ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 26/09/2020 13:00
RELATO
Passo a passo, Renan conquistou seus sonhos e construiu uma vida feliz
Reprodução/Foto-RN176 Renan da Cunha Cardoso, Vice-resp. pela DMJ da Sub. Niterói; vice-resp. pelo grupo Ohrinkai da Coord. Serra-Mar, CGERJ. Editora Brasil Seikyo – BSGI
Iniciei a prática budista, no Rio de Janeiro, RJ, em 2005, por intermédio da minha mãe, Edilene. Eu era um adolescente de 17 anos que tinha diversos questionamentos e inquietudes, porém nutria o sincero desejo de fazer faculdade, ter uma profissão e constituir família.
Identifiquei-me com essa filosofia por conta dos profundos incentivos que tocaram meu coração e me impulsionaram a buscar os objetivos.
Primeiro passo
Eu me esforçava para participar das atividades budistas e muitas vezes ia a pé ou de bicicleta para os encontros.
Aos 19 anos, entrei para a faculdade de direito. Na época, trabalhava numa instituição bancária e estudava à noite. Tudo era longe de casa e, com uma rotina exaustiva, passava mais de cinco horas no trânsito para realizar as tarefas do dia.
Logo ingressei no Gajokai, grupo de bastidores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), no qual atuei por dez anos. Toda vez que estava a caminho das atividades, no trajeto do ônibus, reforçava minhas metas de vida. Foi assim que, certa vez, junto com outros integrantes, decidi que até completar 30 anos conquistaria cada uma delas.
Em 2011, saí do banco para iniciar um estágio na Defensoria Pública do Rio de Janeiro, após ser aprovado num concurso. Nessa fase, passei por uma difícil readaptação, pois minha renda havia diminuído bastante.
Fortaleci a determinação ao participar de um curso de aprimoramento da DMJ — um verdadeiro divisor de águas que me possibilitou aproximar ainda mais de Ikeda sensei.
Com o apoio da família e dos amigos Soka, continuei me dedicando ao trabalho e aos estudos até terminar a faculdade, em 2013. No mesmo ano, passei no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e comecei a advogar no ano seguinte. Dava os primeiros passos na advocacia, ainda com poucos clientes e poucos recursos, quando soube que minha esposa (na época, namorada), Dynhandia, estava grávida.
Não lamentei. Pelo contrário, senti uma alegria inexplicável com a notícia, mesmo tendo de morar com Dynhandia num quarto na casa dos meus pais quando nossa filha, Victória, nasceu.
Avançar sempre
Encorajado pelo lema do Gajokai, de jamais ser derrotado, recitei intenso daimoku determinado a avançar profissionalmente e a melhorar a condição de vida da minha família, adquirindo uma casa. Novamente eu me inscrevi em alguns concursos públicos, sendo aprovado em dois deles. Então, em 2016, aos 28 anos, tomei posse como servidor estadual na Defensoria Pública. Com o primeiro contracheque que recebi, consegui comprovar no banco a renda necessária para comprar o tão sonhado imóvel, tal como objetivei.
Um ano depois, assumia o cargo de servidor municipal em Maricá. Na organização, eu me formei no Gajokai e logo ingressei no Ohrinkai, que dá suporte aos membros com o transporte. Sempre admirei esse grupo e fazer parte dele me possibilitou avançar. Assim, eu que ainda não tinha carro, conquistei esse bem para atuar em benefício das pessoas.
Mantive meus objetivos constantemente alinhados com o desenvolvimento da localidade e, no fim do ano passado, iniciei nova etapa ao idealizar, junto com minha amiga Luana, um comércio do ramo alimentício que funciona num shopping da minha cidade.
Abracei a ideia, disposto a tornar esse sonho realidade. No entanto, para tirar a iniciativa do papel, surgiram obstáculos que encareceram o projeto. Mas, sem desanimar, mantivemos a confiança até a inauguração da nossa creperia, em outubro. E, mesmo em meio à pandemia do coronavírus, conseguimos manter o empreendimento.
Nesse período, também soube que participaria de um curso de aprimoramento da SGI, no Japão. E, assim que as condições de viagem se estabilizarem no setor de aviação, embarco para as terras do Mestre com os amigos do “Grupo do Encontro Ideal” (denominado por nós). Ter essa chance já é motivo de muita alegria para mim, e a cada dia renovo meu juramento, com a convicção de que “o inverno nunca falha em se tornar primavera”.1
O budismo sempre foi a base que me permitiu manter a fé, mesmo nos momentos de grande dificuldade para seguir com os estudos, no trabalho ou quando sofri com transtorno de ansiedade e sintomas de depressão. Venci em meio aos esforços pelo grandioso movimento de transformação da vida das pessoas, que é o kosen-rufu, defendendo os ideais Soka.
Hoje, meu desejo é incentivar os jovens a vencer as adversidades e a acreditar nos sonhos assim como eu fiz. Tudo o que conquistei na vida foi com bastante esforço, mas, abraçando a prática da fé, evidenciei a força e a coragem para não desistir.
Nota:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 559.
Renan da Cunha Cardoso, 32 anos. Advogado e empresário. Vice-resp. pela DMJ da Sub. Niterói; vice-resp. pelo grupo Ohrinkai da Coord. Serra-Mar, CGERJ.