ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 27/11/2021 08:40
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Aguardando o tempo”, volume 30
PARTE 3
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Para unir o mundo e abrir o caminho seguro para a paz, Shin’ichi Yamamoto prosseguiu em seus esforços vigorosos para estabelecer intercâmbios com pensadores e embaixadores de diversos países. No dia 19 de maio, ele se encontrou em um hotel de Tóquio com o presidente da Associação da Amizade Sino-Japonesa, Liao Chengzhi, que visitava o Japão como chefe de uma delegação de intercâmbio que viajara a bordo do navio de cruzeiro chinês Minghua.
Durante a conversa, Shin’ichi expressou sua decisão de continuar trabalhando cada vez mais pela amizade entre Japão e China, promovendo o intercâmbio de paz, cultura e educação entre ambos os países, independentemente de qual viesse a ser sua posição. Ele também enfatizou a importância de desenvolver fortes laços entre os cidadãos comuns para garantir as relações de amizade duradouras.
Por outro lado, o presidente Liao solicitou que Shin’ichi realizasse sua quinta visita à China.
Desde a primeira visita de Shin’ichi à China, ambos dialogaram diversas vezes e estavam ligados por uma profunda amizade. O presidente Liao faleceu quatro anos depois, em junho de 1983. Shin’ichi visitou a família dele no ano seguinte para prestar condolências e compartilhou lembranças da vida e das realizações do presidente Liao com a viúva Jing Puchun e seu filho.
Em outubro de 2009, a Universidade de Agricultura e Engenharia de Zhongkai, de Guangzhou, capital da província de Guangdong, China, concedeu tanto a Shin’ichi como à sua esposa, Mineko, o título de professor honorário. “Zhongkai” era o nome do pai do presidente Liao Chengzhi, Liao Zhongkai, um amigo e aliado do líder revolucionário chinês Sun Yat-sen. A precursora da universidade, a Escola Agrícola e Industrial Zhongkai, foi fundada pela viúva de Zhongkai, He Xiangning, que desempenhou importante papel no estabelecimento da República Popular da China, como ativista ao lado do marido.
Nessa universidade, ainda foi inaugurado um centro de pesquisas dedicado ao estudo da filosofia e dos ideais de Liao Chengzhi e de Shin’ichi Yamamoto em novembro de 2010.
As mudas de amizade cultivadas por Shin’ichi continuaram a crescer e a expandir seus galhos amplamente nos céus do século 21.
Alguns dias após a sua reunião com o presidente Liao, Shin’ichi se encontrou e dialogou com o chefe do departamento internacional e com os membros da equipe editorial da Agência de Imprensa Novosti, da União Soviética, e também com os representantes da Embaixada da União Soviética, no Centro Cultural de Kanagawa, em Yokohama. Entre os assuntos em pauta estavam a troca de opiniões a respeito da limitação de armas estratégicas (Salt II) entre os Estados Unidos e a União Soviética e questões relacionadas a paz, cultura e educação na Ásia e no mundo. Durante esse encontro, os representantes soviéticos expressaram o forte desejo de que Shin’ichi visitasse a União Soviética.
Como praticantes budistas, é nossa responsabilidade trabalhar e atuar com seriedade por uma paz duradoura.
Shin’ichi Yamamoto seguiu promovendo ativamente o diálogo pela amizade e pela paz.
PARTE 4
Em 25 de maio, ele se encontrou com o embaixador da Zâmbia, Mapanza Morris Katowa, e, em 29 de maio, com o principal escritor e pensador chinês Zhou Yang e sua esposa, Su Lingyang. Em junho, ele esteve com o embaixador da Nova Zelândia, Rod Miller; com o embaixador da Nigéria, Balarabe Abubakar Tafawa Balewa; e com outros.
Shin’ichi fazia um esforço especial para se encontrar e dialogar com representantes da África. Isso porque era sua convicção de que o século 21 seria o “século da África”. Ele também sentia profundamente que não haveria futuro para a humanidade caso não existisse um comprometimento com a paz e a prosperidade da África, que por longos anos foi dominada como colônia das grandes potências e veio sofrendo com a pobreza e a fome.
Ao mesmo tempo em que dialogava com dignitários do exterior, ele procurava manter conversações também com figuras importantes do Japão.
E encontrando brechas em sua agenda lotada, ele viajava para locais como as regiões de Tsurumi e Kohoku, em Yokohama, província de Kanagawa, e bairros de Itabashi, Chuo e Toshima, cidades de Koganei e Kodaira, Tóquio. Aonde quer que fosse, seu único objetivo era visitar os membros que lutavam com toda a seriedade ao seu lado pelo kosen-rufu e encorajá-los.
Se o coração do mestre e o do discípulo do kosen-rufu estiverem fortemente ligados, a rede de união Soka não se abalará nem um pouco sequer, mesmo diante de quaisquer tempestades. Para isso, o diálogo franco e aberto é essencial. Será uma fonte de inspiração que desperta as pessoas para a sua missão e cultiva os laços de confiança.
Sempre que se reunia com companheiros veteranos, havia algo que Shin’ichi lhes dizia invariavelmente: “Na vida, o que mais importa é o momento da sua conclusão”. Não importa se foram ativos no passado e quais feitos gloriosos alcançaram. Se pararmos de lutar e abandonarmos a fé no final, isso será uma derrota da vida.
Nichiren Daishonin afirmou: “A jornada de Kamakura a Kyoto leva doze dias. Se viajar onze dias e parar quando estiver faltando apenas um dia, como poderá admirar a Lua sobre a capital?”.1
É mantendo sempre os espíritos de “buscar o caminho por toda a vida”, de “desafiar por toda a vida” e de “lutar por toda a vida” que existirá a vitória da vida, a qual resplandecerá pelas “três existências” — passado, presente e futuro — e por toda a eternidade.
Com a renúncia de Shin’ichi Yamamoto aos cargos de representante-geral dos adeptos da Nichiren Shoshu e da presidência da Soka Gakkai, os ataques dos jovens sacerdotes à Soka Gakkai deveriam ter acabado.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Nota:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. II, p. 294, 2019.