ROTANEWS176 03/03/2024 12;20 Por Helen Briggs
Reprodução/Foto-RN176 A lesma-do-mar possui brânquias com aparência de plumas em um lado do corpo – ROSS BULLIMORE
Uma nova espécie de lesma-do-mar foi descoberta nas águas do Reino Unido.
Ela foi capturada no sudoeste da Inglaterra por um navio de pesquisa — e recebeu o nome de Pleurobranchaea britannica.
A criatura recém-descoberta pertence a um grupo encontrado em águas mais quentes, que pode estar migrando para o norte devido às mudanças climáticas.
Com as temperaturas dos oceanos batendo níveis recordes, há preocupação com o impacto na vida marinha.
Ross Bullimore, do Centro de Ciência do Meio Ambiente, Alimentação e Aquicultura (CEFAS, na sigla em inglês), fez a descoberta inesperada.
Aproximadamente 100 lesmas-do-mar diferentes são encontradas nas águas da Grã-Bretanha e da Irlanda, mas ele soube imediatamente que se tratava de algo especial.
“Foi como uma lâmpada se acendendo”, diz ele.
Reprodução/Foto-RN176 A descoberta foi feita a partir do navio de pesquisa Endeavour – CEFAS
Os cientistas afirmam que a descoberta mostra que ainda temos muito a aprender sobre a vida nos mares que banham o Reino Unido, que estão entre os mais bem estudados do mundo.
“Encontrar uma nova espécie que não seja microscópica é bastante emocionante. Mostra que ainda há trabalho a ser feito”, declarou Peter Barry, do CEFAS.
Beleza e variedade
As lesmas-do-mar são um tipo de molusco marinho sem concha, conhecido por sua notável variedade e beleza.
Apesar do tamanho diminuto — chegam a apenas cerca de 5 cm de comprimento —, elas são um predador alfa que ocupa uma posição-chave na cadeia alimentar.
Reprodução/Foto-RN176 As lesmas-do-mar são conhecidas por sua beleza e variedade – GETTY IMAGES
Muitas vezes referidas como “espécies indicadoras”, elas podem ajudar os cientistas a compreender a saúde dos ecossistemas marinhos devido à sua sensibilidade aos impactos das mudanças climáticas e às pressões humanas.
Os membros do grupo ao qual pertence a nova espécie — Pleurobranchaea — são normalmente encontrados no norte de Espanha, no Senegal e em todo o Mar Mediterrâneo.
“Estamos vendo a presença de uma espécie [pertencente a um grupo] que sempre foi registrado em águas mais quentes”, explica Ross Bullimore.
“Isso pode indicar que o que estamos observando é que este grupo de espécies é capaz de expandir ainda mais seu alcance porque as condições estão se tornando mais favoráveis ou mais apropriadas para isso”.
Mas o aumento das temperaturas dos oceanos gera preocupação em relação à vida marinha.
Oceanos mais quentes e ondas de calor incomodam espécies de peixes e baleias — e, à medida que elas se deslocam em busca de águas mais frias, tumultuam a cadeia alimentar.
Especialistas alertam que populações de peixes podem ser afetadas.
FONTE: BBC NEWS BRASIL