e boa sorte se abrirá naturalmente”.1
Conseguimos transmitir a matéria, orando daimoku sincero. Com os estudos, nossa prática se fortaleceu e a fé se renovou. Entendi que, primeiro, eu estava tendo a chance de fortalecer o coração. Agora me sentia pronto para desbravar um trabalho que me desse condições de realização, não só de sustentar melhor minha família, mas de avançar nos objetivos do Kofu (contribuição voluntária) e de tudo o que fosse necessário para o kosen-rufu. O caminho da vitória.
O resultado foi tão intenso que, em meses, tive condições de chegar à empresa onde estou até hoje, trabalhando com alegria, sendo remunerado à altura. Eu me esforço para ser um líder sempre presente na vida dos membros. Encaro a necessidade de trabalhar em horários que, por vezes, me impedem de estar fisicamente em todas as reuniões. Aceito isso como condição de transformar mais essa circunstância, com a convicção de que poderei compartilhar novas comprovações com todos.
Reprodução/Foto-RN176 Print da atividade on-line promovida pela comunidade local
Encerro agradecendo aos que me apoiaram e seguem acreditando em mim. O estudo tem me feito compreender a importância de ser budista 24 horas. Na pequena cidade de Tapejara, somos os únicos membros. Porém, nesse local, eu me esforço para levantar a bandeira da Soka Gakkai, sendo bom profissional, pai, esposo e líder que mereça a confiança de todos. Agradeço à BSGI, pela oportunidade; e ao meu mestre, pelas orientações e orações. Estou no caminho. Ikeda sensei, conte comigo!
Péricles Miguel da Maia, 45 anos, motorista. Atua como vice-responsável pelo Bloco Bosque Lucas Araújo, Distrito Assis Brasil, RM Porto Alegre/Norte, Sub. Rio Grande do Sul.
Nota:
- IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 60, 2021.
Fotos: Arquivo pessoal