ROTANEWS176 08/02/2025 11:45 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO NO JBS
De Campo Grande (MS), Vinícius vivencia uma juventude de valor, e segue inspirando novos amigos.
Reprodução/Foto-RN176 Vinícius Vitiritti Ferreira Zanardo. Na BSGI, é vice-responsável pela Juventude Soka da Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste, CGRE – Foto: Arquivo pessoal
Sou Vinícius Zanardo e conheci o budismo aos 21 anos. Já se passou mais de uma década desde que fui acolhido na Soka Gakkai em Campo Grande (MS) onde resido. Construí um forte alicerce de vida, assumindo com alegria e gratidão o aprendizado desse ambiente de criação de valor.
Naquela época, em 2013, cursava engenharia ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O início da minha graduação foi muito difícil, pois além da distância dos meus familiares, no primeiro ano da faculdade minha avó materna faleceu de forma repentina. Fiquei bem triste. Com tudo isso, atrasei-me nos estudos, ficando com algumas pendências de matérias. Por ter um tempo vago, fui em busca de ser bolsista em algum projeto da universidade, o que muito me ajudaria. Foi participando de um projeto de extensão que conheci um membro da Soka Gakkai.
Ficamos amigos e ele me apresentou ao budismo. Participava das reuniões na sede regional. Ele pertencia ao Gajokai, grupo horizontal de bastidores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), e me chamava para ajudá-lo na atuação voluntária (keibi). Tudo isso antes de me converter. O que mais me fascinou foi a organização. Saber que todos contribuem para que as atividades aconteçam e que cada um possui uma responsabilidade reforçou minha admiração. Decidi receber meu Gohonzon e iniciei a prática.
Reprodução/Foto-RN176 Na Academia dos Sucessores Ikeda 2030 da Sub. Mato Grosso do Sul, realizada em 2023, tendo ao fundo o Bioparque Pantanal, o maior aquário de água doce do mundo – Foto: Arquivo pessoal
Em meios aos estudos, dediquei-me com seriedade. O ambiente Soka nos proporciona diversas oportunidades; agarrei todas. Queria vencer. Participava de uma localidade bastante acolhedora, com várias atividades para os jovens, que ficava distante uns 9 quilômetros da minha casa. Não perdia nenhuma chance, indo muitas vezes para as reuniões com o dinheiro contado. Fui me desenvolvendo na organização. Entregava o Brasil Seikyo para os assinantes e cuidava das atividades para convidados. Com isso, notei que meus estudos na universidade também foram melhorando.
Ainda no início da prática, fui treinado por meus líderes nas mais diversas situações, incluindo a atuação como responsável pelos rapazes da Comunidade Corumbá, distante mais de 400 quilômetros da capital, no meio do Pantanal. Acredito que, com essa luta, tenha acumulado grande boa sorte que se manifestou em 2018, quando fiz uma entrevista para uma vaga de emprego na Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano.
Fui selecionado para a vaga e, antes mesmo de me formar, já estava trabalhando e criando condições para me desafiar mais na prática do budismo. Ainda no campo profissional, em 2021, fui promovido, assessorando diretamente a diretora-presidente e a diretora-adjunta. Ao lado das diretoras, participo de reuniões com os demais secretários municipais e com a prefeita. Meu salário hoje também aumentou, recebendo quase cinco vezes o que ganhava quando entrei no emprego.
Inspirar os amigos
Tenho onze anos de prática e, em meio a essa grandiosa luta, compartilhei o budismo com quinze pessoas, todas atuantes. E tem sido assim de forma muito natural. Foram surgindo pessoas interessadas em conhecer o budismo, principalmente por conta das atividades culturais que realizávamos no Distrito Bandeirantes, bastante criativas. Um caso específico é o de um jovem que conheci ainda na universidade. Ele era de outra instituição de ensino, mas participou da semana acadêmica que organizei. Ficamos amigos e, ao longo da amizade, ele se interessou em conhecer o budismo. Ingressou na família Soka e participa das atividades e do grupo horizontal.
Reprodução/Foto-RN176 Encontro com integrantes da Comunidade Corumbá, distante a 430 quilômetros de Campo Grande – Foto: Arquivo pessoal
A vitória é certa
Sou muito feliz no meu trabalho, que conquistei à base de dedicação e a boa sorte acumulada em crescer e me desenvolver no ambiente Soka. Também me desafiei no estudo do budismo e hoje sou Grau Superior. Sinto quanto o treinamento da atuação no grupo horizontal e nas reuniões de base foram essenciais para meu desenvolvimento acadêmico e profissional. Aprendi a me organizar, a saber atuar em equipe e a ter muita responsabilidade, habilidades e competências que o mercado tanto exige; e que foram certeiras para eu ser escolhido no meu atual emprego.
Em paralelo à luta na organização, conheci meu atual companheiro, Luiz Antônio. Ele não é praticante, mas me apoia em tudo. Assim também é com minha família, que entende a minha decisão.
Sou da Juventude Soka com muito orgulho, atuando como vice-responsável pela Sub. A luta no interior é desafiadora. Mato Grosso do Sul é um estado grande e possui cidades com extensas distâncias entre si. Por estarmos em uma capital, Campo Grande fica responsável por algumas localidades no interior. Seguimos firmes, em união, conscientes de que “O Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1
Reprodução/Foto-RN176 Diálogo com jovens da localidade – Foto: Arquivo pessoal
Encerro meu relato com este incentivo do Dr. Daisaku Ikeda, meu mestre eterno, que, em momentos desafiadores, acendeu a esperança em meu coração. Compartilho com os demais jovens leitores.
Amigo, seja forte e levante-se com coragem! Acredito em você, em sua sincera devoção. Seus árduos esforços no trabalho e seus estudos noite adentro são também um treinamento para a sua vida. Transforme todas as dificuldades em fonte de alegria. Sua convicção e paixão são observadas pelo Buda.2
Vinícius Vitiritti Ferreira Zanardo, 32 anos. Engenheiro ambiental. Na BSGI, é vice-responsável pela Juventude Soka da Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste, CGRE.
Notas:
- The Record of the Orally Transmitted Teachings[Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212.
- Terceira Civilização, ed. 596, abr. 2028, p. 40-46.
Fotos: Arquivo pessoal
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO